?A confiança entre os membros determina o nosso sucesso?

Em entrevista exclusiva ao 'Link', diretor-geral da startup francesa de carona compartilhada explica sua aposta no Brasil

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Por Claudia Tozzeto
Atualização:

Clayton de Souza/Estadão

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LOGIN | Ricardo Leite, diretor-geral da BlaBlaCar no Brasil

O brasileiro está disposto a compartilhar caronas? Fizemos uma pesquisa com pessoas que viajam de carro e sem carro no Brasil. A impressão do brasileiro em relação a compartilhar viagens entre cidades é muito positiva. Atualmente, milhares de brasileiros já combinam caronas por meio das redes sociais, o que mostra que já existe essa cultura.

A crise estimula a carona? Segundo o Ministério do Turismo, 84% dos brasileiros que pretendem viajar nos próximos seis meses querem fazer turismo doméstico. Essa decisão é influenciada pela alta do dólar e pela crise. Estamos lançando a BlaBlaCar no Brasil num momento em que o destino nacional está muito valorizado, perto das férias de final de ano. Queremos ajudar quem vai para o interior ou litoral a economizar.

Como vocês garantem a segurança das caronas? A confiança entre os membros determina o sucesso da BlaBlaCar. Existe uma equipe na sede da empresa que verifica todas as informações dos perfis dos usuários e modera as mensagens entre eles. Quem quiser burlar o sistema para lucrar com a plataforma não vai conseguir. No Brasil, será obrigatório associar a conta do Facebook, o que inibe as pessoas. A última camada de segurança é a avaliação mútua, entre condutores e passageiros, que nos ajuda a garantir que a comunidade seja de confiança.

Qual a importância do aspecto social para a BlaBlaCar? Fizemos muitas pesquisas na Europa e identificamos que as pessoas começam a usar a BlaBlaCar pela economia, já que compartilhar o carro torna a viagem mais barata. Mas o que faz com que os usuários continuem a usar o serviço é o aspecto social. Eles querem conhecer novas pessoas e mostrar sua lista de músicas para viaja com eles. Percebemos que o individualismo precisa ser superado apenas uma vez.

Como a BlaBlaCar pretende ganhar dinheiro no Brasil? Assim que um mercado do BlaBlaCar chega a um nível de maturidade – ou seja, um grande número de encontros entre condutores e passageiros –, nós monetizamos a plataforma. Cobramos uma taxa de reserva de cada passageiro, que fica em torno de 10 a 15% de sua parte no valor da viagem. O condutor não paga nada. No Brasil, nesse primeiro momento, não vamos cobrar nada dos passageiros. E não temos previsão de quando chegaremos a esse nível de maturidade no Brasil.

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