Apple atinge a marca de US$ 1 trilhão após valorização Nasdaq
A Apple se tornou nesta quinta-feira, 2, a primeira empresa americana a alcançar a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado. Durante o pregão da Nasdaq, as ações da empresa conseguiram superaram o preço de US$ 207,04, em alta de 2,8%, por volta das 12h50 (horário de Brasília) – valor que, multiplicado pelas 4,842 milhões de ações que a empresa tem, alcança o recorde histórico.
Na última quarta-feira, 1, a empresa já havia batido na trave: suas ações subiram 5,9%, negociadas a US$ 201,50, fazendo a empresa ser avaliada em US$ 973 bilhões.
O otimismo dos investidores se deve aos bons resultados apresentados pela empresa na última terça-feira, em seu balanço para o período entre abril e junho de 2018. Destaque para a alta de 17% na receita, graças às boas vendas do iPhone X, modelo mais caro de seu smartphone, vendido por US$ 1 mil nos EUA e R$ 7 mil no Brasil, e a alta do faturamento da empresa com serviços como a loja de aplicativos App Store e o serviço de streaming Apple Music.
Os 21 fatos mais importantes da história da Apple
A Apple Computer foi fundada pelos amigos Steve Jobs e Steve Wozniak em 1º de abril de 1976, no ‘Dia da Mentira’. O primeiro computador criado por eles, o Apple I, era baseado em uma placa de circuito. Ele foi apresentado em uma reunião de um clube de entusiastas dos computadores.
O Apple II, primeiro computador pessoal com interface gráfica e gabinete plástico, é revelado pela fabricante em Palo Alto, na Califórnia.
Lançado em janeiro de 1983 por quase US$ 10 mil (o equivalente a US$ 23 mil hoje), o computador Lisa foi o primeiro com uma interface gráfica e um mouse. Ele tinha 1 MB de memória RAM, dois drives de disquete e um disco rígido com capacidade de armazenamento de 5 MB. O nome do computador foi uma homenagem de Jobs a sua filha, Lisa Nicole Brennan.
Projetado por Jef Raskin, o primeiro Macintosh surgiu em janeiro de 1984. O grande destaque da máquina era seu sistema operacional inovador. Diferentemente do MS-DOS, o MacOS 1.0 foi projetado para funcionar com interface gráfica e mouse, o que facilitou a experiência do usuário.
Em maio de 1985, com o desaquecimento das vendas do Macintosh, o conselho de administração da empresa decidiu demitir Steve Jobs.
A Apple lança o Newton Message Pad, seu primeiro dispositivo portátil com tela sensível ao toque. O aparelho já contava com algumas ferramentas disponíveis nos atuais smartphones, como endereço de contatos, calendário e e-mail.
Após registrar perdas de US$ 1,8 bilhão, a Apple volta a contratar Steve Jobs como seu presidente executivo em setembro de 1997.
O primeiro iMac chegou ao mercado em agosto de 1998. O computador revolucionou o design colorido dos computadores, que eram empacotados em gabinetes na cor preta. Ele também foi inovador por agrupar, em uma mesma estrutura, componentes como a CPU, monitor e drive de CD. O conceito do produto foi criado pelo atual vice-presidente da Apple, Jonathan Ive.
O tocador de música portátil iPod foi lançado em 2001 e teve sucesso instantâneo no mercado por sua interface simples para o usuário, centrada no uso de botões dispostos em um formato circular. Era a primeira vez que as pessoas podiam carregar sua biblioteca de músicas digitais por aí.
A empresa inaugura a iTunes Store, loja virtual que possibilitou aos usuários comprar e fazer download de músicas, livros de áudio, filmes e programas de TV online. O modelo representou uma mudança radical no mercado musical, que já sofria com a distribuição de cópias piratas em formato MP3.
Em junho de 2007, a empresa começou a explorar o segmento de celulares com o lançamento do iPhone, que trazia algumas funções do iPod. O smartphone popularizou a utilização de superfícies sensíveis ao toque.
