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Amazon começa a vender eletrônicos no País e ameaça rivais locais

Gigante americana, que durante 4 anos vendeu apenas livros no Brasil, começa hoje a ofertar produtos como TVs, celulares e computadores, que representam 40% do comércio online nacional; movimento fez ações de rivais como B2W e Magazine Luiza despencarem

18/10/2017 | 00h01

  •      

 Por Claudia Tozetto e Fernando Scheller - O Estado de S. Paulo

Alex Szapiro, presidente da Amazon no Brasil: aposta no marketplace para crescer no País

Julio Vilela/Amazon

Alex Szapiro, presidente da Amazon no Brasil: aposta no marketplace para crescer no País

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A chegada da gigante americana de e-commerce Amazon à área de eletrônicos no Brasil promete ser um “ponto de virada” na competição do setor. A confirmação de que a companhia iniciará hoje a atuação em novos segmentos foi suficiente para afetar as ações das líderes do comércio eletrônico nacional. Apenas no pregão de ontem na B3, bolsa paulista, o papel do Magazine Luiza teve queda de 7,94%, enquanto o da B2W – dona da Americanas.com – caiu 5,6% (na semana, ambas tiveram baixas da ordem de 20%). Segundo analistas, o mercado financeiro vê a Amazon como uma séria ameaça ao crescimento das rivais nacionais. 

 A companhia americana, que chegou ao Brasil em 2012, atuava até agora somente em um segmento relativamente pequeno, o de livros, no qual conseguiu se tornar um nome relevante, representando até 10% da receita de grandes editoras, apurou o Estado. Com o início das vendas de eletrônicos, celulares e itens de informática, a Amazon passa a brigar em um terreno muito mais amplo, já que os novos setores de atuação da empresa no País somam 41% da receita do e-commerce nacional.

Segundo Pedro Guasti, presidente da eBit, especializada em e-commerce, o tíquete médio dos eletrônicos é alto, de R$ 700, e bem superior ao preço de um livro.

28 fatos sobre a história da Amazon

  •      
Fundação

Foto: Reuters

A Amazon foi fundada por Jeff Bezos, em 1994, com a ideia revolucionária de vender livros pela internet. Bezos, na época, era o jovem vice-presidente de um fundo de investimento em Wall Street, nos Estados Unidos.

Estudo

Foto: Reuters

Para decidir o que a Amazon ia vender, Bezos pesquisou o que as pessoas comprariam pela internet. O primeiro item era música. Só que Bezos não considerou a ideia por não querer competir com as gravadoras. Apostou nos livros, que eram a segunda opção.

Fundo de quintal

Foto: Reprodução

O primeiro escritório de Bezos foi a sua própria garagem. Naquela época, ele precisava apenas de um pequeno espaço para armazenar os livros do estoque da Amazon

Abracadabra

Foto: Reuters

A ideia de Bezos era usar o nome Cadabra no site, como uma abreviação da palavra "Abracadabra". Só que ele acabou desistindo da ideia quando um amigo confundiu a palavra com "cadáver".

Mais opções

Foto: Reuters

Depois de Amazon, Bezos considerou chamar o seu e-commerce de Relentless — implacável, em inglês. Hoje, se você acessar a página relentless.com, irá parar no site da Amazon.

Um rio de livros

Foto: Reuters

A escolha do nome Amazon acabou agradando Bezos por vários motivos. Primeiro por começar com a letra A e, em um segundo momento, por remeter ao Rio Amazonas. Ele queria dar a ideia de que o site possuía um volume de livros tão grande quanto o volume das águas do rio brasileiro.

Lançamento

Foto: Reprodução

Apesar de a ideia ter começado a florescer em 1994, a plataforma só foi lançada em 1995, quando Bezos levantou cerca de US$ 1 milhão com 20 amigos e alguns investidores.

Inauguração

Foto: AP

O primeiro livro vendido pela Amazon foi Fluid Concepts And Creative Analogies, escrito por Douglas Hofstadle.

