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Entenda porque quase ninguém está ganhando a vida no YouTube

Estudo feito por pesquisador alemão mostra que ter pelo menos 1 milhão de visualizações por mês pode render entre R$ 42 mil e R$ 56 mil ao ano

07/03/2018 | 05h00

  •      

 Por Todd C. Frankel - The Washington Post

O sueco Felix Kjellberg, o PewDiePie, é um dos membros da "elite do YouTube"

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Um dos maiores atrativos do YouTube é que nele qualquer um pode se tornar famoso. Não é preciso paparicar intermediários, agentes ou executivos de televisão. Estrelas podem surgir do nada. E surgem. 

A mais recente lista da revista Forbes dos mais ricos do YouTube é a prova: está cheia de gente que posta clipes sobre como jogar videogames e até mesmo de crianças brincando. No topo da lista está Daniel Middleton, conhecido como DanTDB, um inglês de 26 anos que ganhou US$ 16,5 milhões no ano passado como jogador profissional de games.

Entretanto, um novo estudo descobriu que a possibilidade de se ficar rico com o YouTube, ou mesmo ganhar modestamente a vida nele, é desanimadoramente pequena. 

Veja os 10 principais vídeos do YouTube no mundo em 2017

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Ed Sheeran

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Ed Sheeran foi um dos nomes do ano no YouTube global. Dois dos destaques do ano lá fora tiveram sua participação – um foi a aparição dele em Carpool Karaoke, programa de James Corden

Coreografia

Foto: Bruno Capelas/Estadão

A outra foi o vídeo da coreografia especial de "Shape of You", hit do ruivo, feita pela dançarina Kyle Hanagami. 

Leitura Labial

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Outro destaque global do YouTube foi este vídeo, que faz uma "leitura labial" às avessas do discurso de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. 

Lady Gaga

Foto: Bruno Capelas/Estadão

O show de Lady Gaga no intervalo do Super Bowl, final do campeonato dos EUA de futebol americano, também foi outro destaque do YouTube este ano. 

O cantor mascarado

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Os shows de talentos também foram bastante produtivos para o YouTube este ano. É o caso do Cantor Mascarado. 

Ventríloqua

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Já nos Estados Unidos, a garota Darci Lynne, de 12 anos, fez muita gente se surpreender com sua apresentação de ventríloqua no America's Got Talent. 

Ping Pong

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Uma série de truques com bolinhas de pingue-pongue – de máquinas de Goldberg (como na abertura de Rá-Tim-Bum, o programa clássico da TV Cultura) até panelas que fazem música – é a graça por trás deste vídeo do canal Dude Perfect. 

It's a Heartbeat

Foto: Bruno Capelas/Estadão

O fofo curta de animação It's a Heartbeat, que mostra a história de amor entre dois garotinhos, foi outro grande momento do YouTube global em 2017. 

Interrupção

Foto: Bruno Capelas/Estadão

O vídeo do comentarista político sobre a Coreia do Norte que dá uma entrevista à BBC News, mas é interrompido pelos filhos, foi um dos maiores memes deste ano. E não passou despercebido no YouTube, lógico. 

Aula de História

Foto: Bruno Capelas/Estadão

O melhor fica para o final: "history of the entire world, i guess", é um grande resumo da saga humana sobre o Planeta Terra em 19 minutos, com direito a narração rápida, muitos mapas e um incrível senso de humor. Tem que ver. 

Chegar aos 3,5% dos canais mais vistos do YouTube - o que significa atingir um mínimo de 1 milhão de visualizações por mês – rende apenas de US$ 12 mil a US$ 16 mil (entre R$ 42 mil e R$ 56 mil ao ano) de faturamento anual com anúncios, segundo o estudo de Mathias Bartl, professor da Universidade Offenburg de Ciências Aplicadas, da Alemanha. O levantamento feito por Bartl é um dos primeiros a examinar dados do YouTube atrás de indícios de como ele funciona para criadores de conteúdo. 

Bartl descobriu que está cada vez mais difícil chegar ao topo, uma vez que a cada minuto, 300 novas horas de vídeo são enviadas aos servidores do YouTube. Além disso, as grandes estrelas têm cada vez mais sucesso. A média de visualizações por vídeo caiu para 89 em 2016, de 10.262 uma década antes. 

Ao mesmo tempo, os maiores canais do YouTube estão engolindo mais espectadores. Os 3% de canais do topo ficavam com mais de 64% das visitas em 2006. Uma década depois, eles ficam com 90%. 

O YouTube ainda não respondeu a um pedido para comentar o estudo. 

Adeus, cauda longa. O que está acontecendo no YouTube, na verdade, acontece em toda a internet, onde criadores estão descobrindo que as probabilidades de sucesso no mundo online não são muito diferentes daquelas na vida real, Na verdade, podem até ser piores – negando uma popular teoria do início da internet, a da Cauda Longa. Cunhada pelo ex-editor da revista Wired Chris Anderson, ela dizia que produtos de nicho conseguiriam finalmente achar seu espaço e sobreviver mercadologicamente falando na rede. 

Em música, serviços de streaming como Spotify e Apple Music favorecem principalmente os superastros. Ninguém precisa mais brigar com uma gravadora para ter sua música distribuída, mas conseguir ouvintes é outra história. Menos de 1% das canções respondem por 86% da música escutada no ano passado, segundo a empresa de pesquisa de mercado Nielsen. 

Veja os 10 principais vídeos do YouTube no Brasil em 2017

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Foto: Bruno Capelas/Estadão

As paródias dominaram o YouTube brasileiro em 2017. Dos dez principais destaques do site de vídeos este ano no País, sete deles eram paródias de sucessos gringos ou brasileiros. Um deles é "Eu Cansei de Ser Pobre", versão de Whindersson Nunes para "Shape of You", de Ed Sheeran. 

