Link Estadão

 
  •  inovação
  •  cultura digital
  •  gadgets
  •  empresas
  •  games
formulário de busca

Em Osasco, iPad quebra rotina de escola pública

Oficina de férias tenta explorar criatividade, mas atividade dura só duas horas por semestre

17/02/2019 | 04h00

  •      

 Por Bruno Romani - O Estado de S. Paulo

Mão na massa. Dois mil alunos participaram de oficinas

Gustavo Alvarenga/Planeta Educação

Mão na massa. Dois mil alunos participaram de oficinas

Leia mais

  • Fundo BR Startups investe R$ 800 mil na startup VOA educação
  • Aulas de empreendedorismo chegam às escolas brasileiras

Embora tenha laboratório de informática, a escola municipal de ensino fundamental João Campestrini, em Osasco, está longe de ter um dia a dia conectado. No colégio, os alunos enfrentam outras dificuldades, como a ausência de chuveiros e torneiras ou a dependência da merenda como principal refeição do dia. 

Por um único dia no semestre, porém, essas crianças têm acesso a ferramentas de última geração, como iPads que custam pelo menos R$ 2,8 mil ou o Apple Pencil, acessório que permite desenhar na tela do tablet e é vendido por R$ 750.

Isso porque a escola participa, ao lado de outras 19 instituições do município, de um programa da prefeitura que leva oficinas de tecnologia aos colégios durante as férias, em janeiro e em julho. 

Na edição deste ano, 2 mil alunos da rede pública de Osasco usaram o tablet da Apple para criar vídeos, desenhar e até mesmo criar seus próprios aplicativos. Muitos tiveram contato com um dispositivo do tipo pela primeira vez. 

“É muito difícil descrever a alegria de ver essas crianças explorando sua criatividade”, diz Terezinha Oliveira dos Santos, diretora da escola João Campestrini. “Muitos aqui vêm de uma realidade dura, com famílias carentes”, frisa a educadora. Não é força de expressão: a escola, no bairro periférico de Munhoz Júnior, fica a 400 metros de um dos pontos de uma chacina que deixou 20 mortos na cidade em 2015. 

O programa foi realizado pela empresa Planeta Educação, que ganhou licitação na cidade para promover oficinas educacionais – não só relacionadas a tecnologia, mas ligadas também a esporte e artes, por exemplo. 

Cada oficina dura duas horas, mas alunos e diretora gostariam que o tempo fosse maior. “Seria um sonho poder usar os iPads diariamente na escola”, afirma Terezinha. 

As oficinas são uma experiência em linha com a realidade das escolas públicas brasileiras. Segundo a pesquisa TIC Educação 2017, realizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), apenas 43% das escolas  urbanas têm conexão acima de 3 megabits por segundo (Mbps), velocidade que permite apenas tarefas básicas, como abrir o e-mail. 

Além disso, 57% das escolas urbanas não oferecem redes Wi-Fi aos alunos – essencial para que cada estudante possa usar o próprio dispositivo, algo considerado básico para uma “educação tecnológica”. 

Potencial. Ainda que curta, a experiência mudou a rotina de diversos alunos da escola. Um caso que chamou a atenção de Terezinha foi de uma aluna de 10 anos, diagnosticada com espectro de autismo. Segundo a diretora, durante o ano passado a menina teve dificuldades para escrever, além de questões de concentração e coordenação.

Quando entrou em contato com o iPad, porém, ela desempenhou com desenvoltura as atividades que envolviam escrita, usando o Apple Pencil para rabiscar a tela do tablet. “Desenhei, escrevi meu nome, fiz vídeos e tirei fotos da escola”, diz ela. “Foi legal.” 

    Tags:

  • Osasco [SP]
  • wi-fi
  • tablet
  • ensino público

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Assine o Estadão Já sou Assinante

Tendências

  • Clubhouse: conheça a rede social de áudios que caiu na boca do povo
  • Bateria, sensores e potência: saiba como escolher um robô-aspirador de pó
  • Vazamento de dados: veja tudo o que já sabemos sobre o caso
  • Megavazamento de janeiro fez meio milhão de celulares corporativos circularem na internet
  • Pequeno mas potente, iPhone 12 mini é prova de que tamanho não é documento

Mais lidas

  • 1.O Terça Livre é só o começo
  • 2.Vazamento de dados: veja tudo o que já sabemos sobre o caso
  • 3.Neuralink, de Elon Musk, fez macaco jogar videogame com chip no cérebro
  • 4.De olho no setor industrial, Peerdustry recebe aporte de R$ 3 milhões
  • 5.LG anuncia estilo de vida mais inteligente
  • Meu Estadão
  • Fale conosco
  • assine o estadão
  • anuncie no estadão
  • classificados
  •  
  •  
  •  
  •  
  • grupo estado |
  • copyright © 2007-2021|
  • todos os direitos reservados. Termos de uso

compartilhe

  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • WhatsApp
  • E-mail

Link permanente