Exportação

Foto: Reprodução

A primeira venda feita para fora dos Estados Unidos foi para Gênova, na Itália. O livro era Ranks of Bronze, de David Drake.

Barulho

Foto: AFP

No começo da sua operação, a empresa tinha um sino que era tocado sempre que uma venda era feita. Só que as vendas ficaram tão frequentes que Bezos decidiu acabar com a tradição.

Sucesso

Foto: EFE

Em seu primeiro mês de atividade, a Amazon enviou livros para 45 países e para todos os 50 estados americanos.

Que se mudem

Foto: Reuters

Incomodadas com o sucesso da Amazon, as livrarias começaram a reclamar. A rede Barnes & Nobles, por exemplo, processou a Amazon por usar o slogan "Maior Livraria da Terra", dizendo que era uma informação falsa.

Um clique

Foto: Reuters

Além de revolucionar o mercado de livros, a Amazon também mudou o comércio eletrônico. Foi o primeiro site de e-commerce a adicionar a compra de um clique – que permite cadastrar um cartão de crédito no site para não ter que digitar as informações a cada compra.

Nuvem

Foto: REUTERS/Chris Helgren

Em 2006, a Amazon lançou o Amazon Web Services (AWS), que é o serviço de computação em nuvem da empresa, em que dados são armazenados e processados em servidores remotos. O AWS se revelou um grande negócio e, no segundo trimestre de 2018, a unidade de nuvem gerou 55% do lucro e 20% da receita da Amazon.

Faturamento

Foto: Reuters

Em apenas três meses no ar, a Amazon já faturava US$ 20 mil por semana. No ano passado, o faturamento da empresa foi de US$ 107 bilhões.

Trabalho extra

Foto: Reuters

Para conseguir suprir a demanda de pedidos, os poucos funcionários iniciais da Amazon trabalhavam mais de 12 horas por dia. Hoje, são mais de 230,8 mil funcionários em todo o mundo.

Estoque

Foto: Reprodução

Para ajudar a organizar o imenso estoque da empresa, a Amazon usa robôs. Eles foram criados pela Kiva Systems, uma empresa de robótica comprada em pela Amazon, em 2014, por US$ 775 milhões.

Guia

Foto: Reuters

Durante os primeiros anos da Amazon, o livro mais vendido era um guia de como fazer seu próprio site.

Abertura

Foto: AFP

Em 1997, a Amazon decidiu abrir capital na Bolsa de Valores e acabou arrecandando surpreendentes US$ 54 milhões.

Expandindo

Foto: AFP

Em 1998, a Amazon começou a vender outros produtos além de livros, como CDs e fitas VHS. Hoje, vende de tudo: até produtos de beleza.

Kindle

Foto: Reuters

A empresa lançou, em 2007, seu próprio leitor de livros digitais, o Kindle. Hoje, o aparelho está em sua oitava geração.

Físico

Foto: Divulgação

No final de 2015, a empresa de Jeff Bezos inaugurou a sua primeira livraria física, em Seattle, nos Estados Unidos.

Fogo

Foto: Reuters

Em 2014, a Amazon lançou o seu próprio smartphone: o Fire Phone. Entretanto, o celular foi um fracasso de vendas e, apenas um ano depois, foi descontinuado.

Alexa

Foto: Divulgação

A Amazon, também em 2014, resolveu apostar no Echo, uma caixa de som equipada com a assistente pessoal da empresa, a Alexa.

Whole Foods

Foto: Brendan McDermid/Reuters

A Amazon comprou, em agosto de 2017, a rede de supermercados norte-americana Whole Foods por US$ 13,7 bilhões. A aquisição foi uma estratégia da empresa para aumentar sua posição no varejo e também para integrar o seu serviço digital a uma loja física.

