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'É preciso ensinar que ciência é legal'; diz engenheiro de 'Mythbusters'

Principal palestrante pop da Campus Party Brasil 2016, Grant Imahara trabalhou em seriado de ciências e como engenheiro da empresa de efeitos de 'Star Wars'

Por Bruno Capelas
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Bruno Capelas/Estadão

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Todos os anos, a Campus Party procura combinar palestrantes do mercado com convidados ‘pop’. Se, em edições anteriores a feira de tecnologia trouxe nomes como Bruce Dickinson (vocalista do Iron Maiden), Paul Zaloom (do seriado O Mundo de Beakman) e até mesmo o cantor Gilberto Gil, dessa vez a vaga ficou por conta do engenheiro norte-americano Grant Imahara, conhecido pelo seu trabalho na série Mythbusters (também conhecida por aqui por seu nome traduzido,Os Caçadores de Mitos).

No Anhembi, Imahara falou sobre a importância de destruir o mito de que física, química e matemática são assuntos chatos. “Só vamos conseguir ter engenheiros e cientistas se mostrarmos para as crianças e jovens como a ciência é legal e divertida. Foi por isso que quis trabalhar em Mythbusters“, disse o engenheiro em coletiva a jornalistas, pouco antes de subir ao palco principal da Campus Party na noite desta quarta-feira, 27.

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“Muitos dos campuseiros cresceram me assistindo na TV e sei que de alguma forma ajudei-os a estarem aqui. Isso para mim é muito importante”, comentou. Para Imahara, programas como Mythbusters e até mesmo a série Big Bang Theory ajudam na divulgação científica. “Por trás da diversão, eles mostram a ciência real”.

Questionado a respeito tema desta Campus Party – Feel the Future, que tenta mostrar como será um futuro com os robôs fazendo o trabalho dos humanos –, Imahara se mostrou cético. “Acho que muita gente esperta está preocupada com inteligência artificial, mas por enquanto acredito que os robôs só têm tomado as atividades que nós consideramos maçantes ou perigosas”.

Fábrica de sonhos.Atualmente trabalhando em um novo programa de TV, Imahara falou muito dos Mythbusters na Campus Party, mas também teve espaço para relembrar seu primeiro emprego: antes de participar do programa exibido pelo Discovery Channel, o engenheiro trabalhou na Industrial Light and Magic, a famosa fábrica de efeitos especiais criada por George Lucas para executar os filmes da série Star Wars.

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“Era como trabalhar em uma fábrica de sonhos. Minha especialidade era eletrônica e animatrônica, e todos os dias chegava um pedido para que eu criasse algo impossível”, lembrou Imahara. “O mais incrível é que, no final do dia, a gente tinha conseguido”.

Responsável por atualizar o robô R2-D2 para os Episódios I, II e III de Star Wars, filmados entre o fim dos anos 1990 e o início da década de 2000, Imahara exaltou os efeitos especiais à moda antiga, que perderam espaço com a introdução da computação gráfica.

“Os anos 1980 e 1990 foram a era de ouro dos efeitos especiais. Com o início da computação gráfica, eu sempre tive a sensação de que algo ali não era real”, comentou. “Hoje, acho que existem cineastas como J.J. Abrams, que percebem a importância de unir as duas técnicas”, disse o engenheiro, fazendo menção ao diretor de Star Wars: O Despertar da Força, que estreou em dezembro passado.

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