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Mais de 90% da escolas públicas enfrentaram falta de equipamentos durante a pandemia

A pesquisa anual do Cetic.br revelou que a dificuldade encontrada pelas escolas públicas durante a pandemia passaram pela disponibilidade de equipamentos e de uso das plataformas de ensino online

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Por Bruna Arimathea
Atualização:
Mesmo em 2021,apenas 21% das escolas brasileiras tinham alguma estrutura para oferecer aulas remotas para seus estudantes durante a pesquisa Foto: Felipe Rau/Estadão

O ensino remoto, que acontece há mais de um ano em muitas instituições, revelou a dificuldade das escolas em adaptar o conteúdo letivo para crianças e adolescentes em casa durante a pandemia. Segundo a pesquisa TIC Educação, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), cerca de 95% das escolas estaduais tiveram problemas com a falta de celulares e computadores, enquanto 77% das escolas municipais encontraram dificuldades em atender alunos em situação de vulnerabilidade social. 

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A pesquisa, realizada de setembro de 2020 a julho de 2021, demonstrou ainda que apenas 21% das escolas brasileiras tinham alguma estrutura para oferecer aulas remotas para seus estudantes. Entre as particulares, esse número sobe para 37%, mas nas escolas públicas estaduais o percentual passa para 22% e nas municipais, apenas 14%. 

A tecnologia, porém, ainda foi a maior aliada das escolas durante o período de aulas em casa ou em regime híbrido. Cerca de 87% delas utilizaram algum tipo de atividade tecnológica na hora de adaptar o ensino. As maiores 'pedras no caminho' dessa adequação foram as plataformas de videochamada, como Zoom e Google Meet: apenas 58% das instituições se valeram dessas ferramentas. 

Na zona rural, o uso desses recursos foi ainda menor. Apenas 59% das escolas ofereceram gravação de aulas em vídeo e para os alunos. Em relação à plataformas e aplicativos, o número cai para 34%. 

Ainda assim, para Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, a priorização das atividades superou, em partes, os percalços do ensino a distância em prol de manter alunos estudando durante a pandemia. “Os dados desta edição da pesquisa mostram claramente que escolas, educadores, pais e alunos buscaram formas de se adaptar ao novo cenário, enfrentando problemas de infraestrutura e conectividade para seguir com as atividades pedagógicas durante a pandemia”. 

*é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani 

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