A Apple lançou nesta segunda-feira, 25, o seu serviço de streaming dentro do aplicativo da Apple TV, o TV+. O serviço, que ainda não tem preço definido e deve ser um rival para a Netflix, chegará no segundo semestre a mais de 100 países. O serviço foi revelado com grande pompa em um evento na sede da companhia, em Cupertino, Califórnia: na apresentação, nomes como Steven Spielberg, Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Oprah Winfrey apresentaram produções audiovisuais que estão realizando para o TV+.
Nomes como Jason Momoa e Kumail Nanjani também apareceram no evento, que misturou o Vale do Silício com Hollywood; Momoa, de Aquaman, fará uma série sobre pessoas que não podem enxergar; já Nunjani será o nome por trás de Little America, uma série que promete contar histórias de imigrantes nos EUA.
Garibaldo, da Vila Sésamo, apareceu para dizer que a Apple terá um programa infantil sobre programação com os bonecos coloridos. Já JJ Abrams e Sara Bareilles anunciaram o seriado Little Voice, sobre uma jovem cantora perseguindo seu sonho.
Por fim, a apresentadora Oprah Winfrey surgiu no palco e levantou a plateia para revelar que está trabalhando em dois documentários para a plataforma: Toxic Labor, sobre assédio sexual no trabalho, e uma série sobre saúde mental ainda sem nome. Ao encontrá-la no final da apresentação, Tim Cook, chefão da Apple, tinha lágrimas nos olhos.
"Pelas pessoas que trouxemos aqui, isso mostra o quanto levamos a sério nossos serviços", disse o executivo. A Apple deve gastar US$ 2 bilhões para levantar o novo serviço, um tipo de gasto que o Google não quis encarar com o YouTube Premium.
Mais Apple TV. Além disso, o app da Apple TV passou por uma reforma. O serviço agora reúne a programação de canais a cabo, filmes do iTunes e conteúdo de serviços de streaming em um único aplicativo. A interface lembra a do app da Netflix.
A ideia é reunir diferentes serviços em um único local, embora o pagamento continue separado. Estão presentes HBO, Showtime, Starz, Hulu e outras plataformas populares nos Estados Unidos. Netflix e Amazon Prime Video não foram citados. Não está claro se haverá descontos nas assinaturas individuais de cada um dos serviços. É certo, porém, que a Apple ficará com uma porcentagem não revelada das assinaturas que ajudar a vender para esses serviços dentro de sua plataforma.
Para aumentar o alcance de sua programação, a Apple fez parcerias com fabricantes de TV para disponibilizar o app da Apple TV. Entre os parceiros estão Samsung, LG, Sony e Vizio. Em janeiro, a companhia já havia anunciado uma parceria com a Samsung para disponibilizar o app do iTunes nas TVs da companhia. A Apple TV chega primeiro às TVs da Samsung ainda no primeiro semestre, e segue para outros fabricantes.
Chegará também pela primeira vez no Mac e nas centrais multimídia Roku e Fire TV, da Amazon. Ser uma central de canais também não é uma ideia nova, já que o Amazon Prime Video já aglutinava serviços de streaming de terceiros.
O foco em serviços, e não em dispositivos, é a aposta da Apple para continuar crescendo. A venda de iPhones, que hoje representa 62% da receita da companhia nos EUA, caiu 15% no último ano. A falta de inovações expressiva nos últimos modelos e os altos valores cobrados pelos aparelhos foram fatores determinantes para a queda. Por outro lado, em seu último trimestre fiscal, a Apple celebrou a receita de US$ 10,9 bilhões, com margem de 62%, de sua divisão de serviços.
Na semana passada, a Motion Picture Association of America (MPAA), entidade que representa a indústria do cinema americano, o streaming atingiu a marca de 613,3 milhões de assinantes em todo o mundo, contra 556 milhões de contas da TV a cabo.
*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas