Anthony Levandowski quer que Uber pague parte da multa de US$179 mi ao Google

Ex-engenheiro do Uber foi condenado por roubar segredos da empresa quando trabalhava no desenvolvimento de carros autônomos

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:
Multa aplicada à Levandowski pelos crimes contra o Google pode ser paga pelo Uber Foto: Ramin Rahimian/The New York Times

O engenheiro Anthony Levandowski, um dos maiores especialistas em carros autônomos do Vale do Silício, entrou com uma ação na justiça nesta quarta-feira, 1, para garantir que o Uber pague parte da multa de US$ 179 milhões para o Google, após ser acusado de roubar segredos da Waymo, divisão de carros sem motorista da empresa.

PUBLICIDADE

Levandowski foi condenado no dia 4 de março, após o julgamento que girou em torno da acusação de ter transferido 14 mil arquivos dos servidores do Google a para seu computador. Em 2016, ele fundou a startup de caminhões autônomos Otto, que depois foi comprada pelo Uber por US$ 700 milhões, onde também trabalhou.

Esse é o primeiro passo perante a lei para forçar o Uber a arcar com parte do valor da multa milionária. Em 2016, o Uber assinou um contrato de indenização com Levandowski quando adquiriu a Otto, startup de caminhões autônomos, em 2016. O acordo prevê que o Uber tenha que indenizar qualquer ação que fosse feita pelo Google, empresa em que o engenheiro trabalhava.

Segundo os advogados de Levandowski, o Uber se recusou a pagar pelo menos parte do valor depois que a sentença foi proferida, obrigando o engenheiro a declarar falência. 

“Nos últimos três anos, Anthony cedeu o controle de sua defesa pessoal ao Uber porque o Uber insistiu em controlar sua defesa como parte de seu dever de indenizá-lo. Então, quando o Uber não gostou do resultado, subitamente mudou de ideia e disse que não o indenizaria”, disse o advogado de Lewandowski, Neel Chatterjee, da Goodwin Procter, em comunicado ao site de tecnologia americano TechCrunch.

Relembre o caso 

Levandowski foi um dos pioneiros na pesquisa pelo carro autônomo. Seu primeiro grande feito aconteceu em 2004, quando ainda era estudante na Universidade da Califórnia em Berkeley, quando ele desenhou uma moto autônoma que venceu um concurso do Pentágono para veículos sem motorista. No Google, onde foi trabalhar depois, o engenheiro se tornou confidente de Larry Page. 

Publicidade

Em 2016, Levandowski fundou a Otto levando consigo um time de engenheiros do Google. Quando o Uber comprou a startup, o acordo foi pessoalmente dirigido por Travis Kalanick, presidente executivo da empresa na época, que via o carro autônomo como futuro da empresa. Em 2017, porém, a Waymo processou o Uber, a Otto e Levandowski pelo roubo de suas informações. “Eles usaram nossa propriedade intelectual para não perder tempo e se arriscar fazendo sua própria tecnologia”, disse a Waymo na acusação. 

Levandowski teve uma trajetória complicada durante a batalha legal: ao invocar seu direito de permanecer calado para evitar se incriminar perante o tribunal, ele acabou sendo demitido pelo Uber em maio de 2017. “O Uber se arrepende de trazer Levandowski ao conselho”, disse um dos advogados da empresa no ano passado. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.