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Wi-Fi grátis vira um problema em Nova York

Sem-tetos e desocupados fazem mau uso dos quiosques instalados para inclusão digital

17/09/2016 | 15h45

  •      

 Por Patrick McGeehan - The New York Times

 

BRYAN THOMAS | NYT

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Os quiosques de Wi-Fi em Nova York foram desenhados para substituir cabines telefônicas e permitir aos usuários consultar mapas, saber do tempo ou carregar celulares. Mas têm atraído gente que fica horas por ali, às vezes bebendo, usando drogas e vendo pornografia.

Agora, cedendo às reclamações, a operadora dos quiosques, rede LinkNYC, está fechando seus browsers de internet, mas não as outras funções, enquanto trabalha num plano B com funcionários da municipalidade.

A mudança, anunciada na quarta-feira, é um caso exemplar de bons objetivos que, por algum motivo, dão errado. A iniciativa do prefeito Bill de Blasio de proporcionar tecnologia moderna às massas colidiu com a realidade da vida nas ruas. Após meses de queixas de moradores, comerciantes e políticos, De Blasio admitiu que a combinação de acesso irrestrito à internet e Wi-Fi grátis mostrou-se uma receita para mau comportamento.

O recuo ocorre sete meses após o prefeito inaugurar, com muita comemoração, a rede que deveria ser um suporte-chave à promessa de pôr fim à divisão digital na cidade. Os quiosques deveriam substituir mais de 7,5 mil telefones públicos pagos.

Esperava-se que os usuários fizessem apenas rápidas paradas nos quiosques. Mas as instalações atraíram rapidamente sem teto e gente ociosa, que passaram a aproveitar ao máximo o acesso à internet para fazer dos quiosques salas de estar nas quais veem filmes e ouvem música durante horas.

“As pessoas chegam ao ponto de trazer mobília e montar pequenos acampamentos em volta”, disse Barbara A. Blair, presidente do Garment District Alliance, um grupo empresarial de Manhattan. “Criou-se uma situação deplorável.”

Segundo Barbara, sua organização de comerciantes e proprietários de imóveis em Midtown deu boas-vindas aos quiosques como uma necessária substituição das cabines telefônicas que atraíam desocupados e traficantes. “Somos uma cidade moderna; precisamos de Wi-Fi”, disse ela. “Mas quando a coisa toma um rumo inesperado, é hora de voltar atrás e repensar.”

O vereador Corey Johnson, cujo distrito abrange Greenwich Village, Chelsea e parte de Midtown, disse que policiais pediram a remoção de “muitos quiosques problemáticos” ao longo da Oitava Avenida. Ele afirmou ter visto gente assistindo a pornografia, com crianças nas proximidades. “As instalações são com frequência monopolizadas por indivíduos que se apropriam do espaço para atividades que incluem tocar música em alto volume, consumir drogas e ver pornografia”, disse Johnson numa carta que mandou à prefeitura e à LinkNYC.

Mudanças. Uma porta-voz do prefeito, Natalie Grybauskas, explicou algumas modificações feitas para o uso dos quiosques. “Ante preocupações com a aparição de desocupados e uso por tempo excessivo dos quiosques da LinkNYC, o prefeito está tomando providências. Remover os browsers de internet dos tablets da LinkNYC não afetará os outros serviços – Wi-Fi ultrarrápido, ligações telefônicas grátis e acesso a serviços-chave da cidade – e atenderá às queixas que ouvimos dos nova-iorquinos.”

Jen Hensley, gerente-geral da LinkNYC, disse que o consórcio que construiu e opera os quiosques começou a “remover os browsers de internet enquanto busca meios de aperfeiçoar o serviço”. As mudanças, segundo ela, podem incluir novos serviços e trazer de volta os browsers, mas com limitações.

Ela afirmou que os quiosques estão em constante aperfeiçoamento e muitas mudanças já foram feitas, entre elas a diminuição do volume de som à noite e a instalação de filtros para impedir o acesso à pornografia. O ritmo de instalação de quiosques não será reduzido, garantiu ela.

Até agora, cerca de 400 já foram instalados – no Bronx, Manhattan e Queens. A continuação da instalação da rede é decisiva para o consórcio, que conta com a venda de anúncios nas laterais dos quiosques. A LinkNYC promete compartilhar com a cidade pelo menos US$ 500 milhões de receita nos próximos 12 anos.

Apesar dos esforços de filtrar material ofensivo, a cidade continua recebendo queixas sobre pessoas vendo pornografia. Os filtros não afetam o acesso à internet com sinais de Wi-Fi em telefones pessoais ou tablets.

Gale A. Brewer, presidente da divisão administrativa de Manhattan, que pediu mudanças, disse que ficou satisfeita com o fechamento dos browsers, assinalando que o Wi-Fi grátis é o verdadeiro benefício proporcionado pelos quiosques. “Não acho que ninguém tenha o direito de sentar lá e ficar vendo filmes o dia inteiro.”

Ela comparou o desligamento dos browsers a uma decisão tomada nos anos 80, durante a epidemia de crack e cocaína, de impedir telefones públicos de receber chamadas. Na Avenida Amsterdam, disse ela, traficantes usavam as cabines telefônicas como escritório. “Quando fizemos o bloqueio, nos livramos dos traficantes nas cabines. Não sei para onde foram, mas sumiram.” / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

    Tags:

  • Wi-Fi
  • Nova York
  • Internet
  • Inclusão Digital

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