Oficiais chineses instalam aplicativo de espionagem em celulares de turistas
O aplicativo extrai informações dos celulares, como e-mails, mensagens, histórico de ligação e contatos de turistas
02/07/2019 | 16h31
Por Redação Link - O Estado de S. Paulo
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Oficiais responsáveis por fiscalizar fronteiras da China estão instalando aplicativos de espionagem em celulares de turistas, de acordo com uma investigação conjunta realizada por jornais como o inglês The Guardian, o americano New York Times e o site especializado em tecnologia Motherboard. Segundo as reportagens publicadas ontem, o aplicativo instalado é capaz de extrair informações dos aparelhos, como e-mails, mensagens, histórico de ligação e contatos sem notificar os usuários.
Para instalarem os aplicativos, os oficiais pediram para que os turistas entregassem seus celulares Android com a senha de desbloqueio. O aplicativo de espionagem não foi encontrado em iPhones. Os celulares da Apple, no entanto, também eram recolhidos e vasculhados por uma máquina que busca conteúdos dentro dos smartphones. Após a busca, os dados dos celulares – que podem chegar a até 73 mil arquivos diferentes – são enviados para um servidor central do governo chinês.
A prática ocorre na região de Xinjiang, na fronteira com o Quirguistão – a região é habitada por uma etnia majoritariamente muçulmana, os Uighurs. Há tempos a região é vigiada por Pequim, que teme os riscos de insurreições populares no local: nos últimos meses, diversos relatos de uso de reconhecimento facial para fiscalizar os habitantes do local surgiram na mídia internacional, bem como campos de internação forçada pelo governo. “Já sabemos que os habitantes da região são vigiados, mas o que a reportagem encontrou mostra que até os visitantes estão sujeitos à invasão de privacidade”, disse Maya Wang, pesquisadora da ONG de direitos humanos Human Rights Watch, à Motherboard.
Entre os conteúdos vigiados pela China, há textos extremistas muçulmanos, mas também trechos do Corão. Supostamente, o aplicativo espião deveria ser desinstalado após a checagem na fronteira, mas alguns oficiais esqueceram-se de fazê-lo, o que permitiu à descoberta da prática.
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