‘Brasil tem mercado grande para ter produto específico’, diz novo presidente da Sony

Nesta quarta-feira, 16, empresa mostrou nova linha de dispositivos para a temporada e apresentou novo líder, o japonês Kenichiro Hibi; variedade de TVs para a Copa é destaque

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Por Bruno Capelas
Atualização:
O novo presidente da Sony no Brasil, Kenichiro Hibe: 'estou otimista' Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Sony está de cara nova no Brasil – e otimista. Nesta quarta-feira, 16, a empresa apresentou em São Paulo não só uma nova linha de produtos nos segmentos de TVs, áudio, câmeras fotográficas e acessórios para smartphones, como também realizou o primeiro evento com seu novo presidente no País, Kenichiro Hibi. Com quase três décadas de casa, comandando operações em países como Índia e Rússia, ele vê um bom momento para a empresa nesse momento, que aposta no segmento premium de consumidores. 

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“Depois de alguns anos complicados, vejo que há melhoras substanciais na economia no Brasil. Além disso, temos esse ano a Copa do Mundo, que é sempre uma oportunidade para nós. Estou otimista nesse início de gestão”, disse o executivo, em entrevista ao Estado durante evento em São Paulo. 

Na coletiva de imprensa da empresa, o principal destaque da companhia foi sua linha de televisores, de olho no Mundial de futebol – com modelos em 4K e telas de OLED e LED, ao gosto do consumidor. 

Para quem acompanhou as últimas novidades da empresa, não houve surpresas, mas chamou a atenção a variedade de tamanhos de tela disponíveis no mercado, indo de 49 a 80 polegadas. “Há demanda no Brasil para telas acima de 65 polegadas, os brasileiros estão em busca de telas grandes para suas salas de estar”, disse Hibi. “Como é um mercado grande, há espaço para produtos específicos.” 

Pensar no que o consumidor brasileiro quer é uma das missões do executivo na empresa – ele mesmo é quem diz. Na entrevista a seguir, ele fala mais sobre os planos para este ano, os desafios de unificar a marca e como pode usar sua experiência em outros países emergentes por aqui. “Quero descobrir o que o brasileiro quer para adaptar produtos.” 

2018 é um ano de eleições presidenciais e Copa do Mundo no Brasil. Como o sr. vê o início de sua gestão por aqui?  Depois de alguns anos complicados, vejo que há melhoras substanciais na economia no Brasil. Além disso, temos esse ano a Copa do Mundo, que é sempre uma oportunidade para nós. Estou otimista nesse início de gestão. 

Como vocês estão se preparando para a Copa do Mundo?  A cada quatro anos, nossa missão é trazer algo novo para o mercado. Queremos trazer o que os consumidores esperam de uma televisão da Sony, com uma tecnologia “uau!”. Hoje, temos a tecnologia de OLED, que é nosso melhor padrão, e também temos uma linha com telas de LED. Há demanda no Brasil para telas acima de 65 polegadas, os brasileiros estão em busca de telas grandes para suas salas de estar. 

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A Sony costuma ter preços um pouco acima dos rivais no Brasil. Como é o trabalho de convencer o consumidor a pagar a diferença?  Gostamos de ser competitivos no mercado, caso contrário o consumidor nunca aceitará nossa marca. Por outro lado, é preciso convencê-los quando gastamos em pesquisa e desenvolvimento. Nosso preço é justo, mas precisamos fazer demonstrações aos usuários para mostrar que nossas televisões tem melhores materiais, mais qualidade de imagem e são mais fáceis de usar. 

Hoje, a Sony tem muitos dispositivos, mas eles não parecem tão bem integrados como, por exemplo, os da Apple. O que sr. pensa disso?  É um grande desafio. Temos muitos produtos no nosso portfólio, de áudio a televisão, passando por gravadora, estúdio de cinema e o PlayStation. Tenho o trabalho de integrar tudo debaixo do guarda-chuva da Sony. São os nossos ativos. Se você acha que a Sony não faz isso bem, sei que temos que melhorar. 

O sr. trabalhou em países como Índia, Rússia e México. O que aprendeu?  Estou na Sony há quase 30 anos, mas há 25 estou fora do Japão. Passei nove na Rússia, seis no México e mais seis na Índia. Em todos os mercados, encontrei grande potencial, com consumidores de demandas específicas. Na Índia, por exemplo, eles ligam muito para durabilidade e para qualidade de imagem, gostam de cores vívidas. Nós até lançamos um modelo específico com ênfase em cores mais brilhantes, adaptamos para o sabor local. Quero descobrir qual será a demanda especial do público brasileiro. Pode ser o som? Uma televisão com som poderoso, por exemplo? É o que quero descobrir e poder trazer produtos adaptados, porque é um mercado grande o suficiente para justificar isso. 

A Sony também mostrou novas câmeras fotográficas. Vale a pena investir nesse mercado, depois dos smartphones?  Nós já tivemos um mercado muito grande de câmeras compactas no Brasil. E elas foram substituídas pelos celulares. Hoje, temos um grande negócio de sensores de imagem, que são usadas em smartphones. Nossos sensores de imagem estão em muitos celulares, mesmo que eles não tenham a marca da Sony por fora. Ou seja, estamos ganhando. Além disso, hoje a fotografia é cada vez mais popular. Pense no Instagram ou no Facebook: são redes que fazem as pessoas buscarem fotografias melhores. Antes, uma câmera fotográfica como as que mostramos hoje eram restritas a profissionais. Agora, elas são procuradas também por “pessoas comuns”. 

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