Após tombo do Facebook, Twitter cresce em número de usuários

Rede social minimizou os impactos da nova política de privacidade da Apple, que foi um dos motivos para a queda da empresa de Mark Zuckerberg na semana passada

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Por Giovanna Wolf
Atualização:
Twitter teve receita anual deUS$ 5,08 bilhões em 2021 Foto: Kacper Pempel/Reuters

Depois de uma semana difícil para as gigantes de tecnologia, em que a Meta (controladora do Facebook) chegou a perder US$ 252 bilhões em valor de mercado em um único dia, o Twitter conseguiu segurar as pontas em seu balanço trimestral divulgado nesta quinta-feira, 10. Apesar de ficar aquém da expectativa de analistas, a empresa registrou crescimento no número de usuários e na receita. Além disso, a rede do passarinho empolgou investidores ao driblar os impactos da nova política de privacidade da Apple, que foi um dos motivos para a queda da companhia de Mark Zuckerberg na semana passada. 

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O Twitter registrou 217 milhões de usuários diários “monetizáveis” nos últimos três meses de 2021, um crescimento de 13% na comparação com o mesmo período do ano anterior – essa métrica criada pela companhia avalia a quantidade de pessoas expostas à publicidade diariamente. Com o resultado, o Twitter disse que fez um "progresso significativo" rumo à meta de atingir 315 milhões de usuários e US$ 7,5 bilhões em receita anual até o final de 2023. As ações da empresa operavam em alta de aproximadamente 4% na manhã desta quinta-feira. 

No quarto trimestre, o Twitter registrou US$ 1,57 bilhão em receita, alta de 22% em relação a 2020 – o número, porém, ficou abaixo do US$ 1,58 bilhão esperado por analistas. Os ganhos totais em 2021 cresceram 37%, para US$ 5,08 bilhões. Já o lucro ficou em US$ 182 milhões no quarto trimestre, queda de 18% ante o ano anterior. 

No relatório, o Twitter disse que as mudanças de privacidade da Apple tiveram um impacto mínimo em seus negócios de publicidade – agora, a dona do iPhone força os usuários a escolherem se querem compartilhar informações pessoais para receber anúncios segmentados, principal negócio de várias redes sociais. No Facebook, a história foi diferente: na semana passada, a companhia detalhou como deve ser impactada negativamente pela nova política. 

“Nosso forte desempenho em 2021 nos posiciona para melhorar a execução e cumprir nossas metas de 2023”, disse Parag Agrawal, novo presidente executivo do Twitter, em comunicado. “Estamos mais focados e organizados para oferecer personalização e seleção aprimoradas para nosso público, parceiros e anunciantes.”

O Twitter também anunciou um programa de recompra de ações de US$ 4 bilhões (uma forma de as empresas devolverem dinheiro aos seus acionistas). Ned Segal, diretor financeiro da companhia, afirmou que a iniciativa demonstra a "confiança da empresa em nossa execução e estratégia”. 

Este é o primeiro balanço financeiro do Twitter sob nova direção. Em novembro, Jack Dorsey, fundador da rede social, deixou o comando da companhia após seis anos. Quem assumiu seu lugar foi o indiano Parag Agrawal, diretor de tecnologia da empresa desde 2017. Ele estava na empresa há mais de uma década e esteve envolvido em desenvolvimentos relacionados à inteligência artificial e ao aprendizado de máquina. 

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