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Primepass leva modelo 'Netflix' para cinemas, mas é limitado

Entenda se vale a pena aderir ao serviço de assinatura de cinemas, que permite assistir a filmes da telona todos os dias

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Por Matheus Mans
Atualização:
Usuário paga uma assinatura para receber passes diários para cinema Foto: Primepass

Na era das plataformas de streaming e dos vídeos online, o cinema parece ser uma aposta do passado. No entanto, algumas empresas continuam a olhar com interesse para as telonas. É o caso do Primepass, aplicativo de assinatura de ingressos de cinema e que chegou ao Brasil no começo do ano. O app tenta gerar uma receita recorrente ao dar "passe livre" para os cinéfilos nas principais salas.

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Para usar o Primepass, o usuário faz o cadastro e escolhe um dos planos de assinatura -- em São Paulo, é possível escolher do mais básico (R$ 79,90), com dias delimitados e até 12 utilizações ao mês; até planos mais avançados, como o de R$ 220 que permite utilizações diárias, em qualquer dia da semana, em todos os tipos de sala de cinema.

Depois de escolher o plano, é preciso esperar o cartão da empresa chegar no endereço escolhido. Na hora de escolher o filme, começam as limitações: só é possível escolher um ingresso se o usuário estiver a menos de 100 metros do cinema escolhido. Ou seja, não pense em escolher o filme antes de sair de casa. A limitação também atrapalha quem quer comprar ingresso antecipado em sessões mais concorridas, precisando ir até o cinema antes da data de exibição, que elimina a vantagem de usar o aplicativo.

Para retirar o ingresso no cinema, não é preciso ir ao guichê. Basta usar uma máquina de autoatendimento e inserir o cartão, de bandeira MasterCard, para selecionar o assento. Depois, basta se dirigir à sessão escolhida.

A empresa justifica a limitação como uma questão primordial de segurança para a Primepass. “O ingresso deve ser pessoal e intransferível”, afirma Juan Balmaceda, responsável de operações da Primepass no País. “Com a limitação de 100 metros, acreditamos que ficaria mais difícil passar o ingresso para outras pessoas e, principalmente, evitar a revenda do passe para respeitar as regras dos cinemas.”

Alcance. O Primepass pode ser utilizado em todas grandes redes de cinema, como Cinemark, Kinoplex, UCI, PlayArte e Cinépolis. No entanto, redes menores não são atendidas, como o Caixa Belas Artes, na Rua da Consolação, e o Reserva Cultural, na Avenida Paulista. “Temos 60% do mercado e uma outra parte que tem parceria com a MasterCard. Mas já estamos nas principais redes de cinema”, diz Balmaceda.

Além da disponibilidade de salas na plataforma, a grande questão para assinar ou não o Primepass é a frequência de uso, que varia de pessoa para pessoa. No plano testado pelo Estado, de custo mensal de R$ 100, o cliente pode utilizar o serviço todos dias, em todos horários e com filme a cada 24 horas. Não estão incluídas salas VIP e IMAX, além de 3D -- as duas primeiras estão no plano mais caro e o 3D no pacote adicional de R$ 29,90 ao mês.

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O pacote custa pouco mais de R$ 3 ao dia, o que é uma vantagem considerando os preços dos ingressos de cinema. Em São Paulo, a média de preço de ingresso é de R$ 25 -- sem considerar meia-entrada, IMAX, sala VIP ou 3D. Ou seja: se o cliente vai mais de quatro vezes ao cinema tradicional por mês, compensa assinar o pacote intermediário do Primepass. Se é usuário que usa meia-entrada, vale assinar o serviço, caso costume ir mais de oito vezes ao cinema no período.

No entanto, se for um usuário que mistura os tipos de cinema -- seja a qualidade da imagem ou a rede de cinemas -- é preciso analisar melhor antes de assinar o serviço. Não vale a pena assinar o pacote intermediário se o usuário frequenta salas VIPs ou, ainda, se a pessoa gosta de frequentar as redes que não são cobertas pelo serviço, como as já citadas Caixa Belas Artes e Reserva Cultural.

O plano mais caro só deve ser consumido apenas por quem vai muitas (repito, muitas) vezes ao cinema VIP ou IMAX. Ele custa R$ 220, enquanto a entrada para estas salas fica em torno de R$ 60. Tem que ser frequentador assíduo deste tipo de cinema -- e não dar chance aos tradicionais -- para fazer com que valha a pena desembolsar todo o dinheiro da assinatura. Já o plano mais básico, de R$ 80, vale para pouquíssimos: só quem vai acima de seis vezes, de segunda à quarta.

O Primepass é um ótimo serviço para quem vai ao cinema repetidas vezes ao mês, desde que a pessoa tenha um tipo preferido de cinema, sem misturar vários tipos de tecnologia de imagem. Além disso, não vale assinar se busca apenas conforto. Por conta da limitação dos 100 metros, fica mais difícil comprar ingressos para pré-estreias -- neste caso, melhor ficar com os aplicativos de ingresso convencionais, sem correr o risco de ficar sem assento.

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