Aporte da SoftBank pode fazer Uber repensar mercado do Sudeste Asiático

Japonesa tem investimentos em rivais do Uber no mundo todo, como o Grab, o indiano Ola e o chinês Didi Chuxing, além da brasileira 99

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Por Agências
Atualização:
O Grab é oprincipal concorrente do Uber na Indonésia Foto: Reuters

A possibilidade da japonesa SoftBank investir bilhões no Uber abre a possibilidade de um grande domínio do mercado de aplicativos de transporte pelo grupo japonês, disseram fontes do setor. Em 12 de novembro, o Uber disse que estava em negociações avançadas com um consórcio liderado pela SoftBank e pelo Dragoneer Investment Group. 

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Além de injetar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,25 bilhão no Uber, o consórcio pode comprar até 17% das ações existentes em uma transação secundária. 

O SoftBank também tem sido um grande investidor nos rivais do Uber em toda a Ásia, incluindo o Grab, do Sudeste Asiático, a chinesa Didi Chuxing e o indiano Ola, enquanto trabalha para alcançar a visão do fundador Masayoshi Son de um futuro impulsionado por inteligência e dispositivos interligados. 

Ao mesmo tempo, as companhias de transporte urbano têm competido ferozmente na Ásia para atrair motoristas e passageiros com descontos e promoções que reduziram as margens.

“O SoftBank terá um papel consolidador”, disse uma fonte próxima ao Grab. “A participação do SoftBank no conselho de administração de ambas as companhias (Uber e Grab) mudaria a conversa fundamentalmente.”

“Fazer um acordo e combinar os dois negócios no sudeste da Ásia faz muito sentido”, disse a fonte próxima ao Grab. “Ele (o presidente-executivo do Uber) reduz seus prejuízos e obtém uma parcela de um negócio que é, em sua perspectiva, mais do que apenas transporte”, disse a fonte, referindo-se à incursão do Grab em outros mercados para pagamentos digitais ou sem dinheiro.

Qualquer acordo provavelmente seria similar ao que o Uber firmou com a Didi no ano passado, no qual assumiu uma parcela na companhia chinesa e deixou seu próprio negócio, disse a fonte.

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A fonte não quis se identificar devido à sensibilidade do assunto. SoftBank e Grab não quiseram comentar.

Por aqui. Caso essa aproximação entre Uber e Grab, por exemplo, se confirme, é bastante possível que ela também tenha desdobramentos no Brasil, onde o SoftBank tem participação no aplicativo 99. É algo bastante provável, considerando a conjuntura global. 

"Hoje, aplicativos perdem muito dinheiro lutando pela preferência do consumidor e dos motoristas, com descontos e bônus. Isso acontece na Índia, nos EUA, no Brasil, e na China", disse o escritor Brad Stone, biógrafo do Uber, em entrevista ao Estado. "A consolidação pode ser ruim para os usuários, virando monopólio, mas para as empresas, pode significar uma grande economia de recursos." 

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