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'Abrir capital pode fazer o Uber lavar a roupa suja', diz Brad Stone

Para ‘biógrafo do Uber’, empresa precisa dar retorno a investidores e investir em transparência para poder seguir em frente; Stone é o autor de 'As Upstarts', lançado recentemente pela editora Intrínseca

16/11/2017 | 05h00

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 Por Bruno Capelas - O Estado de S. Paulo

Para Brad Stone, Dara Khosrowshahi, o novo presidente do Uber, pode simbolizar uma nova era para a empresa

Amanda Perobelli/Estadão

Para Brad Stone, Dara Khosrowshahi, o novo presidente do Uber, pode simbolizar uma nova era para a empresa

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Quase toda empresa gigante de tecnologia vive cercada de mitos, como a garagem da Apple ou a fama de negociador impiedoso que paira sobre Jeff Bezos, o fundador da Amazon. Com o Uber e o Airbnb não é diferente: as duas empresas surgiram na mesma época e partilham o conceito de “economia do compartilhamento”, e sempre foram tachadas como “o mau” e “o bom”, quase como um yin-yang da inovação digital, por suas posturas com usuários, motoristas/anfitriões e as autoridades regulatórias. Mas não é bem assim. 

Em seu novo livro, As Upstarts, o jornalista norte-americano Brad Stone (responsável por  A Loja de Tudo, volume obrigatório para quem quiser entender a história da Amazon) se dedica a aproximar a trajetória de Uber e Airbnb – e desmistificá-las. Com rigor e um texto saboroso, Stone conta a criação, a expansão e as inúmeras polêmicas que as duas empresas tiveram nos últimos anos, desafiando indústrias tradicionais e governos ao propor que qualquer um pudesse andar no carro ou dormir na casa de um estranho. 

“Depois de A Loja de Tudo, busquei startups que tivessem gerado tanta controvérsia como a Amazon. Naquela época, não consegui decidir entre o Uber e o Airbnb, e resolvi contar as duas histórias”, conta Stone, em entrevista exclusiva ao Estado. 

As Upstarts conta a história do Uber, do Airbnb e de outras iniciativas da economia do compartilhamento que não deram tão certo, como o Couchsurfing

Intrínseca

As Upstarts conta a história do Uber, do Airbnb e de outras iniciativas da economia do compartilhamento que não deram tão certo, como o Couchsurfing

Trazido ao País pela Intrínseca, As Upstarts – termo em inglês que denomina quem “desafia o status quo” – é um belo volume para entender a economia “compartilhada”, termo que o próprio Stone nega. “Prefiro o termo “economia da confiança”, porque as duas empresas rodam negócios com base na confiança de que você pode dormir na casa ou usar o carro de um estranho”. 

Lançado no início do ano nos EUA, As Upstarts não conta as polêmicas recentes que envolveram o Uber e geraram a saída do cofundador Travis Kalanick do comando da empresa – entre elas, há denúncias de assédio sexual e programas secretos usados para espionar autoridades e apps rivais. Em seu lugar, assumiu o “boa praça” Dara Khosrowshahi, ex-presidente executivo da Expedia. Para o autor, depois de crescer bastante, o Uber agora precisa chegar à maturidade, sendo uma empresa responsável o bastante para abrir seu capital – uma das metas de Dara para 2019. “Agora, com Dara, é hora de lidar melhor com governos e empresas para poder crescer.” A seguir, confira os melhores trechos da entrevista. 

O que o sr. acha de Dara Khosrowshahi, o novo presidente do Uber? 

O Uber precisava de um presidente “chato”, alguém que pudesse tirar a empresa das manchetes e conduzi-la até sua abertura de capital. Dara é uma boa aposta nesse sentido: ele já conduziu a Expedia por muito tempo, e teve lidar com negócios conservadores, como hotéis e empresas aéreas. O Uber se acostumou a quebrar regras. Agora, com Dara, é hora de lidar melhor com governos e empresas para poder crescer. 

Ao assumir, Dara Khosrowshahi falou que quer abrir o capital do Uber em no máximo 36 meses. O Airbnb, que também levantou muito dinheiro, parece seguir o mesmo caminho. Por que isso é importante? 