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Já a youtuber Kéfera fez uma ode aos insones em "Dez pras Cinco", uma paródia de "Despacito", sucesso do porto-riquenho Luis Fonsi. 

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Quem também apostou numa paródia de "Despacito" foi RezendeEvil, que preferiu falar sobre o problema que é sobrar mês no fim de tanto plano de dados de internet. O nome da paródia? "Sacrifício". 

Dani Russo

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Além disso, três vídeos do top 10 brasileiro repercutiram um dos hits do verão, o funk "Deu Onda", do MC G15. Um deles foi "MC G15 não me deu onda", da youtuber Dani Russo. 

Rafinha Sanchez

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Outro foi Rafinha Sanchez, que falou sobre o desejo de comer em sua paródia da canção "Deu Onda". 

Julio Cocielo

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Para terminar, Julio Cocielo, do CanalCanalha, mostrou que queria largar a namorada para voltar para o bar, em "O Bar Me Ama", uma piada com um dos versos da música, "o pai te ama". 

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Para fechar a lista das paródias, Felipe Neto fez uma sátira à sociedade dos likes e curtidas com "Curtidinha", releitura da "Paradinha" de Anitta. 

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Já seu irmão, Luccas Neto, que começou à sombra de Felipe, se tornou um dos destaques do ano com a canção "Acredite Nos Seus Sonhos", em que relembra seus grandes momentos no YouTube, como imitar focas e mergulhar num balde de Nutella.

Tecnologia

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Feito pelo Canal Top 10 com voz robótica, "10 funções secretas escondidas no celular" mostra a importância da tecnologia na vida dos brasileiros. 

Invento na Hora

Foto: Bruno Capelas/Estadão

Já o último destaque, "Fingi trair minha namorada com a amiga dela na cama", do canal Invento na Hora, é de um dos "gêneros" mais populares do YouTube brasileiro – o das trolladas, equivalente contemporâneo às pegadinhas de Silvio Santos. 

Global

Foto: Bruno Capelas/Estadão

E agora que você já conhece os destaques do YouTube no Brasil, que tal ver o que foi sucesso no mundo em 2017?

E, uma vez que hoje ninguém mais compra música, mesmo para render pouco dinheiro no streaming, canções têm de ser tocadas milhões de vezes. Os mais prejudicados são os artistas intermediários, que antes conseguiam faturar razoavelmente vendendo milhares de álbuns por ano e excursionando pelo país mesmo sem nunca ter chegado a fazer grande sucesso. Cada vez mais, esses artistas têm duas opções: ou viralizam, ou abandonam a carreira. 

Na televisão, há tantos programas novos que ninguém consegue assistir a todos. Quase 500 séries originais foram ao ar no ano passado. As redes tradicionais de TV estão sendo desafiadas pela TV a cabo e pelos serviços de streaming. Isso levou a inúmeras novas oportunidades para atores e roteiristas. Mas a nova era enfrenta desafios diferentes, incluindo temporadas mais curtas e horários menos previsíveis que dificultam que muitos espectadores consigam acompanhar algo até o fim.

Problemas. A acirrada competição entre criadores no YouTube também gera problemas. 

Em fevereiro, o YouTube suspendeu todos os anúncios em canais de Logan Paul, um de seus maiores astros, após uma série de controvérsias que incluíam vídeos feitos por ele numa chamada “floresta dos suicidas” do Japão e de piadas sobre comer cápsulas do detergente Tide. 

Outro astro, Felix Kjellberg, conhecido como PewDiePie, fez piadas racistas e antissemitas em alguns de seus games. Ele foi excluído do lucrativo serviço de anúncios do Google para vídeos de alto desempenho e sua planejada série no canal pago YouTube Red foi cancelada. 

O youtuber Logan Paul teve seu canal suspenso depois que filmou uma "floresta dos suicidas" no Japão e incentivou uma competição para ingestão de detergente entre seus fãs

YouTube

O youtuber Logan Paul teve seu canal suspenso depois que filmou uma "floresta dos suicidas" no Japão e incentivou uma competição para ingestão de detergente entre seus fãs

Agora, o YouTube está adotando medidas que tornam ainda mais difícil a vida dos criadores de menor sucesso. Recentemente, a empresa decidiu que os canais têm de ter atingido pelo menos mil inscritos e 4 mil horas de visualização nos 12 meses anteriores para começarem a receber dinheiro de anúncios. Segundo o YouTube, a mudança visa a desestimular vídeos com conteúdo problemático ou ofensivo, e apenas “um número insignificante de canais” seria afetado por ela. 

O estudo de Bartl ainda dá alguma esperança para aspirantes ao YouTube, com dicas de como aumentar as chances de sucesso financeiro. O YouTube oferece 18 categorias de estilo, e selecionar a certa significa uma “previsão altamente significativa de sucesso num canal”, escreveu Bartls. As categorias mais populares através da última década foram de vídeos de entretenimento, com 24% de todas as visualizações, seguidos de música e games. 

Mas as chances de um canal no YouTube chegar aos rarefeitos 3% do topo são melhores para outras áreas, como comédias; entretenimento; “como fazer” e estilo; e games. São piores para: esportes; educação; atividades não lucrativas e ativismo; e pessoas e blogs. 

Bartl também assinalou que os altos escalões do YouTube ainda usam uma mistura de vídeos profissionais e vídeos gerados por usuários, concluindo que isso “dá esperanças de que a retórica do  ‘divulgue-se a si mesmo’ do YouTube não seja uma ficção completa”. /TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

    Tags:

  • internet
  • Logan Paul
  • Felix Kjellberg
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