Apple tem até 9 de dezembro para desenvolver alternativa em pagamentos

Dona do iPhone teve negado recurso em que pedia mais tempo para implementar mudanças na loja de aplicativos da empresa

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:
Fabricante de iPhone, a Apple é a empresa com maior avaliação de mercado do mundo, com mais de US$ 2,4trilhões Foto: Mike Segar/Reuters - 16/10/2019

A Apple deve permitir que desenvolvedores usem métodos de pagamentos externos nos aplicativos da loja App Store até 9 de dezembro, decidiu a Justiça americana após audiência nesta terça-feira, 9. A dona do iPhone havia entrado com um recurso pedindo um prazo maior para a implementação da ferramenta, mas o pedido foi negado pela juíza Yvonne Gonzalez Rogers, da Califórnia, que tem acompanhado a batalha legal contra o estúdio Epic Games, dono do jogo Fortnite

PUBLICIDADE

Segundo a ordem decretada pela Justiça, o pedido da gigante da tecnologia de adiar a implementação não se sustenta porque a própria empresa não se comprometeu a dar um prazo para o cumprimento da decisão, o que abriria brechas para que levassem anos até que a ordem fosse acatada.

"A Apple não deu motivos para esta Corte acreditar que a liminar causaria tal devastação (nas plataformas da marca)", determinou Yvonne, acrescentando que os consumidores estão acostumados a ser redirecionados para navegadores ao saírem de aplicativos — algo que, diz, é "incoveniente, o que só beneficia a Apple". "Direito do consumidor, transparência e escolha ao comprar são de interesse do público", escreveu.

A Apple, por sua vez, afirmou ao site especializado The Verge que irá apelar da ordem, levando o caso para um tribunal regional (Ninth Circuit). A intenção da empresa é só acatar a decisão após o trânsito do processo judicial terminar em julgado. 

“A Apple acredita que nenhuma mudança adicional aos negócios de uma empresa deve ser implementada até todos os apelos serem atendidos”, declarou a companhia.

Disputa com a Epic

Desde agosto de 2020, a Apple enfrenta uma disputa judicial com a Epic Games, dona do jogo Fortnite. A batalha começou quando o estúdio colocou um método de pagamentos alternativo (redirecionando o usuário para fora do app ao clicar em um botão), algo proibido pela dona do iPhone, que exige que todos as compras sejam feitas dentro da App Store, a loja de aplicativos — e, portanto, sujeitas a terem até 30%  da receita "mordida" pela gigante da tecnologia.

Publicidade

A Epic considerou a prática um abuso de poder e monopolista, já que força os desenvolvedores a permanecerem preso à plataforma do iPhone para gerar receita. Por sua vez, a Apple afirma que permitir métodos alternativos de pagamento expõe o usuário, que pode ficar desprotegido.

Em setembro passado, após audiências em junho, a juíza Yvonne Gonzalez Rogers deu uma ordem agridoce à disputa: não considerou que a Apple exerce abuso de poder, representando uma derrota para a Epic; por outro lado, por violar leis de anticompetitividade, exigiu que a empresa da maçã permitisse pagamentos alternativos, redirecionando o usuário para navegadores externos — um golpe na plataforma fechada defendida pela Apple há tantos anos.

Na ocasião, a determinação exigia que a Apple cumprisse a decisão em até 90 dias. Se seguir com a ordem, a Apple sofre um baque enorme em seu modelo de negócio, que depende, além da venda de aparelhos como o iPhone, da receita gerada por aplicativos e serviços em suas plataformas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.