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Após denúncia, Alibaba demite executivo acusado de abuso sexual

Funcionária que relatou o crime afirmou que só teve resposta da empresa depois do relato publicado na intranet do grupo

Por Agências
Atualização:
Internamente, em um grupo de bate-papo dedicado ao tema, funcionários exigiram justiça e medidas de prevenção ao assédio sexual Foto: Aly Song/Reuters

A gigante chinesa Alibaba informou nesta segunda-feira, 9, que demitiu um gerente acusado de abuso sexual e prometeu políticas para prevenir o assédio — ação criticada pela mídia estatal pois foi adotada apenas após o caso vir a público.

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No sábado, uma funcionária publicou um relato de 11 páginas na intranet do Alibaba dizendo que seu gerente e um cliente abusaram sexualmente dela, e que superiores e a área de recursos humanos não levaram o assunto a sério nos cinco dias desde que ela denunciou o ocorrido.

O gerente, da unidade de entrega de mercearia Neighborhood Retail, se envolveu em "atos íntimos" quando a funcionária estava embriagada e "foi demitido e nunca será recontratado", afirmou o presidente, Daniel Zhang, em um comunicado aos funcionários visto pela Reuters e que depois tornou-se público.

A polícia está investigando o assunto, disse ele. "O Alibaba não conseguiu oferecer uma resposta que satisfaça a opinião pública depois dessa omissão desajeitada", disse um editorial do jornal Global Times publicado pela estatal Diário do Povo.

Internamente, em um grupo de bate-papo dedicado ao tema, funcionários exigiram justiça e medidas de prevenção ao assédio sexual. O grupo atingiu mais de 6 mil membros no domingo.

O incidente também gerou discussões internas sobre a cultura da empresa, disse um funcionário do Alibaba, que não quis ser identificado. Ele afirmou que o Alibaba está enfrentando forte pressão da opinião pública e que é necessário "raspar o veneno do osso" — uma expressão chinesa que significa remover uma parte prejudicial para salvar o restante.

Em seu memorando, Zhang anunciou o treinamento de toda a empresa para a prevenção de assédio sexual. Ele também disse que o Alibaba se opõe veementemente à "cultura terrível de forçar alguém a beber", referindo-se ao relato da funcionária, que afirma que foi forçada a ingerir bebida alcoólica pelo gerente.

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"Este caso é uma humilhação para todos os funcionários do Alibaba. Precisamos reconstruir e mudar", disse Zhang.

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