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Veja depoimentos de brasileiros sobre o aniversário do iPhone

Cinco brasileiros comentam os diferentes impactos que o celular da Apple causou em suas vidas

Foto do author Matheus Mans
Por Claudia Tozzeto e Matheus Mans
Atualização:
A Apple reconheceu na semana passada pela primeira vez em detalhe que atualizações do sistema operacional divulgadas desde o ano passado para iPhone 6, iPhone 6S, iPhone SE e iPhone 7 incluíram um recurso para “suavizar” a fonte de alimentação das baterias Foto: Reuters

Há 10 anos, o iPhone chegou às lojas e causou uma imensa euforia em todo mundo, por conta das funcionalidade e design diferentes de tudo o que foi visto até então. Naquela época, no entanto, era impossível saber que ele influenciaria tanto o futuro de outras áreas, como o audiovisual, software e telecomunicações, e até mesmo a vida de pessoas, que viriam a ser impactadas pelas transformações causadas pelo celular ao longo dos anos. 

Assim, o Estado colheu depoimentos de pessoas que viram suas vidas se transformarem -- de todas as formas possíveis -- com a chegada do celular da Apple às lojas. Confira abaixo:

Renata Mesquita, jornalista

Renata Mesquita, jornalista Foto: Arquivo Pessoal

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Não tem o que discutir a revolução que a chegada do iPhone trouxe ao mercado de celulares - naquela época, eles ainda não eram chamados smartphones. Depois de várias tentativas frustradas da indústria de trazer o computador corporativo das pessoas para suas mãos, em aparelhos complexos de usar e com teclados minúsculos e impossíveis, a Apple deu uma dentro trazendo não o trabalho, mas a vida pessoal ao alcance de poucos toques na tela. Mais uma vez, digamos assim, foi a diversão quem ditou o mercado (assim como os games sempre forçaram os computadores e ficarem melhor e mais potentes), e não a necessidade profissional.

O anúncio do aparelho, feito por um Steve Jobs que ninguém ainda sabia estar doente, foi comovente. Estávamos em uma comitiva de três jornalistas brasileiros. Eu nunca tinha visto jornalista chorar em coletiva de imprensa. Tinha gente de todo o mundo emocionada - ele causava essa comoção genuína nas pessoas, uma coisa meio Beatles, por mais que digam que era um chefe osso duro de roer. Vi um cara do New York Times passando mal de excitação. Nunca vou esquecer aquele dia.

Estava todo mundo ansioso com o que a Apple ofereceria depois de ter voltado à moda com os iMac coloridos e o iPod. Confesso que fiz pouco caso no começo. Questionei o então vice-presidente mundial de marketing para iPod da companhia, Greg Joswiak, que sentido fazia lançar um aparelho com uma câmera aquém da oferecida pelos concorrentes na época, com míseros 2MP, se a Apple tinha baseado sua força em munir designers, fotógrafos, compositores e outros artistas com ferramentas potentes. Ele me respondeu que ninguém se importava com isso - mas ele estava errado. Foto é, e sempre vai ser, um fator de peso no momento da compra.

Ele me disse, também, que o Brasil a princípio não fazia parte dos planos da empresa, o que deixou a galera aqui revoltada. Nada disso mudou o rumo do iPhone porque a Apple já era, então, a marca objeto de desejo no mundo todo. As pessoas comprariam o aparelho independente de qualquer coisa, como fazem até hoje - pessoalmente, continuo achando que temos ótimas opções de smartphones para gastar nosso suado dinheirinho. Mas é impossível, e até ingênuo, tentar diminuir a importância do iPhone para o desenvolvimento de todo um mercado de apps, recursos, ferramentas, usabilidade. O resto, é História. 

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Bárbara Zago, estudante

Bárbara Zago, estudante Foto: Matheus Mans/Estadão

Lembro que o iPod Mini foi o primeiro produto da Apple que comprei. Era azul e tinha 4GB de memória, sendo que 2GB já eram usados pelo próprio aparelho. Mesmo assim, achava maravilhoso a evolução do MP4.

