Mesmo após fala de Zuckerberg, ações do Facebook fecham pregão em queda de 2,66%

Companhia iniciou o dia com ações em queda de 1,5% no pré-mercado; após a abertura da Nasdaq, ações são negociadas com queda de 2%

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:
Mark Zuckerberg é presidente do Facebook Foto: Stephen Lam/Reuters

As ações do Facebook terminaram o pregão desta quinta-feira, 22, em queda de 2,66%, um dia após o pedido de desculpas do presidente executivo da rede social, Mark Zuckerberg -- as ações abriram o dia em queda de 0,30%, mas o valor de negociação diminuiu ao longo do dia. O executivo não conseguiu acalmar os nervos de Wall Street sobre como a empresa está lidando com a controvérsia sobre a privacidade dos usuários.

PUBLICIDADE

Com o movimento do mercado nesta quinta-feira, o Facebook já soma US$ 55 bilhões em perda no valor de mercado desde o final de semana, quando foi revelado o escândalo do uso ilícito de dados de 50 milhões de usuários pela consultoria Cambridge Analytica. 

Zuckerberg prometeu nesta quarta-feira, 21, medidas mais rigorosas para restringir o acesso dos desenvolvedores às informações dos usuários, em sua primeira resposta ao escândalo que mostrou que a consultoria Cambridge Analytica acessou indevidamente dados para construir perfis dos eleitores norte-americanos utilizados na eleição presidencial de 2016.

Analistas de várias corretoras expressaram alívio por não haver sinais nos primeiros comentários públicos de Zuckerberg sobre a controvérsia de mudança mais fundamental no modelo de receita da empresa.

As ações do Facebook, no entanto, caíram em dois dos últimos três dias e alguns analistas disseram estar claro que a rede social vai ter que arcar com custos extras para sustentar a sua reputação nos próximos meses.

“Esperamos que os investidores mais cautelosos apontem para o potencial do Facebook gastar mais este ano devido a essas medidas de segurança aumentadas que vão conter o poder de gerar lucro”, disse Brian Nowak, do Morgan Stanley, em uma nota divulgada pela manhã.

O analista da Stifel, Scott Devitt, foi o quarto grande nome de Wall Street a reduzir seu preço-alvo para as ações do Facebook em US$ 27, para US$ 168, dizendo que a incerteza gerada pela disputa exige um desconto maior. “A situação atual do Facebook nos lembra o eBay em 2004 - um negócio de conteúdo não estruturado, baseado na confiança, que perdeu essa confiança antes de implementar políticas para adicionar estrutura e processo”, disse Devitt.

Publicidade

“Vamos comprar todas as nossas ações com recomendação de compra e muitas das nossas ações com classificação ‘manter’ antes de comprarmos ações do Facebook, dadas as informações disponíveis para nós”, acrescentou Devitt. Ele tem classificação ‘manter’ para o Facebook.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.