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‘O YouTube não exige que as pessoas vistam rótulos’, afirma a youtuber Bruna Louise

Conhecida como Desbocada, Bruna cresceu no YouTube e, com quase 850 mil seguidores, mostra que maior site de compartilhamento de vídeos do mundo dá liberdade a artistas

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Por Matheus Mans
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A evolução dos youtubers, geralmente, é a mesma: o canal no YouTube cresce, a pessoa se torna uma celebridade instantânea e depois começa a expandir sua presença em outras plataformas e meios, como livros, televisão, cinema e teatro.

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A paranaense Bruna Louise foi completamente no sentido contrário. Começou nos palcos de teatro de Curitiba antes de decidir fazer participações esporádicas no canal de sua amiga Kéfera Buchmann, o 5inco Minutos.

A experiência deu certo. O público da Kéfera gostou de Bruna, que resolveu criar o seu próprio canal, o Desbocada. Com o sucesso, Bruna, que fazia sucesso apenas nos palcos, se tornou nacionalmente conhecida por sua atuação na internet. Abaixo, os melhores trechos da entrevista do Estado com Bruna Louise, do Desbocada:

Link: Como e quando você entrou no meio de youtubers? Bruna Louise: Curiosamente, o YouTube foi uma das últimas coisas que entrou na minha vida.Primeiro, eu fiz teatro por muitos anos e me formei em artes cênicas. Há uns cinco anos, entrei no campo da comédia e comecei a fazer stand-up. Só que eu queria tornar a comédia e o teatro em algo multimeio. Foi então que abri o canal do YouTube. Agora estou também na TV.

Você fez o caminho inverso da maioria dos youtubers. Essa entrada no site de vídeos foi mais fácil, uma vez que você já estava estabelecida fora dele? Meu canal no YouTube surgiu, pois eu fazia algumas participação no 5inco Minutos, o canal da Kéfera. E esse público queria muito que eu fizesse um canal no YouTube. Para você ter ideia: quando lancei meu canal, já ganhei 200 mil inscritos. Depois, claro, entrei no ritmo de crescimento de um canal normal. Hoje tenho algo em torno de 800 mil inscritos.

Você começou no YouTube com a Kéfera e depois ainda fez uma peça com ela. Você acha que ainda é muito associada à Kéfera? O público mesmo vai se diferenciando. Eu sou mais velha e o público da Kéfera é formado muito por adolescentes, que podem não se identificar tanto comigo. Então nos separados. Além disso, tenho muitos projetos fora do YouTube e que puxam novos tipos de público também. Estou escrevendo meu livro, fazendo stand-up, tenho programa na TV. E ainda tenho que lavar roupa quando chego em casa.

Como você avalia o atual cenário dos youtubers no País?  O YouTube mudou muito e é sensacional. Pode parecer um pouco egoísta, mas é o lugar que eu tenho para falar sobre o que eu quiser. Em um stand-up, por exemplo, é muito difícil falar o que eu quero mesmo. Por exemplo: eu fiz um vídeo de dez minutos só falando de sutiã. No meu stand-up, esse tema dura exatamente 40 segundos. Ou seja: no YouTube, tenho espaço para desenvolver o assunto. No meu stand-up, eu sou humorista. Nos meus vídeos, eu sinto que não preciso ser tão engraçada. Eu posso fazer um vídeo de opinião, mas com piadas. O YouTube me dá essa oportunidade.

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Muitos youtubers estão se profissionalizando e se tornando parte de produtoras especializadas. Como você, que está na Rede Snack. Isso é uma tendência? Sim. Os youtubers devem ser tratados como criadores de conteúdo. Eu já vi canais que estão profissionais demais. Gravando vídeo todo dia, como se fosse um canal de TV.

Já vi entrevistas suas falando das dificuldades que você sentiu, por ser mulher, de entrar no mercado de stand-up. No YouTube é parecido? Há machismo? O YouTube não exige que as pessoas vistam rótulos. Agora, fazer stand-up é uma área ocupada por homens. No YouTube, você tem liberdade. Tem mulher fazendo moda, fazendo comédia, entre outros temas. Tem mulheres importantes em todas as áreas. O bom foi que ganhei muita audiência por ser mulher. As pessoas queriam ver uma mulher fazendo stand-up.

O que você espera daqui para a frente? Ficar rica, famosa, bonita e visitar Paris. Brincadeira! Como comediante, quero firmar meu nome e encher os teatros por onde eu passo. E continuar participando de TV, internet, claro. Ainda tenho muito a aprender.

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