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Space X quer enviar nave tripulada ao espaço até abril

Voo pode encerrar jejum de sete anos sem lançamentos de naves tripuladas dos EUA; projeto terá fase de testes em novembro

Por Redação Link
Atualização:
A Crew Dragon, nave da SpaceX que levará quatro astronautas ao espaço até abril de 2019 Foto: Patrick T. Fallon/Bloomberg

A Space X, empresa de exploração espacial do empreendedor Elon Musk, anunciou nesta segunda-feira, 13, planos para levar uma nave tripulada ao espaço até abril de 2019. O projeto, que terá uma fase de testes em novembro, pode por fim a um jejum de sete anos de voos de naves americanas tripuladas ao espaço – em 2011, o governo americano cortou o programa de ônibus espaciais da agência espacial do país, a Nasa, por razões financeiras. 

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O projeto, em parceria com a Nasa, foi apresentado com entusiasmo nesta segunda-feira, na sede da empresa, em Los Angeles, com direito à presença de 7 mil funcionários, mas sem o fundador Elon Musk. 

No evento, apresentado pela presidente Gwynne Shotwell, a Space X apresentou os quatro astronautas e a cápsula que deve levá-los ao espaço, a Crew Dragon. Ela tem apenas quatro assentos e seu comando é praticamente todo feito da terra – a nave tem apenas quarenta botões, bem distante dos milhares dos ônibus espaciais. Sua meta é atingir a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em abril. 

"Não vamos voar até ter certeza de que estamos prontos para fazê-lo com segurança", disse Gwynne Shotwell, durante o evento. "Precisamos ter certeza de que fizemos tudo para levar os astronautas do solo americano com segurança, de forma que isso se torne algo frequente com a Nasa." 

O voo, que pode ser realizado até abril, será a primeira parte de um acordo de US$ 2,6 bilhões da Nasa com a Space X para levar astronautas ao espaço – antes disso, a agência já havia fechado parcerias com a empresa de Musk para o envio de suprimentos à ISS. Boa parte dessas missões estão sendo realizadas por foguetes como o Falcon 9 e o Falcon Heavy – este último, cujo primeiro lançamento aconteceu no início do ano, é o maior foguete já feito desde o lançamento do Saturn V, usado para levar o homem à Lua.

Há razões econômicas para a parceria com a Space X ser uma saída interessante para a Nasa: o aumento do custo cobrado pelos russos para enviar astronautas americanos ao espaço. Em 2006, esse valor era de US$ 21,3 milhões; nove anos depois, havia subido 384%, avaliado em US$ 81,9 milhões. Além disso, a Space X tem voado também para levar satélites de telecomunicações e defesa ao espaço – só em 2018, a empresa já realizou 15 lançamentos. 

A ambição de Musk vai além: o bilionário quer fazer uma missão tripulada a Marte até 2024 e, depois, colonizar o planeta com a ajuda de um novo foguete – o Big Falcon Rocket, previsto para 2019.Há empecilhos para uma missão tripulada ao Planeta Vermelho, que passam por custos, eficiência de combustível, distância e a resistência do corpo humano.

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“O desafio maior é fazer um astronauta sobreviver à viagem até Marte”, diz Luís Loures, pesquisador do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). “O corpo humano sofre com a radiação solar e as naves precisam ter ambiente eletromagnético para repeli-la.” Para o pesquisador, o melhor seria retomar as viagens à Lua. “É um ambiente controlado, próximo à Terra. Ficar na Lua seria um balão de ensaio perfeito para Marte.” 

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