Facebook lança ‘clone’ do Snapchat para o Brasil

Com Flash, usuários poderão compartilhar vídeos que desaparecem em 72 horas

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Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Flash, novo aplicativo do Facebook, criado especificamente para o Brasil Foto: Tiago Queiroz|Estadão

O Facebook, maior rede social do mundo com quase 1,8 bilhão de usuários, lança hoje o aplicativo Flash, sua mais recente aposta para competir com o Snapchat, aplicativo para compartilhar vídeos que desaparecem em 24 horas. Trata-se da mais nova tentativa da empresa de Mark Zuckerberg para conquistar o público jovem, cada vez mais interessado em compartilhar vídeos curtos com os amigos em vez de publicar textos e fotos na rede social.

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O serviço é o primeiro desenvolvido pelo Facebook especificamente para o público brasileiro – por enquanto, a empresa não tem planos de lançá-lo em outros países. “Escolhemos o Brasil porque o povo é muito criativo”, disse George Wang, engenheiro de produto do Facebook responsável pelo Flash, em entrevista ao Estado

Por trás do lançamento do aplicativo de vídeos efêmeros, porém, está a estratégia do Facebook de investir cada vez mais alto em vídeo. De acordo com o estudo Visual Networking Index, divulgado pela fabricante de equipamentos de infraestrutura Cisco em junho deste ano, os vídeos devem representar 82% de todo o tráfego de internet gerado em 2020 – hoje, eles já representam 70%. “As redes sociais estão mudando”, diz Wang. “E o vídeo está se tornando o centro da experiência.” 

Na semana passada, em sua conferência de resultados do terceiro trimestre, Zuckerberg afirmou que, hoje, os usuários do Facebook já assistem a mais de 100 milhões de horas de vídeos por mês. Ele afirmou que planeja colocar o vídeo no centro de todos os serviços da empresa.

Para Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), o Facebook está experimentando vários formatos de vídeo nos últimos meses. “A empresa está tentando achar um modelo vencedor”, diz o especialista. “Não é a primeira vez que o Facebook tenta copiar características do Snapchat em seus serviços.” 

De fato, desde que o Facebook tentou comprar o Snapchat no final de 2013 e teve a oferta recusada, as tentativas de repetir o sucesso do aplicativo não cessaram (leia mais abaixo). A empresa adicionou recursos similares, como máscaras e adesivos virtuais, no Instagram e até no WhatsApp. Hoje, o Snapchat tem 150 milhões de usuários ativos por dia e a Snap, startup que o desenvolveu, é avaliada em US$ 19,3 bilhões.

Rede. O Facebook tenta diferenciar o Flash do Snapchat com alguns recursos interessantes. “O aplicativo ocupa pouco espaço e funciona bem onde a rede é instável”, diz Wang. Os vídeos compartilhados por meio do Flash, por exemplo, demoram mais tempo para desaparecer: 72 horas.

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Outro recurso interessante é a integração com o Facebook, o que facilita a conexão à rede de amigos. No rival, é preciso construir uma rede “do zero”. Além disso, o aplicativo funciona mesmo se não houver conexão de internet: neste caso, ele envia automaticamente o vídeo quando a conexão é restabelecida. No Snapchat, é preciso reenviar o vídeo manualmente.

O Facebook também trabalha com parcerias locais para tornar o aplicativo atraente. Na próxima semana, filtros de times de futebol como Palmeiras, Corinthians e Flamengo estarão disponíveis no app.

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