App de voz para pedir carona vence maratona de programação do Uber

'Me Liga', desenvolvido por equipe de Porto Alegre, venceu final nacional da competição Uber Hack; como prêmio, participantes vão visitar a sede do Uber em São Francisco, nos EUA

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Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Equipe de Porto Alegre na final do Uber Hack, hackathon promovido pelo Uber no Brasil Foto: Uber

Um aplicativo que permite pedir uma carona por meio de uma chamada telefônica, sem precisar gastar o plano de dados, foi o vencedor na final nacional do Uber Hack, primeira maratona de programação nacional do aplicativo de carona paga no Brasil. Desenvolvido por uma equipe de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o "Me liga" se conecta ao Uber por meio de uma interface de programação de aplicativos (API) e usa tecnologias de reconhecimento de voz existentes para "traduzir" os comandos enviados por voz para o aplicativo.

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A equipe gaúcha venceu a competição que começou em março e teve cinco etapas pelo Brasil nas cidades de Fortaleza (Ceará), Belo Horizonte (Minas Gerais), Brasília (Distrito Federal), Recife (Pernambuco) e São Paulo. A final foi realizada na capital paulista na última terça-feira, 5. Mais de 300 pessoas participaram da maratona de programação da companhia norte-americana, divididas em 80 equipes. A equipe vencedora ganhou uma viagem para visitar a sede do Uber na cidade de São Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos.

De acordo com Tiana Jankovic, diretora de desenvolvimento de negócios e soluções para indústria automotiva do Uber Brasil, os jurados que avaliaram os projetos finalistas levaram em conta aspectos que vão da criatividade ao nível de disrupção da tecnologia. No caso do app "Me Liga", um dos pontos fortes do projeto foi permitir que o serviço de carona paga fosse usado por públicos diferentes do atual, como idosos.

"É plenamente possível que a gente possa incorporar esse tipo de funcionalidade no nosso serviço", afirma Tiana. "Na viagem, eles vão ter contato com nossos gerentes de produto e poderão ter apoio para desenvolver suas ideias em parceria com o Uber ou de forma independente." Segundo a empresa, o regulamento da competição garante que a propriedade intelectual dos projetos apresentados é do grupo participante, não da companhia americana.

Tour. O Brasil não é o primeiro País onde o Uber já fez uma competição desse tipo, mas com cinco cidades o País abrigou a maratona mais ampla até aqui. A empresa já realizou outros hackathons nas cidades de Washington e São Francisco, nos Estados Unidos, além da Índia, Nigéria e Finlândia. A companhia também já promoveu competições virtuais no mesmo modelo.

Segundo Zach Singleton, gerente de produto do Uber, faz sentido promover esse tipo de competição no País. Afinal, o Brasil é um dos mercados em que o aplicativo de carona paga mais cresce em todo o mundo: são mais de 20 milhões de passageiros usando o aplicativo por aqui e mais de 500 mil motoristas cadastrados. "Acreditamos no talento local", afirmou Zach, em entrevista ao Estado. "Os problemas são locais e, ao fazer esse tipo de competição, podemos ajudar os desenvolvedores a resolvê-los."

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