Amazon Go

Foto: Lindsey Wasson/Reuters

A Amazon inaugurou a sua loja física, chamada de Amazon Go, em janeiro de 2018. Localizada em Seattle, com 167 metros quadrados, a Amazon Go parece com um mercado normal, mas com uma diferença crucial: não possui caixas. O estabelecimento usa sensores para detectar o que os clientes pegaram nas prateleiras e finalizada o pagamento da conta pelo aplicativo.

Surpresa

Foto: Divulgação

Hoje, a Amazon tem uma linha própria de produtos extremamente diversa. Até uma linha de fraldas e lencinhos para bebês foi lançada pela empresa.

Valor trilionário

Foto: Lindsey Wasson/Reuters

Em setembro de 2018, a Amazon atingiu US$ 1 trilhão em valor de mercado. Ela alcançou a marca semanas depois da Apple, e foi a segunda empresa de tecnologia a conquistar o feito. Nos últimos meses antes de atingir US$ 1 trilhão, as ações da Amazon tiveram um crescimento vertiginoso, chegando a dobrar seu preço em menos de um ano

O presidente da Amazon no Brasil, Alex Szapiro, afirma que pretende aplicar a experiência que já adquiriu no País em market place – revenda de produtos de terceiros – aos eletrônicos. “Nos tornamos um dos principais canais de venda de vários sebos e livrarias no Brasil e agora queremos fazer o mesmo com os vendedores de eletrônicos”, diz.

Para se mostrar competitiva no País, a companhia está reduzindo a comissão cobrada para listar os produtos em seu site – nos EUA, a taxa média é de 15%; por aqui, ficará em 10%. Segundo fontes, a média brasileira gira em torno de 12%.

Uma das “queridinhas” do mercado financeiro – que levantou mais de R$ 1,56 bilhão na Bolsa há menos de um mês –, o Magazine Luiza depositava suas perspectivas de crescimento justamente no marketplace, segmento em que agora terá a Amazon como concorrente. O mesmo caminho era trilhado pela B2W, líder do comércio eletrônico brasileiro e dona de marcas como Americanas.com, Submarino e ShopTime.

Segundo o analista Guilherme Assis, do banco Brasil Plural, é natural que a concorrência da Amazon faça o mercado revisar para baixo as expectativas de crescimento das marcas nacionais. Embora o consumidor brasileiro seja menos “fiel” a sites de e-commerce do que o americano – onde a Amazon nada de braçada, dominando da venda de alimentos à de eletrônicos –, o analista do Brasil Plural diz que a americana é uma rival capaz de brigar pela liderança, pois tem muita capacidade de investimento.

O professor de marketing Silvio Laban, da escola de negócios Insper, define a Amazon como um “urso de 800 quilos”. “Se ela entrar na sala em que você estiver, vai sentar onde quiser. Então, saia de perto.” 

Desafios. Isso não quer dizer, porém, que o mercado brasileiro não tenha desafios específicos. O analista Roberto Indech, da Rico Investimentos, lembra que o País oferece dificuldades do ponto de vista tributário e logístico – e que nem todos os grupos estrangeiros se dão bem por aqui. “É só lembrar o caso da francesa Fnac, que atuava justamente no setor de eletrônicos, e resolveu sair do Brasil”, exemplifica. 

A Fnac, na verdade, está pagando cerca de R$ 130 milhões para deixar o País, valor que será investido nas lojas da companhia antes do repasse da operação à Livraria Cultura.

Líder do setor de marketplace no País, o site argentino Mercado Livre diz que é até surpreendente que a Amazon tenha levado tanto tempo para se estabelece no Brasil. “O mercado brasileiro está em franco crescimento”, diz Stelleo Tolda, diretor de operações do Mercado Livre, lembrando que a empresa cresceu 51% no volume de eletrônicos vendidos no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Procuradas, as redes Via Varejo e Magazine Luiza não se pronunciaram. /COLABOROU BRUNO CAPELAS

    Tags:

  • Amazon
  • B2w
  • B3 [BM&F Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo]
  • Via Varejo

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