Após o sucesso do iPhone, a Apple criou o iPad, lançando os tablets como um novo segmento de produtos no mercado. O iPad foi apresentado como um dispositivo intermediário, entre o MacBook e o iPhone.
Em janeiro de 2011, Steve Jobs sai pela segunda vez de licença médica para tratar de um câncer no pâncreas diagnosticado em 2004. Poucos meses depois, em agosto, ele deixou o cargo de presidente executivo da Apple.
Steve Jobs faleceu em outubro de 2011, devido a complicações em seu estado de saúde. A morte do executivo ocorreu pouco mais de um mês depois de a Apple anunciar que Tim Cook assumiria a presidência da empresa.
Em meio às dúvidas relacionadas sobre se o futuro da Apple pós-Steve Jobs, a empresa lançou o relógio inteligente Apple Watch em abril de 2015. Com o dispositivo, que chegou ao mercado meses depois de seus principais concorrentes, a companhia trouxe para o pulso dos usuários alguns dos principais recursos do iPhone.
Inaugurada em abril de 2017 na cidade de Cupertino, a nova sede da Apple, chamada de Apple Park foi um projeto que contou com a ajuda de Steve Jobs, antes de sua morte. Com design moderno, o local foi construído para ser ocupado por até 14,2 mil pessoas. A sede custou US$5 bilhões para a empresa.
Em agosto de 2018, a fabricante do iPhone atingiu o valor de mercado de US$ 1 trilhão e se tornou a primeira empresa americana a atingir a marca. O resultado se deve aos bons números do balanço trimestral divulgado pela empresa no final de julho, que mostraram uma alta de 17% na receita, graças às boas vendas do iPhone X -- aparelho mais caro da marca.
Em 25 de março, a empresa finalmente revelou estar produzindo conteúdo para o seu serviço de streaming, o Apple TV+. A Apple alistou diversas celebridades, comediantes e apresentadores para falar do novo serviço de streaming: Steven Spielberg, Reese Witherspoon, Jennifer Aniston, Steve Carell e Oprah Winfrey. Todos eles terão programas na nova platforma, que ainda não tem data de lançamento.
Responsável por criar projetos icônicos, como o do iPod, do iPhone e do iMac, o inglês Sir Jonathan Ive deixou a Apple em junho de 2019. Ele era considerado por Steve Jobs como "a pessoa com maior poder operacional dentro da Apple". Segundo o Wall Street Journal, ele estava insatisfeito com os rumos dados por Tim Cook à companhia.
Em agosto, a Apple se tornou a primeira empresa americana a alcançar o valor de US$ 2 trilhões. Até meados de março, o valor da Apple estava abaixo de US$ 1 trilhão, após uma queda acentuada no mercado de ações por medo do coronavírus, mas a valorização das ações elevou o capital da empresa. Enquanto a empresa levou 42 anos para chegar ao valor de US$ 1 trilhão, foram necessários apenas dois anos para dobrar o seu valor.
Não é todo dia que a gente vê a Apple recuar de alguma decisão, mas, neste ano, a empresa californiana se viu pressionada a voltar atrás em uma ação que pretendia vasculhar as fotos de usuários do iCloud, serviço de nuvem da empresa, em busca de imagens de menores que pudessem configurar pedofilia. A medida, segundo a Apple, visava assegurar que o conteúdo não fosse adicionado na plataforma, mas enfrentou grandes críticas pela preocupação com mecanismos de privacidade dos aparelhos e o acesso da empresa a arquivos pessoais
A expectativa em torno da quebra da marca surgiu há meses no mercado de tecnologia: afinal, empresas como Amazon e Alphabet (holding que controla o Google) também disputam o "troféu", embora ainda estejam abaixo dos US$ 900 bilhões – respectivamente, as empresas valem US$ 876 bilhões e US$ 848 bilhões.
