Internet das Coisas deve gerar US$ 8 bilhões no Brasil em 2018, diz IDC

Setor deve crescer dois dígitos até 2021, espera consultoria; definição de tarifas pela Anatel e divulgação do Plano de Internet das Coisas devem destravar projetos no País

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Internet das coisas também deverá impactar vários setores, com sensores e máquinas conectados à internet Foto: Divulgação

O ecossistema brasileiro de Internet das Coisas -- nome dado à revolução que vai conectar todos os objetos à nossa volta -- deve gerar US$ 8 bilhões em 2018, em crescimento de cerca de 14% na comparação com o ano passado, de acordo com dados divulgados pela consultoria IDC Brasil nesta terça-feira, 30, em evento realizado em São Paulo. 

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De acordo com Pietro Delai, gerente de pesquisa e consultoria da área de Infraestrutura da consultoria, o setor será beneficiado neste ano pela definição de ações governamentais para destravar investimentos e realização de projetos. “Os elementos básicos para que o mercado evolua estão postos”, diz o analista. 

É o caso da divulgação do Plano Nacional de Internet das Coisas, feito pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) e pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano passado, responsável por definir as prioridades para exploração da tecnologia no País, e a definição de tarifas para dispositivos conectados pela Anatel, prevista para o primeiro trimestre de 2018. 

Segundo Delai, dos 55 casos de uso medidos pela consultoria em diversas áreas de Internet das Coisas – como saúde, infraestrutura urbana, indústria e agricultura – apenas 7 não devem crescer em pelo menos dois dígitos até 2021. Os valores incluem gastos com sensores, sistemas de coleta e armazenamento de dados, computação em nuvem e inteligência artificial para análise das informações coletados por dispositivos conectados, explica o analista. 

Em casa. A consultoria também revelou dados a respeito da utilização de dispositivos conectados – como câmeras de segurança e aparelhos de ar condicionado – nas casas dos brasileiros. Segundo a IDC, 4% das residências brasileiras já possuem algum aparelho residencial do tipo ligado à internet. 

Hoje, a consultoria vê entraves para o crescimento dessa estatística no País: entre eles, está o custo dos aparelhos conectados, hoje em sua maioria importados, e a barreira da língua para utilização de comandos de voz. 

“A indústria quer vender e o usuário quer comprar, mas ainda falta todo mundo falar a mesma língua -- no caso, o português”, diz Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa para o mercado de dispositivos de consumo da IDC Brasil. Em 2018, o mercado para consumo doméstico de Internet das Coisas deve gerar US$ 612 milhões no País, segundo previsão da consultoria. 

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Segundo a consultoria, o mercado de telecomunicações brasileiro deverá ficar praticamente estável em 2018, com uma leve baixa de 0,1%. Enquanto isso, o setor de TI deverá registrar crescimento de 5,8% no ano. Ao todo, o mercado de tecnologias de informação e comunicação (TIC) deve registrar alta de 2,2% em 2018 – a consultoria, porém, não revelou números de faturamento para o setor. 

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