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Dividir a senha da Netflix vira moda nos Estados Unidos

Segundo pesquisa, mais de um quinto dos jovens adultos que usam serviços de streaming de vídeo compartilha conta com alguém que mora em outra casa

Por Agências
Atualização:
Empresa anunciou que vai investir US$ 8 bilhões em conteúdo em 2018 Foto: Reuters/Mike Blake

Nos Estados Unidos, um em cada cinco jovens adultos – entre 18 e 24 anos – que assistem programas como Game of Thrones ou Stranger Things por serviços de streaming usa a senha de uma pessoa que mora em outra residência. É o que diz uma recente pesquisa da consultoria Ipsos feita nos Estados Unidos em junho com 4.453 adultos – 3,5 mil deles usavam serviços de vídeo como Amazon Prime, Hulu, HBO Go ou Netflix. 

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Segundo a pesquisa, 21% das pessoas entre 18 e 24 anos disseram ter acessado pelo menos um serviço de streaming usando as contas de alguém que mora em outra casa. Entre os adultos, a proporção fica em torno de 12%. De acordo com uma análise da consultoria Parks Associates, a prática pode fazer as empresas deixarem de faturar US$ 550 milhões em 2019. "Por enquanto, as empresas tem agido como cavalheiros nessa posição", diz Glenn Hower, analista da Parks Associates. "Não tem sido uma prioridade". 

Isso, no entanto, pode mudar em breve – pressionada pelos investidores para continuar exibindo crescimento expressivo, a Netflix pode mudar sua conduta quanto ao assunto. Na próxima semana, a empresa deve revelar os resultados financeiros para o segundo trimestre de 2017 – e a expectativa dos analistas é de que o crescimento da receita caia.

Em setembro do ano passado, David Wells, vice-presidente financeiro da Netflix, disse que reconhece a prática, mas que sabe que acabar com isso não fará todos os usuários se tornarem assinantes instantaneamente. 

Prática. Segundo a maioria dos usuários que responderam à pesquisa Ipsos, muitos deles trocam senhas para economizar em assinaturas de serviços de streaming de vídeo. Olhadas individualmente, elas podem ser baratas, mas quando um usuário contrata dois ou três serviços, a conta pode pesar no bolso. 

É o caso de Donielle Bradshaw, uma babá da cidade de Smyrna, no estado americano da Georgia, que diz usar a senha de sua irmã mais velha para o Hulu, e a de seu irmão para a Netflix. "Como somos a mesma família, acho que está tudo bem", diz a jovem de 22 anos, que assiste pelo menos 40 horas de vídeo por streaming semanalmente. 

Se as empresas cortassem a possibilidade de pessoas dividrem a mesma conta, Bradshaw diz que poderia pagar por sua assinatura da Netflix, mas não tem certeza sobre o Hulu. "Eu faço maratonas enormes na Netflix, não sei se poderia ficar sem isso." 

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Por enquanto, as empresas dizem que aceitam o compartilhamento de senhas como forma de promover seus programas – mas também tomam medidas para limitar a prática. A Netflix, por exemplo, limita o número de pessoas que podem assistir simultaneamente aos programas – de dois a quatro, dependendo do plano assinado. 

Já a HBO encoraja que jovens assistam seus programas pelo HBO Go, oferecendo gratuitamente o serviço a 100 universidades americanas. "Para nós, é importante habituar os consumidores ao nosso produto em uma época que eles ainda não são financialmente independentes", diz Bernadette Aulestia, vice-presidente de distribuição global da HBO. "Depois, eles vão querer se tornar consumidores pagos." 

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