Eles precisam abrir capital porque há muitos investidores de risco que colocaram dinheiro nas empresas e querem ver o retorno desse investimento. Além disso, as duas empresas deram participação acionárias aos funcionários, que só poderão ser vendidas com a abertura de capital. É como o Vale do Silício funciona: o risco de entrar numa startup só compensa quando você consegue seu dinheiro de volta no final. Afinal de contas, é um investimento, não é um ativo. No caso do Uber, passar por um processo de abertura de capital pode fazer a empresa lavar a roupa suja e focar em ser uma empresa lucrativa. 

Hoje, há uma aliança global formada pelo “Uber chinês”, a Didi Chuxing, e a empresa japonesa SoftBank, contra o Uber, que inclui até o brasileiro 99. Por outro lado, a SoftBank parece interessada em investir no Uber. Como isso faz sentido? 

A SoftBank está interessada em ganhar dinheiro. Ela é uma empresa que aposta muito nos aplicativos de carona paga, e tem essa aliança global. No entanto, hoje essa é uma disputa que custa muito para os aplicativos, porque é preciso dar descontos aos usuários para competir e derrotar o rival. Se o Uber entrar nessa turma, a rivalidade vai se transformar em uma aliança. Será algo ruim para os consumidores, que terão menos escolhas, mas ótimo para as empresas, que poderão parar de queimar dinheiro. 

Lembre as recentes polêmicas envolvendo o Uber

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Boicote

Foto: REUTERS/Beck Diefenbach

Em 2016, Travis Kalanick aceitou um cargo na equipe de conselheiro econômicos de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. A decisão gerou retaliação de usuários contrários ao governo, que criaram a campanha #DeleteUber. Em apenas alguns dias, o app foi desinstalado por 200 mil pessoas, o que fez com que Kalanick renunciasse ao cargo. “Não entrei para o grupo para mostrar apoio ao presidente ou suas ações, mas infelizmente isso foi mal interpretado como sendo exatamente isso”, disse o executivo na época.

Segurança

Foto: Tyrone Siu/Reuters

No Brasil, a empresa está enfrentando graves problemas de segurança. Motoristas reclamam que há pouca fiscalização de usuários quando o pagamento é efetuado em dinheiro — ao contrário do pagamento em cartão de crédito, não é preciso colocar dados pessoais. Com isso, relatos de assalto e sequestros de motorista e passageiros surge de maneira frequente. O Uber diz que faz uma checagem de segurança e, há pouco tempo, passou a exigir CPF dos usuários que pagam em dinheiro.

Verde e Amarelo

Foto: Washington Alves/Estadão

O Uber também sofreu um revés em fevereiro deste ano com a Justiça brasileira: a 33.ª Vara de Justiça do Trabalho de Belo Horizonte reconheceu o vínculo empregatício de um motorista brasileiro com o Uber. De acordo com a decisão, o ex-motorista Rodrigo Leonardo Silva Ferreira, de 39 anos, tem direito a receber aviso prévio indenizado, férias proporcionais e valores correspondentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com multa correspondente a 40% pela demissão.

Assédio

Foto: AP Photo/Eric Risberg

Ex-funcionária do Uber, Susan Fowler denunciou em seu blog que um gerente na empresa usou um software de bate-papo interno para tentar "fazer com que ela fizesse sexo com ele". Como prova, a ex-funcionária ainda fez imagens da tela com as mensagens mostrando o assédio. Em resposta, Travis Kalanick ordenou nesta uma "investigação urgente" sobre as alegações de assédio.

Mais assédio

Foto: Anindito Mukherjee/Reuters

Depois das alegações de Fowler sobre assédio dentro do Uber, o jornal norte-americano The New York Times publicou informações que aumentam o número de acusações sobre a companhia. Segundo o jornal, funcionários usaram cocaína durante uma viagem da empresa e um deles foi demitido após assediar algumas de suas colegas de trabalho. 

