Polícia inglesa prende suspeitos de integrarem grupo hacker que atacou Ministério da Saúde

Sete pessoas entre 16 e 21 anos foram presas em um investigação envolvendo os ataques do grupo Lapsus$ contra grandes empresas

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Por Rafael Nunes
Atualização:
Suspeitos envolvimento com grupo hacker são presos em Londres Foto: Dado Ruvic / Reuters

Nesta quinta, 24, a polícia inglesa prendeu sete pessoas suspeitas de integrarem o grupo de hackers Lapsus$, que ficou conhecido no Brasil por assumir a autoria do ataque contra o Ministério da Saúde do Brasil em dezembro do ano passado.  As prisões, porém, ocorreram no contexto de outras investigações, pois o Lapsus$ é suspeito de realizar ataques contra empresas multinacionais, incluindo Okta e Microsoft. "Sete pessoas entre 16 e 21 anos foram presas e todas foram liberadas sob investigação", disse o detetive da cidade de Londres MichaelO'Sullivan.

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Segundo a BBC, um dos líderes do grupo seria um adolecente de 16 anos, estudante de Oxford, em Londres. Porém, não há informações divulgadas pela polícia de que ele estava entre os sete presos. 

A reportagem da BBC diz que o garoto se identifica na internet como White ou Breachbase, tem autismo e frequenta uma escola especial em Oxford. Por meio dessas informações, a BBC chegou até o pai do menino, que quando entrevistado, disse desconhecer o envolvimento do filho com o grupo.

O canal conta também que o garoto passou a ser investigado pela polícia depois de grupos rivais divulgarem informações a seu respeito - ele teria mais de 330 bitcoins (hoje R$ 62 milhões) sob seu poder.

O site brasileiro Tecnoblog diz que pelo menos um brasileiro é suspeito de pertencer ao grupo, mas não deu mais detalhes. No Telegram, onde tem um canal público,o Lapsus$ disse que vai dar uma pausa porque alguns de seus membros “entrarão de férias”. 

Ações 

Em dezembro do ano passado, o Lapsus$ teria atacado o Ministério da Saúde do Brasil. O ataque fez com que o aplicativo do Conecte SUS deixasse de exibir dados da vacinação no país, além de ter deixado plataformas como o Painel Coronavírus, o e-SUS Notifica e o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização fora do ar. A instabilidade durou semanas até os sistemas serem restabelecidos. 

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Na quinta, 24, a Okta afirmou que foi alvo do grupo As notícias fizeram com que as ações da empresa caíssem cerca de 11% em meio a críticas à velocidade de sua resposta. 

Também nesta semana, o grupo também atacou a Microsoft, que reconheceu uma invasão aos seus servidores e o vazamento de códigos fontes de serviços como Bing e da Cortana. Depois do ocorrido, a empresa afirmou que nenhum usuário foi prejudicado. Mercado Livre, Claro, Nvidia, e Samsung também já foram alvos do grupo. /COM INFORMAÇÕES DA REUTERS

*é estagiário sob supervisão do editor Bruno Romani