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Após críticas, Apple adia lançamento de ferramenta contra abuso infantil

Programada para o final deste ano, ferramenta vasculha nuvem de todos os usuários em busca de imagens que possam configurar pornografia infantil

Por Agências internacionais
Atualização:

Após ser alvo de críticas, a Apple afirmou na sexta-feira passada, 3, que levará mais tempo para coletar feedback e aprimorar os recursos contra abuso infantil propostos em agosto, no qual uma ferramenta da empresa vasculha imagens de abuso infantil na nuvem de todos os usuários, sem o consentimento destes.

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A decisão gerou críticas globais de vários grupos ativistas e também de funcionários da empresa, que rechaçaram o plano internamente. Os críticos argumentaram que o recurso poderia ser explorado por governos repressivos procurando outros materiais para censura ou prisões e seria impossível para pesquisadores externos determinar se a Apple estava apenas checando um pequeno conjunto de conteúdo no dispositivo.

Apple argumentou dizendo que permitiria que pesquisadores de segurança verificassem suas afirmações, mas a empresa disse na sexta-feira que precisaria de mais tempo para fazer mudanças no sistema. “Com base no feedback de consumidores, grupos ativistas, pesquisadores e outros, decidimos levar um tempo a mais nos próximos meses para reunir opiniões e fazer melhoras antes de lançar esses recursos extremamente importantes de segurança infantil”, afirmou a empresa em um comunicado.

Matthew Green, pesquisador de segurança cibernética na Universidade John Hopkins que havia criticado a ideia da Apple, disse que a decisão era “promissora”. Green afirmou no Twitter que a Apple deveria “ser clara sobre por que está escaneando o que está escaneando. Passar de nenhum escaneio (exceto anexos de e-mail) para escanear a biblioteca de fotos de todo mundo era um salto enorme. Você precisa justificar esse tipo de escalada”.

A Apple estava sendo defensiva em relação a seus planos há semanas e já havia dado uma série de explicações e documentos para mostrar que os riscos de detecções falsas eram baixos.

A companhia havia planejado lançar o dispositivo para iPhones, iPads e Macs com atualizações de software até o fim do ano nos Estados Unidos.

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