Processo

Foto: REUTERS/Brendan McDermid

A Waymo, unidade de carros autônomos da Alphabet -- holding que controla o Google -- está processando o Uber, alegando roubo de tecnologia própria. Segundo o texto do processo, a tecnologia que teria sido roubada é a de sensores capazes de identificar a posição dos carros no espaço e ajudá-los a se locomover sozinhos. "A tecnologia LiDAR da Uber é, na verdade, a tecnologia LiDAR da Waymo", diz a denúncia. O Uber disse em comunicado que o processo da Waymo é uma tentativa sem fundamento de desacelerar um competidor e que, por isso, eles irão se defender vigorosamente das acusações no tribunal.

Assédio novamente

Foto: REUTERS/Stephen Lam

Os problemas do Uber em relação à assédio sexual não terminaram com as acusações de Susan Fowler. Ex-chefe de buscas do Google, Amit Singhal foi contratado pelo Uber em janeiro, como uma grande aposta da empresa para aprimorar seu sistema. Pouco de um mês depois, a empresa o demitiu. O motivo? O Google tinha desligado Singhal de seu quadro de funcionários após o executivo ser investigado por um abuso sexual contra uma funcionária. Procurado pela imprensa, ele desmentiu. 

Discussão

Foto: Matheus Mans/Estadão

Presidente executivo do Uber, Travis Kalanick foi filmado discutindo com um motorista de seu próprio aplicativo. Em cenas gravadas por uma câmera dentro do carro, o executivo troca farpas com o motorista Fawzi Kamel, que reclamou das tarifas cobradas pelo serviço de caronas pagas. Depois de ter as cenas divulgadas na imprensa, Kalanick disse que “precisa crescer” como líder.

Proteção

Foto: Danish Siddiqui/Reuters

De acordo com reportagem do The New York Times, o Uber usou um software para enganar autoridades e escapar de fiscalização em cidades onde está ou esteve ilegal. Para isso, eles coletam ilegalmente dados de usuários do aplicativo para identificar os fiscais e autoridades governamentais, como forma de se prevenir de penas ou sanções. O Uber disse que a plataforma foi usada para evitar “usuários que usam o serviço de maneira inapropriada”.

'London Has Fallen'

Foto: ?REUTERS/Lucy Nicholson

Em 2016, o órgão público que regula transporte em Londres, no Reino Unido, definiu que condutores de empresas privadas de transporte têm que provar a capacidade de domínio da língua inglesa de seus motoristas. Para tentar reverter a situação, o Uber entrou com uma ação. No entanto, a empresa perdeu o processo e agora precisa comprovar que seus motoristas falam inglês perfeitamente. O Uber disse que tal medida faria com que 33 mil condutores perdessem as suas licenças para operar na capital.

Problemas na Ásia

Foto: Tyrone Siu/Reuters

O Uber vem enfrentando problemas de regulação no continente asiático. Em fevereiro, a companhia parou de operar em Taiwan por causa de uma multa milionária implantada pelo governo local por operar ilegalmente no território. Em março, a empresa sofreu outro revés quando um juiz de Hong Kong condenou cinco de seus motoristas por usaram o aplicativo. A punição desmotiva o uso do serviço na região pelo medo que os motoristas têm de ganharem sanções parecidas. 

Presidente deixa o Uber

Foto: Andy Kropa/AP

No dia 19 de março, Jeff Jones, presidente do Uber, renunciou ao cargo após seis meses depois de o ter assumido. Dentro da empresa, ocupava a segunda posição mais importante, logo abaixo de Travis Kalanick. Jones alegou que estava deixando a companhia por incompatibilidade de valores. No começo de março, Ed Baker, vice-presidente de produtos e desenvolvimento do Uber, e Charlie Miller, principal investigador de segurança, também deixaram a empresa.

Prostituição em Seul

Foto: Udit Kulshrestha/Bloomberg

O site norte-americano The Information divulgou que, em 2014, uma equipe do Uber visitou uma casa de prostituição em Seul, capital da Coreia do Sul. De acordo com a publicação, os quatro gestores da companhia escolhiam mulheres da casa, chamando-as por números, para sentar-se com eles. Depois dessa noite, uma funcionária do Uber reportou ao RH da empresa que a viagem a deixou desconfortável. 