Em uma perspectiva histórica, a Apple não será, porém, a primeira companhia a atingir a marca de US$ 1 trilhão. Segundo a The Economist, a britânica Companhia das Índias Orientais e a Standard Oil, da família Rockfeller, já estiveram no mesmo clube, com atualização dos valores pela inflação. A chinesa PetroChina chegou a ter esse valor durante 15 dias em 2007, durante forte movimento especulativo na bolsa de Xangai.
Um aspecto curioso é que a Apple pode atingir a marca histórica de US$ 1 trilhão apesar de ter cedido a vice-liderança em vendas de smartphones à chinesa Huawei – a líder isolada do setor é a Samsung, segundo consultorias de mercado como a IDC e a IHS Markit. Porém, conforme a própria empresa ressalta, seu “pulo do gato” não está na quantidade de aparelhos, mas no valor que os clientes estão dispostos a desembolsar para tê-los.
Veja imagens da nova sede da Apple
Ônibus levavam funcionários para o prédio da nova sede da Apple, em Cupertino
O prédio da Apple é um grande anel de vidro, que se assemelha a um disco voador, e pode ser um desafio para a movimentação interna. “Não é um prédio que maximiza a produtividade do escritório, mas cria um ícone”, disse Louise Mozingo, professora de arquitetura da Universidade de Berkeley, em entrevista à Reuters.
Quando estiver completa, a sede será o local de trabalho de 14,2 mil pessoas, de acordo com a descrição do projeto divulgada em 2013
Os operários da nova sede, que chegam a 13 mil pessoas, contam que há detalhes curiosos no prédio: os botões de elevadores, por exemplo, lembram o botão principal do iPhone.
A nova sede da Apple foi um dos últimos projetos de Steve Jobs, cofundador da companhia e morto em 2011.
O novo prédio da Apple, projetado por Steve Jobs, deverá ser inaugurado ainda no segundo semestre deste ano.
Fundada em 1976 como Apple Computer por Steve Jobs e Steve Wozniak, na garagem de Jobs, a Apple se tornou hoje uma empresa cuja receita é maior que o PIB de países como Portugal e Nova Zelândia. Ao longo do tempo, ela mudou diversas vezes a forma como consumidores utilizam tecnologia e como negócios são conduzidos – primeiro, ao participar da revolução dos computadores pessoais; depois, ao introduzir o primeiro smartphone a se popularizar no mundo, o iPhone.
Hoje, seu valor de mercado é maior que a capitalização combinada de empresas como Exxon Mobil, Procter & Gamble e AT&T. Sozinha, ela é responsável por 4% do índice S&P 500, que mede o desempenho das principais empresas americanas.
Nos anos 1980, após uma série de problemas, Jobs foi demitido da empresa. Voltou no final dos anos 1990 para ajudar a resgatá-la da bancarrota, lançando uma série de dispositivos que mudaram a história. Entre eles, estão o tocador de música iPod, o tablet iPad e o celular iPhone, lançado em 2007. Com ele, Jobs retirou o "Computer" do nome da empresa e acelerou uma nova indústria, surpreendendo rivais como Microsoft, Intel, Samsung e Nokia.
Mais do que isso, ao unir num aparelho um computador de bolso, uma conexão à internet e diversas ferramentas, como câmeras fotográficas e GPS, ajudou a revolucionar diversas indústrias – dos transportes à fotografia. Em 2011, após as primeiras iterações do iPhone, a Apple ultrapassou a petroleira Exxon Mobil como maior empresa americana, em valor de mercado.
Em 2006, no ano anterior ao lançamento do iPhone, a Apple gerava menos de US$ 20 bilhões em receitas e tinha lucros de US$ 2 bilhões. No ano passado, suas vendas subiram para US$ 229 bilhões e seu lucro foi de US$ 48,4 bilhões, sendo a mais lucrativa empresa americana listada em bolsa.