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Aplicativos de carona voltados para mulheres planejam expansão

FemiTaxi quer ganhar a América Latina até o início do ano que vem, enquanto o Lady Driver chega ao Rio neste mês; empresas são impulsionadas por investimentos

13/10/2017 | 12h22

  •      

 Por Agências - Reuters

A motorista Paula Kaminski dirige para o FemiTáxi no Rio de Janeiro

Paula Olivares/Reuters

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Aplicativos de transporte urbano voltados exclusivamente para passageiras e motoristas mulheres estão ampliando suas operações no Brasil, em meio a um quadro de elevados números de violência contra a mulher em grandes cidades do país. Presente em seis cidades brasileiras, o aplicativo FemiTaxi planeja expandir seus serviços para mais municípios no país e na América Latina até o início de 2018, enquanto o Lady Driver, que começou por São Paulo em março deste ano, iniciará operação no Rio de Janeiro em outubro.

O foco no público feminino tem apoiado ambos os aplicativos em um ambiente altamente competitivo, disputado por empresas que têm recebido milhões de dólares em investimentos como Uber, 99 e Cabify, as maiores do setor no país.

Um dos casos de violência contra mulher mais recentes e de grande repercussão nas redes sociais do Brasil ocorreu em agosto. A vítima, a escritora Clara Averbuck, fez um relato em seu Facebook de que foi estuprada por um motorista do Uber que a levava para casa depois de uma festa na capital paulista.

“Depois da divulgação da história da Clara (Averbuck), tivemos um aumento de 188% nos downloads do aplicativo”, disse Charles Henry-Calfat, presidente-executivo e fundador do FemiTaxi, em entrevista à Reuters. Ele disse que percebeu o mesmo movimento depois da divulgação de outros casos de violência contra mulheres que usavam aplicativos de transporte urbano.

O Uber baniu do aplicativo o motorista que atacou a escritora e disse em nota à Reuters que “tanto motoristas parceiros quanto usuários estão sujeitos ao mesmo código de conduta e podem ser punidos, até com banimento, caso desrespeitem as regras”. Procurada pela Reuters, Clara preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Investimentos. Segundo Calfat, do FemiTaxi, desde o lançamento do aplicativo, em dezembro passado, a empresa recebeu R$ 500 mil de investimento e registrou crescimento de 25% ao mês em corridas. O aplicativo deve voltar a buscar recursos em dezembro deste ano e espera levantar R$ 3 milhões, disse o executivo.

Já o Lady Driver, que recebeu R$ 1 milhão em uma rodada de injeção de recursos liderada pela holding de investimentos em startups Kick Ventures, planeja uma segunda captação para este mês.

O FemiTaxi conta com 20 mil usuárias por mês e 1.130 motoristas mulheres em São Paulo, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas e Santos. O fundador Calfat disse que planeja expansão para mais duas cidades brasileiras dentro de 2 ou 3 meses, sem revelar quais, e espera lançar seus serviços em outros países da América Latina no primeiro trimestre de 2018, inicialmente na Cidade do México e Buenos Aires. 

O Lady Driver, que afirma atender mais de 100 mil usuárias com cerca de 8 mil motoristas em São Paulo, se prepara para lançar seu serviço no Rio de Janeiro no final de outubro, afirmou à Reuters Gabriela Corrêa, presidente-executiva e fundadora da empresa. Ela acrescentou que pretende iniciar as operações na capital carioca com pelo menos 1 mil motoristas cadastradas.

Gabriela, que morou no Equador, disse que a empresa estuda outras expansões no Brasil e na América Latina, mas ainda não definiu datas. “Peru é um país que todo mundo pede para levar o Lady. Peru, México, Equador são países que têm uma cultura machista, essa cultura latina é muito machista, então a demanda é muito grande.”

Cultura. Uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizada pelo Datafolha e divulgada em março deste ano, mostrou que cerca de 66% dos brasileiros presenciaram agressões contra mulheres em 2016. A percepção de 73% da população é de que a violência contra mulheres aumentou, sensação compartilhada por 76% das mulheres.

Única das grandes empresas do setor a ter uma versão de serviço voltada ao público feminino, a 99 afirmou que decidiu implantar a opção “99 Motorista Mulher” depois que uma pesquisa da empresa com 36 mil passageiros mostrou que mais de 70% deles apontaram um serviço dedicado como solução preferida “para aumentar a segurança e comodidade”, disse a empresa à Reuters.

O serviço, lançado em outubro de 2016, permite que mulheres e crianças escolham ser atendidas por uma motorista. Após um ano, o opcional é o segundo mais procurado pelos usuários da 99, perdendo apenas para os pedidos de carro com ar-condicionado, afirmou a companhia, que tem mais de 300 mil motoristas e 14 milhões de usuários registrados no país.

O Uber, que não tem versão do serviço voltada especificamente para o público feminino, afirmou que investiu R$ 200 milhões em janeiro em uma central de atendimento 24 horas que responde às denúncias de má conduta na plataforma, de motoristas e usuários.

A empresa acrescentou que também lançou em março material de treinamento para seus motoristas, desenvolvido em parceria com uma revista feminina e a iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que busca desenvolver igualdade de gênero e direitos das mulheres, ONU Mulheres, sobre como tratar bem as usuárias do serviço.

A Cabify, que também não tem versão feminina da plataforma, informou que também conta com um serviço de atendimento 24 horas dentro do próprio aplicativo para usuários e motoristas e central telefônica para os condutores. A empresa disse à Reuters que além de um “rigoroso processo para o cadastramento de motoristas”, realiza palestras informativas presenciais sobre atendimento de qualidade e segurança.

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  • Cabify
  • Lady Driver
  • Uber
  • Clara Averbuck

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