No começo de 2007, o iPhone ainda era mera ilusão pra quem morava no Brasil, porque o lançamento oficial seria em junho e você precisava ter uma conta telefônica americana. Mas quando vi pela primeira vez o iPhone em uma revista de informática, em fevereiro desse mesmo ano, fiquei apaixonada. Ganhei de presente no Natal e mal acreditava. Andava com ele por todo lugar, sem me conformar que era touch. 

Depois de usar o Classic, nunca mais troquei de marca. Tive o 3G, 4, 5, 6 e enfim o 7 Plus. Gosto de falar que tenho um cemitério de iPhones em casa, porque estão todos guardados e não os venderia por nada. E o que mais me fascina na Apple é justamente essa organização: a partir do momento que você começa a comprar produtos deles, todas as suas informações e conteúdos estão conectados e no mesmo lugar. 

Ainda que eu seja applemaníaca e adore os iPads, iPods e Macbooks, o iPhone ainda é meu favorito. Acho tudo nele fantástico: a tecnologia, o design, a simplicidade. Exceto o preço. Mas apesar disso, vale a pena comprar. Com o iPhone 7 Plus, por exemplo, você pode tranquilamente substituir sua câmera sem ter prejuízo. É uma tecnologia que eu nunca esperaria que coubesse dentro de um aparelho tão pequeno. 

Ricardo Senise, professor

Ricardo Senise, professor Foto: Arquivo Pessoal

Nunca fui fã da Apple, mas comprei um iPad em 2012 e foi natural querer algo mais portátil. Por isso, comprei um iPhone 5 em 2013. Foi o meu primeiro smartphone. Fiquei bastante satisfeito com o sistema operacional iOS e com os aplicativos disponíveis. E era fácil de usar, bonita e tudo funcionava sem algumas "travadinhas" que eu via em celulares Android de conhecidos.

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O problema foi o hardware: com o passar do tempo a duração da bateria ficou imprevisível. O marcador mostrava 20% e o celular desligava em seguida. Em 2016 pensei em comprar um iPhone 7, mas o preço no Brasil é absurdamente alto. Acabei optando por um Galaxy 7 em promoção e não me arrependo. A adaptação foi fácil. Gostei de algumas coisas - como o acesso fácil às redes wi-fi -, senti falta de outras - o botão para desligar o áudio -, mas o saldo é positivo. Hoje recomendo vivamente o Android.

Eduardo Morales, administrador

Eduardo Morales, administrador. Foto:

Optei por um iPhone, principalmente, pela lentidão que eu notava no sistema Android. Meu aparelho anterior não era moderno e, no modo geral, era um aparelho muito lento. Do Waze ao Uber, passei a ter dificuldade em usar vários aplicativos, mesmo desinstalando outros que eu raramente usava. E como pai "recente", queria queria um aparelho que tivesse memória suficiente, sem prejuízos na velocidade, para registrar em fotos e vídeos os melhores momentos dos meus pequenos. Até isso era mais complicado no meu aparelho anterior.

E entenda: em tempos onde até e-mails corporativos são acessados via celular, ter um aparelho com memória e velocidade é fundamental. O modelo que tenho (6S Plus) me atende em tudo isso. É rápido, prático, não “trava” (como acontecia com o Android), além de outras características que considero bacana como design moderno, seu peso leve e a opção de desbloqueio de tela com digital -- pra quem carrega bebê no colo, isso ajuda muito!

Breno Masi, desenvolvedor

Breno Masi, desenvolvedor Foto: Arquivo Pessoal

Quando o Steve Jobs apresentou o iPhone há 10 anos, eu tinha 23 anos e estava no começo da minha carreira. E logo quando ele mostrou o celular, comentou que ele seria bloqueado. Foi quando tive meu primeiro grande estalo: vi que poderia fazer dele o meu primeiro negócio ao fazer o desbloqueio do celular. Fui um dos primeiros do mundo. E aí, com o tempo, vi que o iPhone, além de ser um aparelho fantástico e com uma imensa revolução, eu poderia fazer desenvolvimento de aplicativos para aquele sistema. A partir daí, não parei mais: tenho mais de 800 aplicativos desenvolvidos para outras empresas. Isso é o que o iPhone me permite e é o que me encantou na época.

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