Facebook revisa mais de 6,5 milhões de contas suspeitas por semana

Rede social mais popular do mundo, com quase 2 bilhões de usuários, tem manual com orientações internas sobre postagens sobre sexo e violência; conteúdo foi revelado pelo jornal britânico 'The Guardian'

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Por Redação Link
Atualização:
O Facebook está desenvolvendo novos dispositivos Foto: REUTERS/Regis Duvignau

O Facebook, rede social mais popular do mundo com quase 2 bilhões de usuários, analisa mais de 6,5 milhões de contas suspeitas toda semana. Essa tarefa é realizada pelos moderadores que também são responsáveis por verificar as denúncias de postagens com discurso de ódio, terrorismo, pornografia, automutilação, entre outros temas polêmicos. As práticas e manuais adotados por essa equipe para apontar qual conteúdo deve ser retirado da rede social foram revelados em uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian no último domingo, 21.

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Os repórteres entrevistaram moderadores da rede social, que falaram em condição de anonimato, e manifestaram preocupação com a inconsistência e natureza peculiar de algumas normas, como as que abordam postagens com conteúdo sexual. Em alguns casos, os moderadores só possuem dez segundos para tomar uma decisão sobre retirar ou não uma foto ou vídeo do ar, por exemplo. Novos tipos de violência na internet, como pornografia de revanche, tem aumentado a pressão sobre os moderadores.

O jornal teve acesso a mais de cem manuais, planilhas e fluxogramas. Nos documentos, há diretrizes para apagar frases como "alguém atire no Trump", em referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas ameaças do tipo "dane-se e morra” são permitidas, porque são consideradas pela rede social como sem credibilidade. De acordo com o jornal, a rede social permite, ainda, a publicação de vídeos de aborto, desde que não haja nudez. Fotos de abusos físicos não sexuais ou bullying de crianças não precisam ser deletados pelos moderadores, a menos que a postagem contenha elementos sádicos ou de celebração.

Procurado pelo jornal britânico, o Facebook disse que segurança é a sua preocupação primordial. A empresa confirmou que está usando software para interceptar conteúdo antes de ir ao ar, mas a tecnologia ainda está em estágio inicial de desenvolvimento. 

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