A fabricante canadense BlackBerry registrou prejuízo de US$ 117 milhões de dólares no terceiro trimestre fiscal, mostrando piora em relação ao resultado negativo de 89 milhões de dólares, 0,17 dólar por ação, em igual etapa de 2015. A receita da empresa caiu a US$ 289 milhões, ante US$ 548 milhões no mesmo intervalo um ano antes. Analistas previam, em média, receita de US$ 331,9 milhões.
A Blackberry tem passado por uma transição nos últimos anos, em meio a enormes baixas contábeis e cortes de empregos, enquanto busca montar um negócio de softwares não ligado diretamente ao segmento de smartphones, atualmente dominado pelo iPhone e pelo Android.
A divisão de softwares e serviços gerou receita de US$ 160 milhões no terceiro trimestre, superior tanto na comparação trimestral quanto na anual.
Para John Jackson, analista da IDC, o resultado alimenta esperanças. "A parte dos negócios que representa o futuro continua mostrando, eu acho, progresso razoável", disse.
Investimentos. Paralelamente, a BlackBerry informou que planeja investir 100 milhões de dólares canadenses (US$ 75 milhões) num novo centro de testes de veículos autônomos. A maior parte da verba será direcionada para contratação na área de engenharia, possivelmente centenas nos próximos anos, disse o presidente da empresa, John Chen.
A companhia, que se esforça para aumentar as vendas de softwares e serviços relacionados, espera tornar-se indispensável na indústria automotiva. "Pode-se argumentar que a QNX seria o ativo mais forte do portfólio neste momento, então é revigorante ver esse investimento", disse o analista Brian Haven, da IDC.
15 celulares BlackBerry que fizeram história
O BlackBerry 6210 foi lançado em 2003. Além de ser um celular convencional, ele oferecia uma tela monocromática com resolução de 160 x 100 linhas de pixels. Foi um dos primeiros aparelhos a permitir o acesso remoto aos e-mails – o que o fez cair nas graças dos executivos.
O BlackBerry 7290 foi lançado em 2003 e, depois, atualizado em 2004. Ele oferecia uma tela de baixa resolução colorida. Com esse produto, a BlackBerry foi uma das pioneiras a adotar a conexão Bluetooth. Os aparelhos tinham memória de armazenamento de apenas 16 megabytes, bem menos dos que os smartphones de hoje em dia.
O smartphone da série 8700 chegou às lojas em 2005 com tela de maior resolução. A grande inovação, porém, foi o teclado físico Qwerty completo, o que tornou o aparelho mais largo que seus antecessores. O modelo acabou se tornando umas das marcas da BlackBerry.
O BlackBerry Curve foi lançado em 2007, mesmo ano em que o iPhone foi lançado pela Apple. Ele trazia uma câmera de 2 megapuxels, a trackball que permitia interagir com os ícones da tela e uma tela de maior resolução.
O BlackBerry Bold foi lançado em 2008. Ele era bastante parecido com o BlackBerry Curve, mas tinha acabamento mais refinado, o que o tornou um hit instantâneo entre os altos executivos. Ele oferecia conexão Wi-Fi, entrada para cartão de memória microSD e capacidade de armazenamento de 16 GB.
Lançado em 2008, o BlackBerry Storm foi a primeira resposta direta da fabricante ao iPhone. Ele tinha uma tela sensível ao toque e não oferecia o tradicional teclado físico. Foi a primeira vez que a BlackBerry decidiu mudar a estratégia, mas o produto não provocou grande impacto no mercado. O aparelho tinha câmera de 3,2 megapixels e 1 GB de memória de armazenamento.
O BlackBerry Tour fez sua estreia em 2009, mas trouxe poucas novidades em relação aos modelos anteriores. Ele oferecia uma tela de resolução de 480 x 360 linhas de pixels, uma câmera de 3,2 megapixels e entrada para cartão de memória de até 32 GB. Ele também tinha teclado fixo e uma trackball.
O BlackBerry Torch chegou ao mercado em 2010. Ele oferecia tela sensível ao toque e um teclado físico Qwerty que deslizava da parte traseira do dispositivo. Apesar do design surpreendente, ele não conseguiu emplacar, pois os concorrentes já ofereciam smartphones muito superiores.
A fabricante manteve sua estratégia de manter o teclado físico, ao mesmo tempo em que entrava no mundo das telas sensíveis ao toque. Além disso, equipou o aparelho com tecnologia NFC, para transferência de arquivos por contato, e câmera de 5 megapixels.
A BlackBerry desenvolveu um sistema operacional próprio para concorrer com o iOS (Apple) e Android (Google), o BlackBerry 10. O Z10 foi o primeiro smartphone da marca a chegar ao mercado com a nova plataforma. Mais moderno, ele trazia uma tela com resolução de 1.280 x 768 linhas de pixels, câmera de 8 megapixels e processador com dois núcleos. A falta de aplicativos, porém, levou ao fracasso nas vendas.
O smartphone Q10 foi o segundo a chegar com o sistema BlackBerry 10 ao mercado, em 2013. Ele oferecia um teclado físico, câmera de 8 megapixels e processador com dois núcleos, além de 16 GB de memória de armazenamento. Mais uma vez, o produto não decolou.
O Z30 foi o segundo aparelho com tela sensível ao toque e o sistema operacional BlackBerry 10 a chegar ao mercado. Ele trazia um processador com dois núcleos, 2 GB de memória RAM e não tinha teclado físico. Ele representou a principal aposta da fabricante contra o Android, mas a falta de aplicativos fez os consumidores deixarem o produto de lado.
Considerado um ponto fora da curva na produção da BlackBerry, o Passport era um smartphone no formato quadrado (sim, você leu corretamente!) com uma tela de 4,5 polegadas. Ele tinha uma câmera de 13 megapixels e processador Snapdragon. Ele também retomou os teclados físicos. O aparelho também não alcançou o sucesso, mas agradou parte dos executivos habituados à marca.
A BlackBerry lançou no final de 2014 outro novo smartphone com tela sensível ao toque, o Leap. O aparelho foi fruto de uma parceria da canadense com a fabricante chinesa Foxconn. Ele trazia uma tela de 5 polegadas, câmera de 8 megapixels e foi o último dispositivo da marca a usar o sistema operacional BlackBerry 10.
O BlackBerry Priv foi o primeiro dispositivo com sistema operacional Android fabricado pela BlackBerry. Ele tem um teclado físico que pode ser deslizado da parte traseira, o que lembra a geração de celulares lançada no início dos anos 2000. Com câmera de 18 megapixels e tela com resolução Quad HD, ele trazia uma séria de recursos em linha com os concorrentes, mas em um formato "tijolão", pouco elegante.