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Steve Wilhite, criador do formato GIF, morre de covid aos 74 anos

Ex-engenheiro desenvolveu o formato em 1987 quando trabalhava na CompuServe

Foto do author Bruno Romani
Por Bruno Romani e Rafael Nunes
Atualização:

O formato GIF, amado na internet dos dias atuais, promete movimento infinito em um pequeno arquivo de imagem. Para o criador da tecnologia, porém, é hora de parar. Steve Wilhite, que desenvolveu o primeiro GIF em 1987, morreu aos 74 anos no dia 14 de março de covid-19. A informação foi confirmada pela esposa dele, Kathaleen Wilhite, à rádio americana NPR

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Segundo Kathaleen, seu marido começou a se sentir mal em sua casa em Milford, no Estado americano de Ohio, em 1º. de março. Na sequência, o casal foi internado com a doença.  Em 10 de março, Kathaleen já estava recuperada e acompanhou de perto o tratamento do marido, que não resistiu e morreu quatro dias depois. Ela não informou se ambos estavam vacinados. 

Steve Wilhite, então engenheiro na CompuServe, pensou em um formato de imagem de tamanho pequeno e que funcionasse em diversos sistemas – no PC, no Macintosh, ou em outros computadores da época, como o Commodore. O primeiro GIF da história é bem simples: um avião altamente pixelado cruzando o céu infinitamente - a informação foi dada pelo próprio Steve em uma entrevista em maio de 2012.  Mas havia um detalhe: na época o GIF era um formato de imagem estática, como o JPEG. 

Steve Wilhite morreu aos 74 anos de covid Foto: Bryan Bedder

Nos anos posteriores, o GIF ganhou atualizações tecnológicas: foi só em 1989 que o formato ganhou a possibilidade de ser animado.  E foi em 1995, graças ao desenvolvedor Marc Andreessen, responsável pelo popular navegador Netscape, que as animações em GIF ganharam a possibilidade de rodar em loop. Um tipo de GIF bastante popular na época era o "sob construção", usado em sites que ainda "estavam ficando prontos". 

A pronúncia é 'JIF'

Apesar de utilizado na internet dos anos 90, a grande retomada do GIF aconteceu no começo dos anos 2010, com a popularização de redes sociais, como Twitter e Facebook. O formato de movimento infinito abriu uma nova forma de expressão na rede, que consegue transmitir do humor à informação. A rejeição do Flash, programa criado pela Adobe, pelo mundo dos smartphones (em movimento liderado pela Apple) também ajudou a dar força para a adoção do formato. 

Em 2013, Steve fez uma grande revelação: a pronúncia correta da palavra GIF é "jif", com um som mais suave, e não da forma que ficou mais conhecida. Em uma entrevista ao The New York Times Steve falou sobre a pronúncia: "O dicionário de inglês de Oxford aceita as duas pronúncias. Eles estão errados, se escreve com G, mas se pronuncia 'jif'. Fim de papo."

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Ainda naquele ano, o criador do formato recebeu um prêmio por suas contribuições a cultura da internet no Lifetime Achivement Award. Steve também dizia que o GIF do bebê, um clássico do formato, era um dos seus favoritos. 

Um página em homenagem ao cientista foi criada - lá, as pessoas estão compartilhando memórias e histórias sobre ele.  Uma das mensagens diz: “Você mudou a maneira como conversamos como sociedade e imortalizou inúmeros momentos que, de outra forma, seria fugaz. Com isso, você firmou seu legado como pioneiro da comunicação moderna. Descanse em paz e obrigado por tudo que você trabalhou tão duro para nos entregar.”

Steve deixa dois filhos e uma filha.  

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