Auge dos IPOs de tecnologia entra em declínio

Menos empresas do Vale do Silício estão abrindo capital nos EUA; valor no mercado aberto também está ficando abaixo das expectativas das startups

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Por Agências
Atualização:

Divulgação

 

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Em 2014, muitas ofertas públicas iniciais de ações (ou IPOs, na sigla em inglês) de tecnologia aproveitaram uma boa onda de avaliações de suas ações em Wall Street. Agora, a festa está acabando, de acordo com dados analisados pela Reuters: em 2014, nada menos que 29 empresas do setor de tecnologia fez sua estreia em alguma das bolsas de valores dos EUA. Em 2015, são apenas 12 até o momento.

Além de menos empresas abrirem seu capital, boa parte delas também tem recebido avaliações abaixo das expectativas que receberam no mercado privado: em 2015, nada menos que 42% das empresas precificaram suas ações em uma avaliação abaixo ou quase igual ao seu valor no mercado privado. No ano passado, esse perfil correspondia à apenas 24% das empresas. “As pessoas não estão mais enlouquecendo com avaliações e expectativas”, disse Adam Marcus, sócio administrativo da OpenView Venture Partners, sediada em Boston.

A transição no clima de investimentos ocorre no momento em que a empresa de pagamentos móveis Square, fundada pelo atual CEO do Twitter, Jack Dorsey, entregou seu pedido de oferta públicia inicial de ações. A previsão da empresa é de realizá-lo no fim do ano, planejando captar cerca de US$ 275 milhões na venda dos papeis.

A Square tem tudo para ser um dos principais (e cada vez mais raros) “unicórnios” do mercado. “Unicórnio”, no caso, é o nome dado às empresas privadas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão que fazem sua primeira oferta de ações.

Mesmo quando as avaliações aumentam, elas estão crescendo em ritmo menor, de acordo com os dados colhidos pela Reuters com a Ipreo e a Pitchbook.

Dentre as empresas que viram seus valores crescerem em um IPO em 2014, o aumento médio de seu valor no mercado privado foi de 61%. Algumas empresas viam aumentos de três, quatro e até cinco vezes. Até o momento este ano, este ganho é de 32%. A diferença na valorização tem afetado os planos de muitas empresas para abrir seu capital. É o caso, dizem fontes próximas, da Prosper Marketplace, que faz empréstimos online, e da Nutanix, que cuida de armazenamento de dados.

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Depois de se encontrar com banqueiros, a Prosper dediciu permanecer privada até o ano que vem. “Levamos a ideia de abrir capital seriamente, mas há outros jeitos de conquistarmos nossos objetivos enquanto continuamos sendo uma empresa privada”, disse o CEO Aaron Vermut.

/ REUTERS

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