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Ações da Apple abrem com queda de 9% após corte na previsão de receita

Na quarta, Tim Cook revisou a previsão de receita  de US$ 93 bilhões para US$ 84 bilhões

Por Redação Link
Atualização:
Tim Cook é presidente executivo da Apple Foto: REUTERS/Yves Herman

As ações da Apple abriram em forte queda nesta quinta-feira após a companhia reduzir a previsão de receitade US$ 93 bilhões para US$ 84 bilhões no trimestre fiscal encerrado em 29 de dezembro. Até a conclusão deste texto, a queda era de 9%. 

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Na quarta, após o fechamento do mercado, Tim Cook, presidente-executivo da companhia, enviou um comunicado a investidores no qual cortou a previsão trimestral de vendas de iPhone. Foi a primeira vez que a Apple emitiu um alerta sobre sua previsão de receita antes de divulgar os resultados trimestrais desde o lançamento do iPhone em 2007.

O tamanho da desaceleração nas vendas, porém, não será divulgado. Em novembro de 2018, a companhia anunciou que não revelaria mais o número de unidades vendidas do seu principal produto - o aparelho é responsável por 60% da receita da companhia. Com a queda, o valor das ações voltou ao patamar de março de 2017. 

Cook apontou o mercado chinês como principal responsável pela queda. “Embora tenhamos antecipado alguns desafios nos principais mercados emergentes, não previmos a magnitude da desaceleração econômica, particularmente na China”, disse Cook, em mensagem a investidores. 

De fato, a Apple encontra-se em uma posição difícil na China, que é um mercado importante para as vendas e onde a companhia produz a maior parte dos produtos que vende no mundo. Por lá, a companhia vem perdendo território para fabricantes locais, como Huawei e Oppo. Ao final do terceiro trimestre de 2018, a Huawei tinha 23% do mercado, Oppo 21% e Apple 9%. Um ano antes, esses números eram respectivamente 19%, 19% e 10%.

Após a prisão da vice-presidente financeira da Huawei Technologies no Canadá os problemas teriam se acentuado. Há relatos de que consumidores chineses estão evitando consumir produtos da Apple.

A notícia também derrubou os papéis de fornecedores da Apple na Ásia. A Luxshare Precision Industry teve queda de 8,1 % na Bolsa de Shenzhen (China), enquanto a coreana LG Innotek caiu 4,4%. Em Taiwan, a Hon Hai Precision Industry e a Taiwan Semiconductor Manufacturing recuaram respectivamente 2% e 2,5%. 

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Ações da Apple despencam na abertura do mercado 

Após o comunicado, Tim Cook deu uma entrevista ao canal CNBC, onde voltou a culpar a economia chinesa pela performance ruim da companhia. "Está claro que a economia começou a desacelerar por lá no segundo semestre. Acredito também que as tensões comerciais entre EUA e China botaram uma pressão extra na economia de lá", disse.

É esperado que Cook se reúna hoje com seus funcionários para explicar a situação da economia.

Na entrevista, Cook também falou que a Apple enfrentou problemas na cadeia de produção, o que também teria contribuído para a performance de vendas. "Tivemos algumas limitações entre os fornecedores. Tivemos um número sem precedentes de novos produtos no último trimestre. Novos relógios, novos iPad Pros. A maioria deles enfrentou limitações no trimestre", disse. 

Sem surpresas. Nos últimos meses, porém, a Apple vinha dando sinais de que as coisas não estavam bem para os lados de Cupertino. No começo de novembro, o jornal japonês Nikkei fez uma reportagem afirmando que a empresa havia cancelado a produção extra do iPhone XR, o modelo "mais querido" entre os apresentados no último mês de setembro. 

Depois, a companhia teve a maior queda de ações em três meses após os fracos resultados financeiros de seus fornecedores - uma indicação de que a companhia estava pisando no freio em relação a produção de aparelhos. 

Antes disso, Cook já havia alertado que os países emergentes fariam a Apple faturar menos no trimestre. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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