Grupo no Facebook impulsiona página Site dos Menes

Página passa de 250 mil a 880 mil curtidas na rede social após criação do grupo em abril de 2017

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Por Carolina Ingizza
Atualização:
Página Site dos Menes faz sucesso no Facebook com imagens de humor Foto: Site dos Menes

Um mene não é um meme. Isso pode até parecer óbvio para você, mas o equívoco é comum na internet. Em teoria, um mene seria um anti-meme, uma imagem criada propositalmente para zombar dos memes — estes sim as tradicionais imagens de humor que circulam no WhatsApp e no Feed de Notícias do Facebook. Na prática, essa história de anti-meme é mais complicada do que parece. Felippe Agner, um dos criadores da página Site dos Menes, diz que hoje este tipo de humor flerta muito com trocadilhos, então encontrar uma definição é praticamente impossível. A falta de um conceito claro para o que é um mene, porém, não afeta o sucesso da página que os criou, o Site dos Menes: hoje, ela já tem mais de 880 mil fãs no Facebook. 

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O sucesso não veio logo de cara: criado em 2012, o Site dos Menes tinha menos de 250 mil curtidas no Facebook até abril desse ano. Foi só com a criação de um grupo para os fãs da página – representada por um simpático avestruz – que a audiência cresceu. “Pensamos em criar um grupo porque era bom para interagir com a galera e ainda nos ajudaria na produção de conteúdo, já que a gente não trabalha com o site”, diz o administrador.

O grupo já está com quase 200 mil membros. Lá, as pessoas passam o dia enviando sugestões de menes para a página. Em média, são recebidos 1100 posts diariamente. Hoje, das quatro ou cinco publicações diárias do Site dos Menes, 80% são contribuições vindas do grupo – antes, o grupo de administradores da página tinha dificuldade de manter o ritmo das publicações. 

No entanto, Agner comenta que nem sempre um mene que se destaca no grupo é levado para a página. Há um cuidado para que o Site dos Menes produza conteúdo além do que é feito pelos fãs, mas a maior causa de não publicação de sugestões é a falta de tempo e organização. “Não temos pessoas que se dedicam exclusivamente ao grupo, não encaramos o Site profissionalmente como o pessoal da SAM e de outras páginas fazem”, diz o curitibano.

Inclusive, os administradores e os membros não recebem nada com os menes. A página fez três ações publicitárias nos últimos anos, mas o lucro delas foi redistribuído com o grupo ou cobriu gastos de manutenção. “Vimos uma loja grande com uma camisa estampada com a palavra "menes", então decidimos marcar o território. Agora, começamos a vender canecas, mas nosso objetivo não é tirar dinheiro disso”, afirma Agner.

Humor. Com o grupo, além do número de curtidas da página, outro aspecto mudou: o tipo de humor. Inicialmente, as imagens compartilhadas faziam piadas sutis com temas atuais ou eram completamente sem "sem sentido". “Agora, para um mene se destacar no grupo, às vezes só um trocadilho já basta”, diz o administrador.

Não que os trocadilhos sejam ruins. Felippe comenta, por exemplo, que seu mene favorito dos últimos meses foi o “Pele Quiabito” (imagem abaixo). “É o futuro, ninguém faz nada sozinho, então talvez os grupos ajudem no futuro e na renovação do humor, mesmo que isso acabe despersonalizando um pouco as páginas”.

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Novo mene: a pele quiabito. Foto: Yan Augusto/Site dos Menes

Origem. Em 2011, os administradores da página — amigos que mantinham uma lista de discussão por e-mail —faziam sátiras de temas cotidianos no Twitter. Um dia, um deles propôs a criação de uma página de “memes que não deram certo” e a turma acatou. Primeiro, fizeram um Tumblr, mas em 2012 migraram para o Facebook.

Na época, com os “memes clássicos” em alta — como o do cachorro que falava dorgas — surgiu o mene do “processinho”, que brincava com a mania de as pessoas se ameaçarem com processos na internet.

Um dos primeiros menes foi este, que brincava com a mania de as pessoas se ameaçarem com processos na internet Foto: Site dos Menes

*É estagiária, sob supervisão do repórter Bruno Capelas

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