Amazon vai gastar mais de US$ 4 bi contra covid-19 e prevê prejuízo no 2º tri

‘Em períodos normais, estaríamos prevendo lucro, mas vamos usar o que ganharmos para oferecer um serviço melhor em meio à pandemia’, disse o presidente executivo Jeff Bezos, em carta a investidores

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Por Agências
Atualização:

A varejista americana Amazon, uma das empresas que mais se valorizaram ao longo do período do coronavírus, disse nesta quinta-feira que prevê prejuízo no segundo trimestre de 2020. Em carta a investidores, o presidente executivo da empresa, Jeff Bezos, afirmou que pretende investir cada centavo ganho pela companhia em medidas para que as operações continuem rápidas e seguras em meio à pandemia do novo coronavírus, em um gasto que pode superar os US$ 4 bilhões. 

A empresa de e-commerce, refúgio de muitas pessoas que precisam ir às compras mas permanecer em casa durante o isolamento social, tem investido bastante para dar conta da demanda. Nos últimos dois meses, a Amazon contratou 175 mil pessoas nos Estados Unidos e aumentou em US$ 2 o salário por hora de todos os funcionários, em um gasto que soma cerca de US$ 700 milhões. 

Coronavírus aumentou volume de pedidos na Amazon, que vai contratar mais 75 mil funcionários Foto: Mike Segar/Reuters

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“Em circunstâncias normais, neste segundo trimestre, estaríamos com a expectativa de ter lucro de US$ 4 bilhões ou mais em lucro operacional. Mas estas não são circunstâncias normais”, escreveu Bezos. “No lugar disso, vamos gastar estes US$ 4 bilhões e até um pouco mais, em medidas relacionadas à covid-19, que garantam a segurança de funcionários e empregados.” 

Com o anúncio, as ações da empresa caíram cerca de 5% após o fechamento do pregão nesta quinta-feira, 30. Ainda assim, a Amazon acumula valorização de 24% no mercado desde o início de 2020. 

As declarações de Bezos foram feitas em meio aos resultados financeiros divulgados pela Amazon nesta quinta-feira, referentes ao período do primeiro trimestre deste ano. As receitas totais da empresa ficaram na casa de US$ 75 bilhões, em alta de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Já o lucro líquido do período ficou na casa de US$ 2,5 bilhões, uma queda de cerca de 40% na comparação com o primeiro trimestre de 2019 – parte disso se deve justamente ao aumento de gastos que a empresa teve com a covid-19. Um dos destaques do período este ano foi a alta na receita com assinaturas: crescimento de 28% contra o mesmo período do ano passado, com faturamento total de US$ 5,56 bilhões. 

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