Apple pode dar reembolso para quem comprou bateria de iPhone no valor original

Em carta a senadores norte-americanos, empresa admitiu possibilidade; em dezembro, após revelar prática de reduzir perfomance de aparelhos, empresa abaixou preço de bateri de US$ 79 para US$ 29

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Por Agências
Atualização:
Modelos mais antigos do iPhone foram afetados pela redução de performance automática após atualização do sistema operacional do aparelho, o iOS Foto: AP Photo/Marcio Jose Sanchez

Em uma carta enviada ao Senado americano no último dia 2 de fevereiro, a Apple disse que tem visto “forte demanda” pela substituição de baterias do iPhone e estuda oferecer reembolsos para quem pagou o valor original por uma nova bateria do smartphone. A carta, revelada nesta semana pelo Senado, faz parte da resposta da empresa à polêmica que se envolveu em dezembro, quando admitiu que estava deliberadamente reduzindo a performance de iPhones antigos para compensar o desgaste natural das baterias. 

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A prática era feita nos modelos iPhone 6, iPhone 6S e iPhone SE. Em dezembro, a empresa pediu desculpas pela prática e deu desconto aos consumidores na troca de baterias até o final do ano – do valor original de US$ 79, agora trocar a bateria custa US$ 29. (No Brasil, os valores são R$ 499 e R$ 149, respectivamente). No entanto, consumidores têm sofrido para encontrar baterias disponíveis nas lojas autorizadas da empresa. 

Na carta publicada nesta terça-feira, 6, a Apple negou que a redução de performance dos iPhones era uma tática para vender novos aparelhos. A empresa disse ainda que sabia dos problemas de bateria causados por um defeito de fabricação no final de 2016 e que lançou a atualização que reduzia a performance do aparelho em janeiro de 2017 para tentar conter o desgaste no componente. 

Para o senador republicano John Tune, as empresas precisam “dar informações aos consumidores para que eles entendam claramente as mudanças que seus aparelhos podem ter ao longo do tempo”. A empresa não respondeu aos comentários do senador. 

Processo. Na semana passada, o Departamento de Justiça e a Securities and Exchange Commission, autoridade regulatória americana equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira, iniciaram processos para investigar se a empresa violou leis de segurança a respeito da prática que reduzia a performance dos iPhones. 

A Apple respondeu dizendo que está respondendo às questões feitas pelas agências governamentais e que “nunca fará ou fez algo para reduzir intencionalmente a vida útil de um produto da Apple”, negando a prática de obsolescência programada. 

Até o momento, correm mais de 50 ações coletivas na Justiça americana, movidas por consumidores, contra a empresa. Além disso, a empresa está sendo alvo de investigações em países como França, Itália e Coreia do Sul – no Brasil, o Procon pediu explicações à Apple no início de janeiro. 

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