Uber

Foto: Fresco News/Mark Beach/Reuters

Na segunda feira, 27, o Uber voltou a colocar seus carros autônomos na rua. Na última sexta-feira, 24, a empresa havia suspendido o projeto após um de seus protótipos capotar ao colidir com outro veículo no estado norte-americano do Arizona. Depois do acidente, uma investigação foi conduzida e a empresa decidiu liberar seus carros para rodarem nas três cidades onde testa o projeto — Tempe, no Arizona, São Francisco e Pittsburgh. Segundo a polícia local, o carro pilotado por humano foi o responsável pelo acidente com o carro autônomo do Uber.

Saída da Dinamarca

Foto: Nikolai Linares/EFE

O Uber anunciou em 28 de março que deixará de funcionar na Dinamarca a partir de abril deste ano. Uma nova legislação local obriga que todos os motoristas a utilizem taxímetro, o que inviabiliza o serviço. Desde 2014, a companhia sofre dificuldades no país, que encara o Uber como uma concorrência injusta aos táxis.

Vice-presidente deixa o cargo

Foto: David Paul Morris/Bloomberg, Getty Images

Emil Michael, vice-presidente sênior de negócios e segundo na linha de comando do Uber, deixou a empresa após o conselho administrativo afirmar que vai acatar os conselhos registrados no relatório final da investigação de assédio sexual. "Entrei na empresa há quase quatro anos e vivi uma experiência completa ao ajudar o Uber a se tornar a empresa de mais rápido crescimento de todos os tempos", amenizou o executivo. Não ficou claro, porém, se Michael foi demitido ou se ele próprio renunciou ao cargo.

Travis Kalanick é afastado

Foto: REUTERS/Adnan Abidi

O cofundador e presidente executivo do Uber, Travis Kalanick, anunciou uma licença da empresa por tempo indeterminado no meio de junho. A saída do executivo foi anunciada em um e-mail para os funcionários e faz parte de uma série de recomendações feitas ao conselho após a investigação que começou por denúncias de assédio sexual na empresa. Kalanick disse que deixa a empresa para atravessar o período de luto após a morte de sua mãe em um acidente de barco e que usará a licença para "refletir, trabalhar em si mesmo e construir um time de liderança de classe mundial".

Por que falar de Uber e Airbnb?

Desde que acabei A Loja de Tudo, busquei negócios que tivessem mudado o mundo e gerado tanta controvérsia como a Amazon. Naquela época, não consegui decidir entre o Uber e o Airbnb, até perceber que eram histórias parecidas. São duas startups que levantaram muito dinheiro, suscitaram polêmica e partilham do conceito de economia do compartilhamento. Juntar as duas histórias é um bom jeito de compará-las. 

O que o sr. pensa do termo “economia do compartilhamento”? 

Não acho que é válido. Os motoristas do Uber não compartilham suas viagens, nem os anfitriões do Airbnb dividem suas casas. No fim das contas, são apenas pessoas tentando ganhar um dinheiro extra. Prefiro o termo “economia da confiança”, porque as duas empresas rodam negócios com base na confiança de que você pode dormir na casa ou usar o carro de um estranho. 

Seu livro se chama As Upstarts. No que uma upstart é diferente de uma startup? 

Em inglês, a palavra “upstart” tem uma conotação de “desafio ao status quo”, questionar as tradições. Além disso, ela tem uma conotação negativa, como se as duas empresas não tivessem respeito pela maneira antiga de lidar com problemas. É bom para resumir a polêmica de Uber e Airbnb. 

Travis Kalanick é um grande empreendedor? 

Ele é talentoso, mas tem problemas. Muito do sucesso do Uber se deve à forma como Travis conseguiu fazer a empresa crescer rápido e de como ele conseguiu tantos investimentos. Por outro lado, ele pisou demais no acelerador, fazendo o motor do carro superaquecer e explodir. Ele cresceu rápido, mas esse crescimento escondeu atributos importantes, como posturas antiéticas dentro e fora da empresa. 

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'Abrir capital pode fazer o Uber lavar a roupa suja', diz Brad Stone

Qual é o futuro de Travis Kalanick? 

