PUBLICIDADE

Artistas e autores questionam ?fatia do bolo? do streaming

Para músicos, falta transparência tanto da parte das gravadoras quanto de plataformas como Spotify

Por Redação Link
Atualização:

Wilton Junior/AE

 

PUBLICIDADE

Camilo RochaMurilo Roncolato

Se para quem consome música e para aqueles que detêm os direitos fonográficos das obras, as gravadoras, o mundo do streaming parece uma bem-vinda solução, para intérpretes e autores das faixas disponíveis nos serviços, nem tanto.

De acordo com vários levantamentos, metade da receita dos serviços de streaming vai apenas para as gravadoras, enquanto que os artistas ficam com uma fatia entre 7 e 10%.

No Brasil, artistas como Ivan Lins, Fernanda Abreu, Frejat, Leoni e Leo Jaime se uniram em uma frente chamada Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP) para reivindicar divisões de receita mais justas e adequadas ao contexto digital.

“(…) 70% (do faturamento) são repassados aos detentores de direitos (artistas, autores, editoras, gravadoras). Mas para quem vai esse dinheiro?”, escreveram Leoni e Frejat em um artigo no jornal O Globo. “Essa é a pergunta sem resposta. Só o que sabemos é que são as gravadoras que o recebem.”

“Esse tipo de acordo foi feitos para o mundo dos anos 70 e 80”, explica o gestor cultural Carlos Taran. “Quando a gravadora tinha que bancar a gravação e fabricação do disco”.

Publicidade

O executivo Marcelo Castello Branco acredita que só fica nessa situação quem quer pois atualmente existem muito mais possibilidades de auto-gestão. “É questão de escolha com quem você vai trabalhar”, pontua.

Muitos artistas distribuem seu trabalho através de agregadores, empresas que fazem intermediação entre músicos e serviços como Spotify e iTunes. Segundo os fundadores da plataforma de inteligência musical Playax, artistas nessa situação retém até 60% da receita.

Há queixas também a respeito da falta de transparência dos serviços de streaming. “Numa época em que a identificação dos fonogramas é feita digitalmente com precisão absoluta, continuamos no escuro total. Não há planilhas”, disseram os membros do GAP. Segundo Marcelo Falcão, presidente da Ubem e diretor da Universal Music Publishing, sobre a veracidade dos relatórios enviados pelos serviços, as editoras “têm que acreditar que é o correto”.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.