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Novos serviços de streaming de vídeo têm um problema com o nome

Com a proliferação de plataformas de streaming, o sinal se tornou um marcador multifuncional que sinaliza horas intermináveis de programas sob demanda

31/10/2021 | 05h00

  •      

 Por Tiffany Hsu - The New York Times

Apple TV + foi anunciado em 2019

Apple

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Primeiro apareceu o “e”. Depois veio o “i”. Agora, é a vez do “+": com a proliferação de plataformas de streaming, o sinal se tornou um marcador multifuncional que sinaliza horas intermináveis de programas sob demanda.

Os serviços de streaming com o sinal de mais (+) incluem ESPN + (iniciado em 2018), Apple TV + (2019), Disney + (2019), BET + (2019), AMC + (2020) e Discovery + (2021). Em fevereiro, a plataforma de streaming conhecida como CBS All Access da ViacomCBS entrou nessa lista ao reformular a marca. A empresa decidiu chamá-la de Paramount +.

Colocar o sinal de mais no nome de um estúdio cinematográfico conhecido pode ser uma maneira muito eficaz de dizer aos clientes que a plataforma oferece filmes e algo mais. Ou pode ser "um desastre”, disse Mike Carr, cofundador da empresa de branding NameStormers.

“O '+' é uma ótima ideia a curto prazo e uma péssima ideia a longo prazo”, disse Carr, que ajudou a encontrar nomes para milhares de clientes, incluindo CarMax, a empresa de carros usados, e Angry Orchard, a marca de sidra alcoólica.

“É legal e moderno agora”, continuou Carr, “mas você não pode possuir ou definir um termo genérico como ‘mais’ porque todos os seus concorrentes estão fazendo a mesma coisa.”

O uso do sinal de mais remonta a no mínimo 1984, quando o canal de televisão francês Canal + fez sua estreia. O Google fez parte da tendência de 2011 a 2019, com sua rede social Google+.

A plataforma de streaming Hulu usou em 2010, quando iniciou o serviço de assinatura Hulu +. Em 2015, a empresa subtraiu o sinal de mais e o nome tornou-se simplesmente Hulu. “Nós nos divertimos muito com nosso velho amigo Plus (mais em inglês)”, disse a Hulu quando anunciou a mudança, “mas é hora de seguir em frente”.

A tendência do uso do sinal de mais surgiu após a febre de nomes da era pontocom - eBay, Esurance e eharmony - que se agarrou ao “e”, para eletrônico, como um significante de lazer e compras online. A Apple notoriamente popularizou o “i” minúsculo, seguido por iGoogle, iHeartMedia e iZotope. O “e” comercial também teve seu momento, graças a uma série de marcas de moda como Me & You, Me & Ro, Stella & Haas e Stella & Dot.

Popularidade

O sinal de mais tornou-se tão comum na indústria de streaming que a estrela de cinema e empresário Ryan Reynolds zombou da tendência em um comercial para sua operadora sem fio Mint Mobile. Sua paródia promovia o Mint Mobile +, um serviço de streaming fictício.

Vários nomes de marcas profissionais - o setor de branding ganhou força com um punhado de lojas especializadas na década de 1980 para milhares de roupas - disseram que usar o “mais” pode acabar sufocando o crescimento. Carr lembrou de instituições financeiras que lutam para diferenciar as novas ofertas de cartões de crédito e precisam recorrer à atribuição de cores como prata, ouro, platina e preto.

“Não posso dizer quantas vezes já vi isso acontecer - sempre há uma próxima geração, uma versão 3.0 ou 4.0”, disse Carr. “Então ele vai se tornar Paramount ++? Paramount +++? ”

No ano passado, novos serviços de streaming, como a plataforma Peacock da NBCUniversal e a HBO Max da AT&T, conseguiram resistir à moda. Mas com tantos outros contando com o símbolo, os primeiros a fazer essa escolha "provavelmente estão se sentindo um pouco irritados porque todos os copiaram", disse Julie Doughty, que dirige o departamento de Nome & Identidade Visual na empresa de branding Landor & Fitch.

Agora, o sinal de mais pode acabar virando uma abreviação para o próprio streaming, “da mesma forma que o símbolo de jogo da velha dos teclados telefônicos se tornou a hashtag”, disse Doughty.

Executivos de empresas especializadas em desenvolver nomes de marcas e produtos disseram que a ViacomCBS e a Disney provavelmente passaram por meses de debates e grupos de foco, bem como verificações de marcas registradas e idiomas estrangeiros, antes de aprovar as marcas com sinal de mais.

“Não é que ‘mais’ seja o melhor nome”, disse Steve Manning, fundador da Igor Naming Agency. “Ele é aquele que sobrevive, porque todo os demais são contestados. É a escolha menos questionável para um grande público. ”

Manning, cuja empresa transformou a Court TV em truTV, comparou a tarefa de seleção de nomes à escolha de uma pizza por um comitê.

“Alguém vai ser intolerante à lactose, alguém não vai comer carne”, disse ele. “Você terá sorte se comer algo mais do que apenas uma crosta sem glúten com queijo em um dia bom.”

Alexandra Watkins, cuja empresa de branding Eat My Words criou o nome Smitten para uma empresa de sorvetes na Califórnia e Neato para um aspirador de pó robótico, disse que tentava evitar nomes "que parecem criados por alguém que ficou bêbado e jogou Scrabble". Ela reconheceu ter vendido uma vez a um cliente um nome que incluía “mais” - e ficou surpresa ao ganhar US$ 30.000 por isso.

Com tantas empresas de streaming adotando o sinal de mais, ela disse que a ViacomCBS "perdeu completamente uma oportunidade" ao nomear sua plataforma como Paramount +, em vez de usar algo mais criativo.

“O símbolo de mais é o menor denominador comum”, disse ela. “É preguiçoso e a saída mais fácil.” / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

 

    Tags:

  • televisão
  • streaming

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