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Activision Blizzard compra produtora de 'Candy Crush' por US$5;9 bi

Desenvolvedora dos games "World of Warcraft", "Call of Duty" e "Diablo" comprou a King Digital Entertainment para atuar com mais força no mercado para dispositivos móveis

Por Bruno Capelas
Atualização:

Jonathan Alcorn/REUTERS

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A Activision-Blizzard, empresa norte-americana que desenvolve jogos de sucesso para consoles de videogame e computadores, como Call of Duty, Diablo e World of Warcraft, anunciou ontem a compra da King, desenvolvedora por trás do jogo popular para smartphones e tablets Candy Crush Saga, por US$ 5,9 bilhões.

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A compra faz parte da estratégia da Activision de fortalecer seu portfólio de jogos para dispositivos móveis, área na qual a empresa tem pouca presença. “A compra faz crescer o escopo e a escala da Activision e dá à empresa outra companhia capaz de gerar propriedade intelectual”, disseram os analistas da consultoria britânica Cowen & Co., em nota.

A Activision está de olho no mercado de jogos móveis, que, de acordo com a consultoria especializada em games Newzoo, deve apresentar faturamento 21% maior em 2015, movimentando US$ 20,6 bilhões em todo o mundo. “Juntas, a Activision-Blizzard e a King se tornarão a maior e a mais rentável empresa de entretenimento interativo do mundo, com uma rede global de mais de meio bilhão de jogadores ativos por mês”, disse o presidente da Activision, Bobby Kotick, ao anunciar a aquisição.

O negócio é visto com ceticismo por alguns analistas. “Por que alguém pagaria tanto dinheiro em uma empresa como essa?”, questiona o professor do Instituto Internacional para Desenvolvimento de Gestão (IMD), Michael Wade. Ele classifica o acordo como uma fraca tentativa da Activision de expandir seu público-alvo – os homens representam a maioria dos jogadores dos games da empresa, enquanto Candy Crush é sucesso entre as mulheres.

A aquisição vai acontecer por meio da ABS Partners CV, uma unidade da Activision-Blizzard. A empresa vai adquirir as ações da King por US$ 18, em uma valorização de 16% sobre o preço de fechamento dos papéis da King na última segunda-feira.O valor é inferior ao que a King alcançou em seu primeiro dia na bolsa de valores de Nova York, em março de 2014. Na ocasião, as ações estrearam com valor de US$ 20,50, caindo para US$ 19 ao fim do pregão.

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De acordo com o comunicado oficial, a Activision-Blizzard vai manter a King como uma unidade independente. A empresa continuará a ser liderada pelo atual CEO, Riccardo Zacconi. O acordo, que ainda depende da aprovação dos acionistas da King e da Suprema Corte da Irlanda, deve ser concluído no segundo trimestre de 2016.

Impacto. O acordo entre as duas desenvolvedoras é um dos maiores da indústria de games nos últimos anos. Em 2014, a Amazon adquiriu o site de transmissões de partidas de games Twitch por US$ 1 bilhão, enquanto a Microsoft arrematou a Mojang, dona do jogo popular Minecraft, por US$ 2,5 bilhões. A transação entre Activision-Blizzard e King é também a maior da história para uma companhia que faz games para dispositivos móveis.

De acordo com analistas, a King também vai se beneficiar com a aquisição. A empresa, que está restrita aos dispositivos móveis, agora passa a se posicionar melhor no mercado de games gratuitos para computadores, hoje dominado por jogos como League of Legends e Minecraft. As empresas por trás desses títulos ganham dinheiro ao oferecer itens especiais que podem ser comprados pelo jogador no decorrer do game.

A Blizzard, que tradicionalmente lucra com o modelo de assinaturas mensais para títulos como Warcraft III e World of Warcraft, lançou em junho seu primeiro game gratuito para computadores, Heroes of the Storm.

/ COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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