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Ataque cibernético global atinge computadores também no Brasil

Hospital do Câncer de Barretos enfrentou problemas para atender pacientes, enquanto operações brasileiras de empresas globais também foram afetadas

Por Claudia Tozzeto e Carolina Ingizza
Atualização:
Hospital do Câncer de Barretos foi um dos prejudicados por ciberataque Foto: Hospital do Câncer de Barretos

O Hospital do Câncer de Barretos foi uma das instituições afetadas pelo ciberataque global causado pelo ransomware -- tipo de vírus que "sequestra" computadores -- em todo o mundo. Todas as unidades do hospital em Barretos, Jales e Porto Velho foram afetadas, e várias unidades de prevenção espalhadas pelo Brasil também. Assim, o atendimento dos 6 mil pacientes diários do complexo hospitalar foram prejudicados, embora não tenham sido interrompidos.

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De acordo com o diretor clínico do hospital, Paulo de Tarso, todos os mil computadores de Barretos foram infectados às 9h desta terça-feira, 27. Os pacientes que estavam internados não foram prejudicados, já que seus exames já tinham sido feitos e registrados no sistema. Ao longo do dia, porém, o atendimento de novos pacientes teve de ser feito manualmente, com médicos indo buscar pessoalmente os resultados no laboratório interno ao hospital.

Segundo o diretor, os pacientes que tinham consultas médicas e sessões de radioterapia agendadas foram os mais prejudicados. Como os médicos não podiam ver informações no sistema, não puderam dar andamento ao tratamento por causa do resultado de exames. No total, 350 pacientes em tratamento radioterápicos na cidade de Jales e Barretos também não realizaram suas sessões de radioterapia.

“Não conseguimos acessar as informações através das unidades afetadas, mas os dados dos pacientes estão seguros no nosso sistema”, disse o diretor, em entrevista ao Estado. Os procedimentos cirúrgicos agendados para esta terça-feira foram realizados, bem como todas as sessões de quimioterapia. Os sistemas devem voltar a funcionar até esta quarta-feira, 28, já que a equipe de tecnologia trabalha na solução do problema.

Além do hospital, a operação brasileira da MSD, multinacional norte-americana do segmento farmacêutico, também foi afetada pelo ciberataque. Em nota enviada à imprensa, a empresa confirmou que a rede de computadores foi comprometida pelo ataque cibernético e que está investigando o assunto.

Segundo apurou o Estado, a equipe de tecnologia da farmacêutica orientou os funcionários a manterem seus computadores desligados durante toda a terça-feira, mas que amanhã o problema deve estar solucionado. Apesar dos problemas na operação, o atendimento aos clientes da empresa não foi afetado.

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