• Estadão
  • Opinião
  • Política
  • Economia
  • Internacional
  • Esportes
  • Brasil
  • São Paulo
  • Cultura
  • PME
  • Jornal do Carro
  • E+
  • Paladar
  • Link

Link Estadão

 
  •  inovação
  •  cultura digital
  •  gadgets
  •  empresas
  •  games
Assine Estadão
formulário de busca

O homem que parou o WhatsApp no Brasil

Comparado ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, juiz Marcel Maia Montalvão também esteve por trás da prisão de executivo do Facebook em março

04/05/2016 | 05h00

  •      

 Por Antônio Carlos Garcia - Especial para o Estado

Aracaju – O juiz Marcel Maia Montalvão, 55 anos, que derrubou o WhatsApp por pouco mais de 24 horas e que, em março passado, mandou prender o vice-presidente do Facebook na América Latina, Diego Dzodan, é um homem recluso, anda em carro blindado, oferecido pelo Tribunal de Justiça de Sergipe, e tem segurança do Estado durante 24 horas. É firme nas decisões e honesto e investiga uma quadrilha internacional de drogas em Lagarto, daí a insistente busca dos diálogos no WhatsApp. Em Sergipe, chega a ser comparado por alguns advogados, como um Sérgio Moro – o juiz federal da Operação Lava Jato.

O perfil de Marcel e a informação da investigação sobre a quadrilha internacional que está sendo investigada são do também juiz e amigo pessoa, Manoel Costa Neto, da Comarca de São Cristóvão, região metropolitana de Aracaju. Eles se conhecem desde os 11 anos de idade. “Por Marcel ser diligente e rigoroso, a Polícia Federal sempre lhe busca como apoio na investigações”,  afirmou Costa Neto, ao lembrar que ele e Marcel passaram no vestibular para Engenharia Química. Manoel nem chegou a cursar e foi fazer Direito, mas Marcel prosseguiu.

Marcel Maia Montalvão

Divulgação

Marcel Maia Montalvão

Segundo Manoel Costa Neto, Marcel foi um aluno tão exemplar que saiu da faculdade para o emprego, na Exxon e se tornou o maior especialista na América Latina em lama de petróleo. “Ele ganhava, na época, o equivalente a R$ 100 mil por mês, até que um acidente numa plataforma no Rio de Janeiro, começou a por fim à sua carreira”, lembrou Costa Neto.

“Ele recebeu um vultosa indenização da empresa, num acordo de demissão, mas o Plano Collor confiscou o dinheiro. Ele passou três anos afastado do setor petrolífero e quando voltou ninguém o quis mais. Resultado, Marcel ficou vivendo com uma mesada do pai, de R$ 50 por mês. Se fosse um desequilibrado teria bebido veneno ou dado um tiro na cabeça” contou.

“Marcel é tão rígido que chega a ser chato. Eu estou dizendo isso porque sou amigo de muitos anos dele”, afirmou Costa Neto. “Mas é um criatura simples demais. Quando ele entrou para magistratura, foi para Estância e lá desbaratou uma quadrilha do PCC (Primeiro Comando da Capital) e a polícia descobriu um esquema para matá-lo. Em virtude disso, pegou uma licença do Tribunal de Justiça e passou quatro meses no exterior. Hoje vive recluso em casa, porque não quer sair escoltado pela polícia. Faz audiência armado e com colete a prova de balas. Ele sempre pede desculpas aos advogados por trabalhar  armado”, narrou  Costa Neto.

Postura – “Ele fala direto, não gosta de arrodeios, como se diz aqui no Nordeste, mas isso não lhe tira a educação”, disse o presidente da Associação dos Magistrados de Sergipe (Amase), Antônio Henrique de Almeida Santos. Marcel entrou na magistratura em 2004, “é um excelente profissional e batalhador e vem de outra profissão e mudou completamente o rumo”. O juiz era engenheiro químico e depois resolveu enveredar pelo Direito e passou no concurso para juiz.

Para o presidente da Ordem dos Advogados em Sergipe (OAB-SE),  Henri Clay Andrade, Marcel é um juiz sério e diligente. “Não conheço  nenhum ato de reprovação profissional dele. As decisões são muito rigorosas e ele leva muito sério o combate ao crime organizado, ao  tráfico de entorpecentes”, afirmou. Henri Clay considerou desproporcional a  decisão de bloquear o WhatsApp, prejudicando 100 milhões de pessoas no País.

O presidente da Associação Sergipana dos Advogados Criminalistas, Emanuel Cacho, disse que Marcel é bastante rígido nas posições, mas é um homem sério e equilibrado. “A rigidez dele é dentro da legalidade. É um juiz ativo que não deixa de decidir. Assim como Moro (Sérgio Moro) revolucionou  a capacidade que o juiz tem de fazer investigação criminal, naturalmente como Ministério Público Federal e Polícia Federal,  Marcel é o que podemos chamar de um excelente juiz. Simplesmente, ele não lava as mãos, não para diante das dificuldades e tem tentado buscar soluções jurídicas, embora surpreendentes, mas dentro do campo da legalidade”, completou Cacho.

    Tags:

  • Aracaju
  • Facebook
  • América Latina
  • Diego Dzodan
  • Lagarto
  • Sergipe
  • Sérgio Moro
  • Operação Lava Jato
  • Marcel
  • Polícia Federal
  • Engenharia Química
  • Manoel
  • Direito
  • Exxon
  • Rio de Janeiro
  • PCC
  • Primeiro Comando da Capital
  • Tribunal de Justiça

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Assine o Estadão Já sou Assinante

Mais lidas

  • 1.Novo Nissan Note antecipa motor híbrido do Kicks
  • 2.Honda Civic pode deixar de ser produzido no Brasil em 2022
  • 3.T-Cross e Renegade para PCD têm vendas suspensas
  • 4.Citroën registra sedã do C3 no Brasil para rivalizar com Onix Plus e Virtus
  • Meu Estadão
  • Fale conosco
  • assine o estadão
  • anuncie no estadão
  • classificados
  •  
  •  
  •  
  •  
  • grupo estado |
  • copyright © 2007-2022|
  • todos os direitos reservados. Termos de uso

compartilhe

  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • WhatsApp
  • E-mail

Link permanente