Em Uganda, cidadãos têm de pagar imposto para usar redes sociais

Um nova lei estabelece a taxa de US$0,05 por dia para os usuários entrarem em plataformas como Facebook e Twitter; taxa é extremamente impopular

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Por Agência
Atualização:
Yoweri Kaguta Museveni é o presidente da Uganda Foto: REUTERS/Jok Solomun

Já pensou ter de pagar um imposto todos os dias para poder acessar as redes sociais e o WhatsApp? Em Uganda, na África, isso é uma realidade: desde o último domingo, 1, os cidadãos do país tem de pagar US$ 0,05 por dia para acessarem programas como Facebook, Twitter, WhatsApp, Google Hangouts, YouTube, Skype e até Yahoo Messenger. 

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A nova lei, aprovada pelo parlamento local em maio, tem o apoio do presidente, Yoweri Museveni. Para ele, plataformas como o Facebook são "um lugar de mentiras" e "todas as razões morais estão a favor desse imposto". Nesta quinta-feira, 5, o presidente defendeu em sua conta no Twitter que as redes sociais estão "gastando tempo e renda" do país e que nelas estão apenas pessoas que podem ter luxos ou querem cometer atos maliciosos. 

A legislação, no entanto, tem se provado extremamente impopular entre os usuários de internet de Uganda. Eles afirmam que é uma medida injusta e que fere a liberdade de expressão. “As redes sociais são hoje um canal essencial de comunicação, que os usuários usam para manter contato com pessoas queridas, conversar com amigos, para socialização e mobilização… esse imposto reflete uma grande ganância”, disse um trabalhador de Kampala, capital do país africano, à agência de notícias Reuters.

Além disso, a nova lei tem gerado repercussão internacional: nesta semana, a Anistia Internacional pediu ao governo para vetar a taxa, chamando-a de uma medida de censura disfarçada de proposta para aumentar receitas do país. 

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