Apple tem queda nas receitas com baixa venda de iPhones no último trimestre

Principal área da empresa, setor de smartphone faturou 15% a menos no último trimestre de 2018, como esperado; setor de serviços teve receita recorde e levou

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Criadora do iPhone, Apple apresentou seus resultados financeiros nesta terça-feira Foto: Drew Angerer/AFP

A Apple confirmou as previsões e teve queda de 5% na receita no período entre outubro e dezembro de 2018, na casa de US$ 84,3 bilhões. O mau desempenho foi puxado pela baixa venda de iPhones no final do ano passado. Responsável por 61% do faturamento da empresa no período, a divisão de smartphones viu sua receita cair 15%em relação ao mesmo período de 2017. 

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A notícia já era esperada: no início do mês, as ações da empresa caíram cerca de 9% no pregão da bolsa de valores Nasdaq depois que Tim Cook, presidente executivo da companhia, emitiu comunicado prevendo queda nas receitas. 

Segundo ele, a principal razão para isso foi a baixa venda de iPhones na China, um de seus principais mercados. No trimestre, a empresa demonstrou que teve queda de 27% na receita no país asiático. Há razões para isso: a guerra comercial entre EUA e China, além de afetar a empresa, também provocou uma reação entre os consumidores chineses, que preferiram marcas locais e mais baratas, como Huawei e Xiaomi. 

À agência Reuters, Cook disse que está otimista com a disputa EUA-China. Próximo do presidente Donald Trump, ele afirmou que “a tensão entre os dois países cai a cada mês”. 

O executivo afirmou ainda que estuda parar de basear o preço do iPhone em mercados fora dos EUA a partir do câmbio para o dólar. “Foi algo que nos atrapalhou e que pode melhorar nossas vendas”, disse Cook. É uma boa notícia para o mercado brasileiro, que há anos tem o iPhone mais caro do mundo – hoje, há aparelhos da empresa à venda por R$ 10 mil no País. 

Serviços. Apesar do mau desempenho do iPhone, o mercado reagiu com otimismo ao balanço da Apple, que teve no período seu primeiro trimestre do ano fiscal de 2019. Após a divulgação dos resultados, as ações da empresa subiram cerca de 5%, cotadas a US$ 163,35. Com isso, a Apple está avaliada em cerca de US$ 770 bilhões – bem abaixo do US$ 1 trilhão alcançado pela empresa em agosto de 2018. 

Há uma razão para isso: o setor de serviços, considerado por Cook como o futuro da Apple, teve receita recorde no trimestre. Ao longo do período, a companhia faturou US$ 10,9 bilhões com plataformas como a loja de aplicativos App Store, o serviço de armazenamento na nuvem iCloud e o streaming de música Apple Music. “As margens de lucro em serviços no trimestre foram de 62%, contra 38% para a Apple. É relevante”, disse Joel Kulina, analista da consultoria Wedbush Securities.

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Em breve, a divisão deve ganhar reforços: segundo o site americano The Information, especializado em tecnologia, publicou reportagem nesta terça-feira, 29, afirmando que estreia em abril o serviço de streaming de vídeo da empresa. Com potencial para se tornar um rival para a Netflix, a plataforma deverá ter programas inéditos de Oprah Winfrey e séries dirigidas por Damien Chazelle (diretor de La La Land) e M. Night Shyamalan (de O Sexto Sentido). 

Outro rumor que correu o mercado de tecnologia nos últimos dias é o de que a Apple também estuda o lançamento de um serviço de streaming de games, com assinatura mensal, similar ao que faz hoje a Microsoft com o Xbox Game Pass. 

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