O Travis de hoje é parecido com o Steve Jobs de 1985, após ser demitido da Apple. Os dois são bem parecidos: irascíveis, maus gerentes, personalidades difíceis. Jobs teve de fundar outra empresa, a Pixar, e torná-la um sucesso, para voltar à Apple. Sei que Travis ainda continua “por perto no Uber”, mas seu melhor passo seria vender suas ações e começar algo novo, mostrar seu talento como empreendedor e talvez voltar ao Uber. Mas não acho que isso vá acontecer. 

O Uber tem tido muitos problemas no Brasil com relação aos direitos trabalhistas dos motoristas, algo que também ocorreu nos EUA. Como o sr. vê a questão? 

A classificação atual, no qual os motoristas são colaboradores da empresa, funciona bem. Há muitos estudantes, mãe solteiras e pais de família que dirigem para completar seu orçamento. O Uber não pode dizer a eles quando e como trabalhar -- se não, não vai funcionar. O problema é que também há muita gente que quer dirigir no Uber como um emprego. Talvez as empresas precisem criar classificações diferentes para seus motoristas de tempo integral, com obrigações diferentes para quem quer apenas dirigir por algumas horas. 

Seu livro também fala do Airbnb. Hoje, eles são uma das maiores “cadeias de hotéis” do mundo, mas avançaram para um serviço de experiências turísticas, o Airbnb Trips. O que eles estão tentando fazer? 

O Airbnb tem um negócio forte, o compartilhamento de quartos e casas, mas ainda têm muito o que disputar legalmente nas cidades. O que o Airbnb está tentando fazer é mais ou menos parecido com o que a Amazon fez quando deixou de vender apenas livros para vender tudo. É uma comparação válida, mais pelo esforço, do que pelo resultado – especialmente porque vão entrar em indústrias bem reguladas, como vendas de passagens aéreas. Da minha experiência, acredito que o Airbnb vai ter muito trabalho para conseguir se transformar o que quer – especialmente se forem mesmo abrir capital no meio do caminho. 

Antes de As Upstarts, Stone escreveu o obrigatório A Loja de Tudo, que conta a história da Amazon

Antes de As Upstarts, Stone escreveu o obrigatório A Loja de Tudo, que conta a história da Amazon

O sr. escreveu  A Loja de Tudo, sobre a Amazon, em 2013. De lá para cá, Jeff Bezos se tornou o homem mais rico do mundo e eles lançaram a assistente de voz Alexa...

Desde que eu lancei A Loja de Tudo, o valor da Amazon cresceu mais de quatro vezes. 

O sr. se sente parte disso?

Não! (Risos). É divertido: a Amazon odiou meu livro, mas adotou o título para si. O que eles estão fazendo com inteligência artificial é admirável: o Echo e a Alexa estão fazendo as pessoas realmente falarem com as máquinas. Meus filhos estão crescendo achando que é normal conversar com um computador. Vejo muitas oportunidades para a Amazon hoje. Uma é geográfica: eles ainda têm muitos mercados, inclusive o Brasil, nos quais ainda não operam com toda sua força. A segunda é na área de comidas e bebidas: eles têm muito o que dominar nesse mercado, um setor de compras frequentes. E há a nuvem, na qual eles já são líderes e ainda vão crescer. Tenho muito otimismo sobre a empresa, e acredito que Jeff Bezos ainda é um líder jovem, cheio de ideias. 

Para encerrar: qual é o seu próximo livro? Ou seja: qual é a principal tendência dos próximos anos? 

Não estou pensando em um livro agora, preciso de descanso (risos). Na verdade, sinto que preciso atualizar os dois livros desde que eles saíram. Por outro lado, tenho trabalhado muito para a Bloomberg Businessweek na Ásia. Escrevi capas sobre Samsung e Tencent, e são duas empresas asiáticas muito interessantes. Talvez exista algo importante a ser contado daí. 

As Upstarts

Autor: Brad Stone

Editora Intrínseca

384 páginas

Preço: R$ 54,90

    Tags:

  • SoftBank
  • Uber
  • Amazon
  • Travis Kalanick
  • Dara Khosrowshahi
  • Vale do Silício [Estados Unidos]
  • Didi Chuxing

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