Amazon tem lucro acima do esperado, mas prevê alta em gastos

Bom desempenho foi puxado por crescimento agressivo do lucro nas vendas dentro dos EUA e da área de computação em nuvem da empresa, o Amazon Web Services

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Por Agências
Atualização:
A Amazon é responsável por metade das vendas online nos Estados Unidos Foto: REUTERS/Pascal Rossignol

A varejista americana Amazon apresentou lucro acima do esperado no 1º trimestre de 2019, com ganhos na casa de US$ 3,6 bilhões no período – os analistas de Wall Street esperavam valores na casa de US$ 2,3 bilhões. O bom desempenho foi puxado por crescimento agressivo do lucro nas vendas dentro dos Estados Unidos (180%) e da área de computação em nuvem da empresa, o Amazon Web Services (50%). 

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A receita da empresa no período foi de US$ 59,7 bilhões, em alta de 17%; já os gastos ficaram em US$ 55,2 bilhões, subindo 12% na comparação com o mesmo período do ano passado. Com a divulgação dos números, as ações da empresa subiram cerca de 1,7% após o fim do pregão da bolsa de valores Nasdaq. 

A Amazon, no entanto, prevê que terá lucros menores ao longo do resto do ano – para o segundo trimestre deste ano, a empresa deve lucrar US$ 3,6 bilhões, contra US$ 4,2 bilhões esperados pelos analistas. É um refrão conhecido pelos investidores da empresa: durante muitos anos, a companhia trouxe baixas margens de lucro para os acionistas. 

No lugar disso, preferiu investir em novas tecnologias e programas, bem como fazer aquisições como a da rede Whole Foods, por US$ 13,7 bilhões, para se tornar cada vez mais presente no varejo americano. No entanto, essa estratégia de baixos dividendos foi acompanhada de uma constante valorização dos papéis, que ajudaram a transformar até o cofundador da empresa, Jeff Bezos, no homem mais rico do mundo. 

Recentemente, a empresa passou a demonstrar que poderia ser altamente lucrativa, como mostraram os números deste trimestre. No entanto, a Amazon deve voltar a entrar num ciclo de investimentos: a empresa está construindo mais galpões e gastando mais em vídeo, incluindo uma série inspirada no universo de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien – quanto mais gente assistir ao programa, mais gente haverá em seu site comprando meias e livros. 

Além disso, a empresa tem andado por terrenos menos familiares: nos últimos meses, a Amazon anunciou aportes em empresas de carros autônomos e elétricos, antecipando que esses negócios podem também pagar dividendos a longo prazo. 

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