Amazon deve abrir novo centro de distribuição na Grande São Paulo

Movimentação faz parte de estratégia da empresa para crescer no Brasil; em outubro, empresa começou a vender eletrônicos de lojas parceiras em seu site

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Por Agências
Atualização:
Alex Szapiro, presidente da Amazon no Brasil: após cinco anos no País, empresa segue em expansão Foto: Reuters/Paulo Whitaker

A Amazon deve alugar um galpão de 50 mil metros quadrados no município de Cajamar, na Grande São Paulo, para instalar um novo centro de distribuição no Brasil, segundo fontes familiarizadas com o assunto informaram à agência de notícias Reuters. Se confirmada, a estratégia é mais um movimento da empresa para crescer no mercado brasileiro – no ano passado, a empresa começou a vender eletrônicos e eletroportáteis no País, ainda sob a modalidade de marketplace (revenda de produtos de terceiros) e depois lançou mais quatro categorias de produtos, como ferramentas e utensílios de cozinha. 

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O novo centro de distribuição da empresa deve quadruplicar a capacidade de distribuição da empresa no País – hoje, a Amazon ocupa um galpão de 12 mil metros quadrados na Grande São Paulo para coordenar seu negócio de venda de livros. 

Segundo as fontes, a empresa deverá usar o novo centro de distribuição para cuidar da entrega de produtos como eletrônicos e ferramentas vendidos em seu marketplace – plataforma de revenda de produtos de terceiros, na qual cabe à Amazon a parte de atendimento aos consumidores. 

Seria uma forma da empresa reduzir a insatisfação dos clientes no País – hoje, cerca de 20% das compras são avaliadas negativamente, segundo a consultoria Marketplace Pulse. Nos EUA, esse índice fica em cerca de 4%. Segundo a consultoria, as principais reclamações são de pedidos cancelados ou atrasados – algo que acontece pois as entregas hoje são responsabilidade das lojas parceiras e não da varejista americana, suscetíveis aos inúmeros problemas de infraestrutura e logística do Brasil. 

O espaço foi oferecido à varejista pela Prologis, empresa de logística americana, e deve ficar próximo a instalações da fabricante Samsung e da empresa de entregas DHL em Cajamar. Em outubro do ano passado, a Amazon deu entrada no pedido de licença para operar na cidade na prefeitura local, segundo documentos vistos pela Reuters. Procurada, a empresa diz que não comenta rumores e especulações. 

Nos últimos meses, a empresa já havia começado seus esforços para expandir sua operação de logística por aqui. Na rede social profissional LinkedIn, a empresa publicou pelo menos uma dúzia de anúncios de emprego no setor, incluindo um para comandar o centro de distribuição. Segundo as fontes, a adaptação do galpão que a Amazon deve ocupar ainda não começou. 

Competição. A Amazon chegou ao Brasil em 2012, vendendo livros e o Kindle, seu leitor eletrônico. No ano passado, após longa espera, a empresa expandiu suas operações ao abrir seu site para vender produtos para lojas parceiras. Além de eletrônicos, a empresa também entrou nos segmentos de casa, cozinha, ferramentas, construção e papelaria. 

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A nova operação de logística – e a vantagem competitiva que ela deve trazer à Amazon – pode ser uma dor de cabeça para os principais rivais da empresa, como os varejistas B2W e Magazine Luiza e o site de e-commerce Mercado Livre, que disputam o setor de comércio eletrônico no Brasil. Os dois últimos, porém, já têm feito o que a Amazon pretende fazer no País, ao armazenar e enviar os produtos de terceiros oferecidos em seu site, aumentando a satisfação dos clientes. 

“Não se pode subestimar uma empresa como a Amazon”, diz Pedro Guasti, presidente executivo da consultoria especializada em comércio eletrônico Ebit. “Ela tem grande capacidade de investimento e obviamente quer pegar uma fatia maior do bolo do que teve no ano passado.” 

Hoje, as compras online representam 5% da receita total do varejo no Brasil, um mercado avaliado em US$ 300 bilhões. O segmento digital, porém, dobrou nos últimos quatro anos, apesar da crise econômica, e deve crescer pelo menos dois dígitos em 2018. 

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