Snap chegou ao mercado de empresas listadas em bolsa com valor de US$ 24 bilhões
As ações da Snap, a dona do aplicativo de mensagens efêmeras Snapchat, caíram abaixo do preço de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de US$ 17 por ação nesta segunda-feira, 10, pela primeira vez, destacando a falta de confiança na empresa de rede social, que enfrenta forte concorrência.
As ações caíram a US$ 16,95, antes de fechar a US$ 16,99 na Bolsa de Valores de Nova York. A Snap realizou um dos IPOs do setor de tecnologia dos EUA de maior interesse em anos, ao listar suas ações em março.
O Snapchat é popular entre pessoas com menos de 30 anos, mas muitos em Wall Street criticam sua alta valorização e lento crescimento de usuário. A Snap advertiu que talvez nunca se torne rentável.
Além disso, o aplicativo tem sofrido com a concorrência pesada do Facebook, que instalou funções de mensagens efêmeras em muitos de seus aplicativos – a mais bem-sucedida delas até aqui é o Instagram Stories, que alcançou 250 milhões de usuários diários em junho deste ano.
Para reagir, o Snapchat tem trazido à tona novas funcionalidades, como um mapa de amigos em tempo real e a possibilidade de adicionar links e efeitos de voz às publicações. Ainda não se sabe, porém, se as novidades surtiram o efeito desejado – mais detalhes só devem aparecer no próximo balanço da empresa.
15 fatos sobre a história do aplicativo Snapchat
O Snapchat foi criado pelo trio Reggie Brown, Evan Spiegel (à esquerda) e Bobby Murphy (à direita). Eles se conheceram, em 2008, na Universidade de Stanford, enquanto cursavam design de produtos.
Logo após a ideia de Reggie Brown, o trio criou o app Pictaboo — que tinha a mesma função do Snapchat, mas com outro nome. Durante todo o verão de 2011, os jovens desenvolveram o app e criaram uma identidade visual, como o “fantasminha” do logotipo.
A ideia do Snapchat surgiu em 2011, quando Reggie Brown disse que gostaria que as fotos que enviava para uma menina desaparecessem logo depois.
O Pictaboo não deu certo. Conquistou apenas 127 usuários. Spiegel, então, pensou em chamar o app de Snapchat — algo como "conversas rápidas". Brown não gostou da ideia e acabou rompendo a amizade com Spiegel.
O aplicativo, com o nome Snapchat, começa a fazer sucesso dentre os estudante do Ensino Médio nos Estados Unidos. Em 2012, a empresa já bateu 100 mil usuários.
O aplicativo começa a fazer muito sucesso. Spiegel e Murphy passam a ter problemas em pagar os servidores, que ficam sobrecarregados. A empresa recebe um investimento de US$ 485 mil de Jeremy Liew, da Lightspeed Ventures.
Com o dinheiro na conta, Spiegel desiste da faculdade de design de produto e fica focado apenas no Snapchat, que tinha acabado de lançar versão para Android.
Em fevereiro de 2013, o Snapchat já registrava mais de 60 milhões de vídeos e imagens enviados por dia.
Dias depois do app, no final de 2013, atingir 150 milhões de snaps enviados ao dia, Brown reapareceu e processou a empresa por quebra de contrato, exigindo 20% das ações. O processo foi arquivado em 2014.
Em novembro de 2013, Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, teria oferecido US$ 3 bilhões a Evan Spiegel pelo Snapchat. Spiegel recusou a oferta.
Revoltado por recusar sua oferta, Zuckerberg começou a atacar o Snapchat com aplicativos e recursos com funcionalidades parecidas com as da rede social de Spiegel. O Snapchat contra ataca com recursos de filtros e notícias. No final de 2014, já está avaliado em US$ 10 bilhões.
Em 2016, o Snapchat aposta no mercado de vídeos e lança o Spectacles, um óculos que grava vídeos e os envia diretamente para o celular. Além disso, a empresa troca seu nome apenas para Snap.
Com quase 100 milhões de usuários ativos, o Snapchat recebe um investimento de US$ 1,81 bilhão em maio de 2016, elevando o valor da companhia para cerca de US$ 17 bilhões. Pouco antes, no início de 2016, a empresa já tinha levantado US$ 175 milhões.
Os próximos planos da empresa são claros: abrir, em março de 2017, seu capital em uma oferta pública de ações (o IPO). O objetivo da empresa é chegar a um valor de mercado de US$ 25 bilhões.
Evan Spiegel (ao centro) e Bobby Brown, os cofundadores do Snapchat, tocam o sino para a abertura do pregão da bolsa de Nova York nesta quinta-feira, 2