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Hackers espalham mais de mil aplicativos que 'espiam' usuários

Pesquisadores encontraram três aplicativos de mensagens infectados com malware na loja oficial do Google

Por Redação Link
Atualização:
Pesquisadores encontraram mais de mil aplicativos maliciosos para Android Foto: REUTERS/Gustau Nacarino

Hackers espalharam mais de mil aplicativos com capacidade de espionar as pessoas nas lojas virtuais de Android —incluindo a loja oficial do Google. A descoberta foi feita por pesquisadores da empresa de segurança Lookout, que encontraram apps capazes de monitorar quase todas as funções dos dispositivos infectados.

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O malware encontrado, apelidado de SonicSpy, pode gravar ligações, áudios, tirar fotos, enviar mensagens, fazer ligações para números específicos e coletar informações de contato e localização. Ao todo, o spyware consegue fazer 73 ações diferentes no aparelho, rastreando praticamente todos os movimentos do usuário.

Especialistas suspeitam que a ameaça, anunciada nas lojas virtuais como aplicativo de mensagens, é obra de hackers iraquianos. O app desempenha sua função mensagens normalmente para não levantar suspeitas, mas ele opera em segundo plano roubando e transferindo dados para um servidor de controle.

Os pesquisadores descobriram o SonicSpy depois de encontrarem três versões dele em aplicativos de mensagem da Google Play Store. Depois disso, o Google removeu os apps “soniac”, “hulk messenger” e “troy chat” de sua loja, mas eles permanecem em lojas não oficiais para Android. Antes da remoção, o “soniac” já tinha sido baixado mais de mil vezes só na Google Play.

Contaminação. Quando baixado por meio da Google Play, o Sonic Spy se esconde do usuário e remove o seu ícone do menu inicial do smartphone. Depois, ele se conecta a um servidor de comando e controle e tenta fazer download de uma versão modificada do aplicativo de mensagens Telegram.

O app adulterado contém recursos que permitem que os hackers obtenham controle sobre o dispositivo. Ainda não está claro, no entanto, se os ladrões estão segmentando um grupo específico de usuários ou se eles estão tentando conseguir qualquer informação possível de quem baixar o malware.

Em entrevista ao site americano ZDNet, o líder de pesquisa da Lookout, Michael Flossman, disse que quem está por trás do malware pode estar buscando informações confidenciais, já que os hackers têm desenvolvido aplicativos de mensagens criptografadas.

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Semelhanças. Os pesquisadores analisaram amostras do SonicSpy e descobriram que ele se parece com um spyware chamado Spynote, descoberto no meio do ano passado. Ambos compartilham o código, usam a porta 2222 não-padrão e serviços DNS dinâmicos, o que levou a Lookout a sugerir que as duas famílias de malwares foram construídas pela mesma operação hacker.

Como a conta responsável pelos aplicativos é chamada de “Iraqwebservice”, os pesquisadores acreditam que a campanha teve origem no Iraque.

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