Obama quer US$ 19 bilhões para combater cibercrime

Presidente dos EUA solicitou ao Congresso um volume de investimentos para 2017 que supera em US$ 5 bilhões os recursos deste ano

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Por Agências
Atualização:

EFE

 

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Em sua proposta de orçamento para o ano fiscal de 2017, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, solicitou ao Congresso um aumento no volume de recursos destinados ao combate de ameaças à segurança cibernética. Ontem, Obama pediu que US$ 19 bilhões sejam investidos em segurança cibernética, o que representa um aumento de US$ 5 bilhões em relação a este ano.

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A solicitação vem em um momento no qual o governo Obama luta para lidar com o risco crescente representado por criminosos e Estados no mundo digital. De acordo com um oficial da inteligência norte-americana, os ataques a computadores são um dos desafios de segurança mais iminentes enfrentados pelos EUA. Embora o orçamento geral proposto pela Casa Branca enfrente resistência no Congresso, controlado por republicanos, o aumento do financiamento em cibersegurança ganhou apoio de congressistas de ambos os partidos em 2015.

No Congresso, o diretor de inteligência dos EUA, James Clapper, advertiu que as ameaças cibernéticas poderiam expor vulnerabilidades em serviços de infraestrutura para os cidadãos e nos sistemas do governo dos Estados Unidos. As ameaças cibernéticas estão “entre os perigos mais urgentes para a economia e a segurança nacional da América”, afirmou Obama ontem em um artigo de opinião publicado no jornal Wall Street Journal.

A solicitação de fundos adicionais é o sinal mais recente de que a Casa Branca pretende tornar a cibersegurança uma grande prioridade no último ano da presidência de Obama. A iniciativa vai incluir US$ 3,1 bilhões para a modernização dos diferentes sistemas de várias agências federais.

“A Administração da Segurança Social usa sistemas e códigos da década de 1960. Nenhum negócio bem-sucedido poderia funcionar desta maneira”, escreveu o presidente. O governo afirmou que vai exigir que as agências aumentem a proteção para informações mais importantes e, ao mesmo tempo, vai investir para que a atualização dos sistemas seja mais rápida.

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Ataques. A medida vem na esteira de uma série de ataques virtuais de grande porte contra o governo e empresas como a Sony Pictures e a Target, diante das quais se testemunhou uma inércia legislativa e a incerteza por parte do governo quanto à melhor abordagem para as ameaças cibernéticas crescentes.

Essas dificuldades se tornaram públicas em 2015, quando o Escritório de Administração de Pessoal anunciou ter sido vítima de uma grande invasão que retirou informações sigilosas de aproximadamente 22 milhões de indivíduos de suas bases de dados.

A Casa Branca também anunciou os planos de uma comissão presidencial de segurança cibernética que fará recomendações sobre como fortalecer as defesas ao longo da próxima década. As autoridades disseram que irão criar o novo cargo de agente federal chefe de informações de segurança.

No mês passado, uma agência reguladora governamental relatou ter concluído que o sistema de defesa cibernética do governo, conhecido como Einstein, é ineficaz no combate aos hackers. “Não importa o quão bons sejamos, jamais iremos impedir 100% das invasões”, afirmou Michael Daniel, assistente especial do presidente e coordenador de segurança cibernética, aos jornalistas no boletim antes da divulgação da proposta orçamentária.

Obama ainda assinou uma ordem executiva para criar um Conselho de Privacidade Federal permanente que terá como meta conectar autoridades de privacidade de todo o governo para que desenvolvam diretrizes abrangentes para a coleta e armazenamento de dados pessoais.

/REUTERS

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