Brasileira cria empresa com assistentes pessoais humanos chamada 'Alexia'

Empresária brasileira diz que não se inspirou na Alexa, famosa assistente pessoal virtual da Amazon, para criar sua empresa

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Por Mariana Lima
Atualização:
Bia Arbex, fundadora da empresa Alexia, diz que não se inspirou no famoso dispositivo da Amazon Foto: Cau Saraiva/Alexia

“Oi, tudo bem? Aqui é a sua Alexia desta semana. Em que eu posso ajudar?”. Não, a Amazon não mudou a forma de como a sua assistente pessoal virtual fala com os usuários. Tão pouco é a uma versão xing ling da famosa aplicação. É assim que começa o dia de trabalho de uma das 30 mulheres cadastradas na plataforma da Alexia – com “i” – uma empresa brasileira que promete organizar a vida de seus clientes com assistentes pessoais humanas.

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Ao contrário da versão eletrônica da Amazon, que ainda não é vendida no País, para ter uma assistente pessoal humana da empresa brasileira basta uma ligação. O primeiro contrato com a companhia para dizer os motivos que a levaram pedir ajuda é considerado indispensável para traçar todo o perfil de atendimento.

“Nós falamos alguns minutos por telefone ou trocamos algumas mensagens pelo WhatsApp ou por e-mail para entender o problema do nosso cliente”, diz Bia Arbex, presidente e fundadora da empresa, uma das responsáveis por definir o pacote de atividades - e o preço - de uma alexia.

Entre as tarefas possíveis para uma alexia está solucionar pequenos problemas do dia como lembrar os compromissos pessoais, planejar as próximas férias ou ainda comprar o presente de aniversário do seu filho. Dependendo do tempo que leva e da complexidade das atividades os valores do contrato podem variar de R$ 45 a R$ 90 por hora. É possível ainda pagar pacotes mensais, com valores a partir de US$ 450.

“Atendemos pessoas que têm pouco tempo, mas que demandam de um atendimento especial”, diz a executiva. “São trabalhos que uma assistente virtual não conseguiria fazer com tanta atenção ou cuidado”.

Inspiração. Apesar de o nome ser quase idêntico ao da assistente da Amazon, Bia afirma que não se inspirou no produto da gigante norte-americana para criar sua empresa. Ela conta que a ideia surgiu em 2014, quando trabalhava em uma grande empresa do varejo, um ano antes da assistente virtual começar a ser vendida amplamente no mercado.

“Eu tinha uma secretária para ajudar a organizar minha agenda, mas os diretores da empresa não tinham e precisavam se virar fazendo listas de tarefas e as carregando no bolso. Eles tinham dinheiro para pagar alguém para ajudar, mas não tinha tempo de fazer isso”, diz. O nome Alexia, em grego, "significa ajudante”, diz Bia.

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O primeiro contato da executiva com a famosa assistente digital só aconteceu anos depois e ficou aquém de suas expectativas. “A Alexa da Amazon é um dispositivo que só consegue fazer atividades bem específicas e se tiver conectada pela internet. É legal, mas não me ajudaria a fazer tudo que preciso.”

Aplicação. Além de atender as pessoas, a Alexia brasileira quer conquistar pequenas empresas e profissionais autônomos. Para fazer isso, uma atendente é escalada para dar conta a documentação burocrática e atendimento de telefones, tudo isso em um modelo de home office.

A função já caiu no gosto de 25 clientes, a maioria deles pequenos empresários. “A Alexia é muito pequena ainda, mas com as novidades que pretendo fazer em breve, devemos ter muito mais clientes no futuro”, diz Bia ao comentar que o uso de inteligência artificial está no radar da empresa que pretende integrar a tecnologia em breve no dia a dia da companhia.

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